Depois de salto de 50% no lucro líquido no 3T25, CFO da Pague Menos (PGMN3) fala como a rede de farmácias pode mais
O Seu Dinheiro conversou com o CFO da Pague Menos, Luiz Novais, sobre os resultados do terceiro trimestre de 2025 e o que a empresa enxerga para o futuro
Cada vez mais no radar do mercado, a Pague Menos (PGMN3) agradou os analistas com os resultados do terceiro trimestre deste ano. O Santander, por exemplo, classificou o balanço como melhor do que o esperado, enquanto o BB Investimentos também gostou do que viu.
O lucro líquido ajustado da rede de farmácias saltou quase 50% na base anual, para R$ 53,9 milhões, com 1,9% de margem. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado subiu para R$ 190,7 milhões, avanço de 36,4% ano a ano — bem acima das expectativas do Santander —, com margem de 6,3%.
O crescimento nas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) chegou a 17,6%. Essa métrica é importante no varejo e mostra o crescimento das vendas nas lojas existentes há um ano — ou seja, se o crescimento é orgânico e sustentável e não apenas resultado da abertura de novas lojas. O faturamento médio mensal das lojas ficou em R$ 831 mil.
“Nós estamos mais ou menos no meio do nosso processo de captura de produtividade por loja. Chegamos aos R$ 831 mil, mas acreditamos que há espaço para muito mais”, disse Luiz Novais, CFO e diretor de Relações com Investidores (RI) da Pague Menos, em entrevista ao Seu Dinheiro.
Na visão do Santander, o mercado já esperava um bom trimestre para as varejistas farmacêuticas brasileiras, mas o crescimento consistente das vendas foi acompanhado por margem bruta e diluição de despesas melhores que o previsto.
Mesmo assim, as ações caem 3,78% por volta das 17h15, no que analistas dizem que pode ser ajuste de posições montadas antes do balanço.
Leia Também

- SAIBA MAIS: Já ajustou a sua carteira de investimentos este mês? Veja as principais recomendações no programa “Onde Investir” do Seu Dinheiro
Como a Pague Menos pode mais, segundo o CFO
A companhia tem destacado algumas alavancas de crescimento para o futuro. Um deles é o avanço na marca própria, que hoje representa cerca de 6,2% da venda total da empresa. Na visão de Novais, há potencial para ampliar essa participação.
“Como atendemos majoritariamente o cliente final (B2C), o apetite por esse tipo de produto é bastante grande. São produtos de excelente qualidade e com preços mais acessíveis”, afirma o diretor financeiro da rede.
Outro ponto que o executivo destacou é a mudança na estratégia de precificação que a companhia vem promovendo para ganhos de eficiência.
Ele conta que a Pague Menos comercializa cerca de 15 mil itens, com uma média de 10 mil por farmácia. Assim, a empresa tem estudado métodos de precificação mais eficazes, podendo tanto reduzir descontos de uma categoria de produtos, quanto aumentar em outras para impulsionar as vendas.
“A gente está começando a testar as implementações, e o rollout dessas novas metodologias de precificação deve acontecer mais para o ano que vem. Por isso, acreditamos que em 2026 ainda dá para manter um ritmo de crescimento elevado”, conta Novais.
Outro ponto citado pelo CFO é a digitalização, que hoje corresponde a quase 20% de participação nas vendas, salto de 4,5 pontos percentuais (p.p) no ano.
“Ainda há espaço para crescer. Há players do nosso setor que já geram mais de 25% da receita nesse canal. A gente vem melhorando muito a operação digital, com a usabilidade do app e do e-commerce, além da qualidade dos nossos entregadores, que estão cada vez mais rápidos nas entregas aos clientes”, disse Novais.
Além disso, as demais avenidas de crescimento envolvem o aumento da participação de carteira de clientes de cuidados contínuos (CCC) e o treinamento dos profissionais das farmácias para o atendimento desse público.
Ainda precisa de uns 'remedinhos'
Um ponto do balanço que chamou a atenção dos analistas negativamente foi o fluxo de caixa operacional, que caiu de R$ 305,2 milhões no terceiro trimestre do ano passado, para perto de R$ 49 milhões no deste ano.
