É hora de sair da bolsa dos EUA? S&P 500 está caro, alertam BofA e XP — e há riscos (ainda) fora do preço
Os patamares de múltiplos atuais do S&P 500, o índice de ações mais amplo da bolsa norte-americana, fizeram o Bank of America (BofA) e a XP acenderem a luz de alerta

Durante anos, o chamado “excepcionalismo americano” atraiu investidores de todo o mundo para a bolsa de valores dos EUA — enquanto mercados emergentes, como o Brasil, ficaram em segundo plano. Agora, essa força parece cobrar um preço: o S&P 500 ficou caro demais. E isso fez com que grandes instituições como o Bank of America (BofA) e a XP acendessem a luz de alerta.
Na avaliação do BofA, o índice de ações mais amplo da bolsa norte-americana está sendo negociado com um prêmio elevado em relação à média histórica — o que limita os potenciais retornos daqui para frente.
A analista Savita Subramanian destaca que a mediana das ações do S&P 500 está 10% mais cara frente às médias históricas do índice em todas as 20 métricas analisadas pelo banco.
A XP também vê o valuation esticado. Nas contas da corretora, o S&P 500 opera com múltiplo P/L (preço sobre lucro) de 22,8 vezes e as expectativas de ganhos futuros têm perdido força.
Historicamente, retornos futuros tendem a cair quando o P/L sobe, com uma deterioração ainda mais forte quando o indicador ultrapassa o nível de 22,5 vezes.
“Além disso, a relação histórica entre earnings yield [ou seja, a razão lucro/preço] e os retornos subsequentes enfraqueceram nos últimos anos, divergindo da forte correlação observada em ciclos anteriores”, escreveram os analistas, em relatório.
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Bolsa dos EUA também perde brilho para ouro e petróleo
O BofA também comparou o valuation do S&P 500 com o ouro, ativo considerado refúgio em tempos de incerteza e inflação elevada, e também com o petróleo.
Em relação ao ouro — que vem bombando na carteira dos investidores em busca de proteção —, o índice está em linha com a média histórica.
Mas o mesmo não acontece quando com o petróleo WTI, referência para o mercado dos EUA: o múltiplo do S&P 500 nessa comparação é o maior desde a pandemia — superando até o auge da bolha das techs.
Na prática, isso pode sinalizar que é hora de comprar petróleo — e não ouro ou ações dos EUA, diz Subramanian.
Hora de sair do mercado dos EUA?
Para a XP, o cenário atual reforça a importância de buscar exposição a outros mercados, especialmente aqueles com múltiplos mais baixos e lucros em aceleração.
“Várias regiões negociam a preços mais atrativos, muitas vezes com fundamentos em recuperação e maior momentum nos lucros. Esses mercados dependem menos de expansão de múltiplos, e podem oferecer oportunidades mais interessantes para o investidor de longo prazo que busca diversificação e melhor relação risco-retorno”, escreveram os analistas.
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Trump no radar: nem tudo está no preço
Para o BofA, o ‘tarifaço’ de Trump já foi precificado nas ações do S&P 500.
O banco afirma que os papéis domésticos foram reavaliados em relação aos pares com maior exposição internacional, passando a negociar com um prêmio de até 15%.
“Os múltiplos retrocederam após as pausas serem estabelecidas, mas as empresas de vendas domésticas ainda negociam com um prêmio em relação ao desconto histórico”, escreveu a analista em relatório.
Mas há fatores fora do radar que ainda não estão nos preços, segundo o BofA.
Um deles é o “Big Beautiful Bill”, orçamento proposto por Trump com cortes de impostos e aumento de gastos em algumas áreas consideradas estratégicas pelo governo.
A proposta já foi aprovada na Câmara e pode adicionar até US$ 3,8 trilhões à dívida pública dos EUA na próxima década, de acordo com o independente Escritório de Orçamento do Congresso.
O BofA afirma que os setores mais beneficiados pelo plano ainda não refletem esse impacto. Na verdade, muitas das ações que deveriam se beneficiar do projeto estão desempenhando abaixo da média.
“Cestas de ações construídas para se alinhar com vários aspectos do ‘Big Beautiful Bill’ revelam reações menos positivas (e, em muitos casos, negativas). Na verdade, todas as cestas tiveram desempenho inferior aos seus pares desde o anúncio do projeto de lei”, afirmou o banco.
A analista do BofA ainda destaca que as políticas fiscais mais favoráveis aos consumidores de baixa e média renda também não foram precificadas.
“Ações mais sensíveis ao aumento dos lucros são negociadas com um desconto em relação ao seu múltiplo médio de Trump 1.0 a Trump 2.0, e tiveram desempenho inferior aos seus pares desde a divulgação do projeto de lei.”
*Com informações do Money Times.
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