Rodolfo Amstalden: IPCA 2025 — tem gosto de catch up ou de ketchup mais caro?
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares
O governo começa 2025 particularmente preocupado com sua queda de popularidade e com o repique da inflação de alimentos.
Isso é fácil de resolver, manda trazer uns tomates extras aos pontos de coletas dos fiscais de preços.
Saudades (só que não) de quando isso era possível.
Se Lula estivesse universalmente preocupado com os gastos fiscais e o descontrole do IPCA desde o início do seu mandato, provavelmente não teria que gastar tanta energia agora com essas crises particulares.
Nossa equipe de research macro desenhou um gráfico simples e instrutivo, com base nas projeções de IPCA 2025, extraídas das últimas edições do Relatório Focus.
Não por acaso, o período selecionado começa em dezembro de 2024, quando perdemos o topo da banda de inflação para o ano corrente.
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IPCA fora da curva
A primeira leitura sugere já um delta bem fora da curva para os padrões históricos do relatório, de +19 bps em apenas uma semana.
Pouco depois, em 23 de dezembro, ganhamos de Natal outra revisão assustadora para o IPCA de 2025, de +24 bps.
E na última edição, conferimos o maior acréscimo da série recortada, de impressionantes +42 bps.
Sabemos que muitas casas de renome já trabalham com expectativas de IPCA anual entre 6,00% e 6,50% - ainda assim, a dinâmica recente parece configurar um perigoso agravante em derivada ao descontrole inflacionário anteriormente precificado.
São raríssimas as referências históricas de tamanho salto agregado em tão pouco tempo: +1,1 ponto percentual em menos de dois meses.
Em nome do wishful thinking, gostaria de abraçar a hipótese metodológica de que estamos apenas fazendo um catch up rápido e necessário, dadas as habituais revisões de premissas macro pré e pós virada de ano.
As próximas semanas serão cruciais para testar essa hipótese amigável, especialmente à medida que adentramos a zona (teoricamente) limítrofe dos 6,00% a 6,50%, quando deveríamos começar a sentir uma desaceleração das projeções.
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