A linha foi impactada por condições menos favoráveis nos genéricos dentro do programa Farmácia Popular e nos produtos para emagrecimento (GLP-1), vendidos em parcelas e com prazos menores de pagamento a fornecedores.
Novais destacou algumas iniciativas que a empresa tem tomado para superar esse problema. Uma delas é a redução do limite máximo de meses para o parcelamento de medicamentos de Semaglutida, princípio ativo do Ozempic, criado para tratar diabetes, mas amplamente usado para emagrecimento.
“Até alguns meses atrás, oferecíamos parcelamento em até dez vezes. Reduzimos esse limite para seis vezes”, diz o CFO.
- Quando a empresa parcela em muitas vezes, como 10 parcelas, o dinheiro das vendas entra aos poucos. Isso alonga o ciclo de recebimento e aumenta a necessidade de capital de giro para bancar custos de estoque, operação e fornecedores.
Outras iniciativas são: redução do nível de estoque, para aliviar a pressão do caixa e novos acordos comerciais com a indústria farmacêutica. “Reduzir despesas também faz parte do nosso trabalho. A equipe comercial atua diariamente para negociar com a indústria farmacêutica condições melhores, seja em preço ou em prazo de pagamento”, conta Novais.
O endividamento da Pague Menos
Uma das grandes preocupações do mercado sobre a Pague Menos é o endividamento. A rede encerrou o terceiro trimestre com uma alavancagem de 2,5 vezes dívida líquida sobre Ebitda, queda de 0,3 vez ante o mesmo intervalo do ano passado.
“É uma melhora, mas ainda precisa ser otimizado. E isso será feito com os recursos do follow on [que a empresa fez no começo de outubro e captou cerca de R$ 234 milhões], a geração operacional da companhia e todo o esforço em manter uma postura conservadora na alocação de capital”, diz Novais.
O executivo conta que a empresa espera terminar o ano em um patamar de dívida “bem menor” do que o atual, chegando ao fim de 2026 abaixo do nível de 2 vezes dívida líquida sobre Ebitda.
Com uma postura conservadora, a rede mantém o ritmo moderado de expansão, prevendo a abertura de 50 lojas até o fim deste ano e um número semelhante em 2026. A expectativa é acelerar o crescimento a partir de 2027, quando o endividamento estiver mais controlado.
Mais destaques do balanço
Até por isso, a empresa segue conservadora nas apostas no Sudeste — um mercado mais maduro, com forte presença de outras redes. A Pague Menos não abriu nenhuma loja na região neste trimestre, pelo contrário: fechou uma.
Enquanto no Nordeste, onde a empresa tem 20,8% de market share, no Sudeste o número não chega aos 2%. “A presença em São Paulo é bastante importante para a gente, e temos sim vontade de ampliá-la. Mas, como nossa marca é muito mais conhecida no Norte e no Nordeste, ainda há muito espaço para crescer nessas regiões”, diz o executivo.
No Brasil, a companhia atingiu um market share de 6,7% no terceiro trimestre, um recorde para a Pague Menos.
Além disso, Novais comentou sobre o avanço anual de 11% das vendas na categoria de produtos de higiene pessoal e beleza, abaixo da média de 18% da companhia nos outros segmentos.
“Apesar de parecer menos, nós estamos bem felizes, porque é um segmento bastante competitivo, então estamos satisfeitos com esse patamar”, diz o CFO. Cabe lembrar que as redes farmacêuticas enfrentam forte competição de players do e-commerce — como Mercado Livre e Amazon — nesta categoria.
Para o futuro, um alerta que o CFO faz é para a chegada dos genéricos de Ozempic, que terá sua patente quebrada no Brasil no ano que vem. Embora isso tenda a aumentar as vendas, pode causar uma competição por parte dos laboratórios que, mesmo com aumento do volume, pode acabar resultando na redução das margens desses medicamentos, destruindo valor na categoria.
“O Brasil será o primeiro país do mundo onde a patente vai expirar. Por isso, todos estarão de olho no que acontecerá no mercado brasileiro, caso a quebra realmente ocorra no ano que vem. Vamos acompanhar tudo de perto, mas ainda não é possível dizer qual será o efeito líquido dessa mudança”, diz o CFO.
Ibovespa atinge marca inédita ao fechar acima dos 150 mil pontos; dólar cai a R$ 5,3574
Na expectativa pela decisão do Copom, o principal índice de ações da B3 segue avançando, com potencial de chegar aos 170 mil pontos, segundo a XP
A última dança de Warren Buffett: ‘Oráculo de Omaha’ vai deixar a Berkshire Hathaway com caixa em nível recorde
Lucro operacional da Berkshire Hathaway saltou 34% em relação ao ano anterior; Warren Buffett se absteve de recomprar ações do conglomerado.
Ibovespa alcança o 5º recorde seguido, fecha na marca histórica de 149 mil pontos e acumula ganho de 2,26% no mês; dólar cai a R$ 5,3803
O combo de juros menores nos EUA e bons desempenhos trimestrais das empresas pavimenta o caminho para o principal índice da bolsa brasileira superar os 150 mil pontos até o final do ano, como apontam as previsões
Maior queda do Ibovespa: o que explica as ações da Marcopolo (POMO4) terem desabado após o balanço do terceiro trimestre?
As ações POMO4 terminaram o dia com a maior queda do Ibovespa depois de um balanço que mostrou linhas abaixo do que os analistas esperavam; veja os destaques
A ‘brecha’ que pode gerar uma onda de dividendos extras aos acionistas destas 20 empresas, segundo o BTG
Com a iminência da aprovação do projeto de lei que taxa os dividendos, o BTG listou 20 empresas que podem antecipar pagamentos extraordinários para ‘fugir’ da nova regra
Faltou brilho? Bradesco (BBDC4) lucra mais no 3T25, mas ações tombam: por que o mercado não se animou com o balanço
Mesmo com alta no lucro e na rentabilidade, o Bradesco viu as ações caírem no exterior após o 3T25. Analistas explicam o que pesou sobre o resultado e o que esperar daqui pra frente.
Montanha-russa da bolsa: a frase de Powell que derrubou Wall Street, freou o Ibovespa após marca histórica e fortaleceu o dólar
O banco central norte-americano cortou os juros pela segunda vez neste ano mesmo diante da ausência de dados econômicos — o problema foi o que Powell disse depois da decisão
Ouro ainda pode voltar para as máximas: como levar parte desse ganho no bolso
Um dos investimentos que mais renderam neste ano é também um dos mais antigos. Mas as formas de investir nele são modernas e vão de contratos futuros a ETFs
Ibovespa aos 155 mil pontos? JP Morgan vê três motores para uma nova arrancada da bolsa brasileira em 2025
De 10 de outubro até agora, o índice já acumula alta de 5%. No ano, o Ibovespa tem valorização de quase 24%
Santander Brasil (SANB11) bate expectativa de lucro e rentabilidade, mas analistas ainda tecem críticas ao balanço do 3T25. O que desagradou o mercado?
Resultado surpreendeu, mas mercado ainda vê preocupações no horizonte. É hora de comprar as ações SANB11?
Ouro tomba depois de máxima, mas ainda não é hora de vender tudo: preço pode voltar a subir
Bancos centrais globais devem continuar comprando ouro para se descolar do dólar, diz estudo; analistas comentam as melhores formas de investir no metal
IA nas bolsas: S&P 500 cruza a marca de 6.900 pontos pela 1ª vez e leva o Ibovespa ao recorde; dólar cai a R$ 5,3597
Os ganhos em Nova York foram liderados pela Nvidia, que subiu 4,98% e atingiu uma nova máxima. Por aqui, MBRF e Vale ajudaram o Ibovespa a sustentar a alta.
‘Pacman dos FIIs’ ataca novamente: GGRC11 abocanha novo imóvel e encerra a maior emissão de cotas da história do fundo
Com a aquisição, o fundo imobiliário ultrapassa R$ 2 bilhões em patrimônio líquido e consolida-se entre os maiores fundos logísticos do país, com mais de 200 mil cotistas
Itaú (ITUB4), BTG (BPAC11) e Nubank (ROXO34) são os bancos brasileiros favoritos dos investidores europeus, que veem vida ‘para além da eleição’
Risco eleitoral não pesa tanto para os gringos quanto para os investidores locais; estrangeiros mantêm ‘otimismo cauteloso’ em relação a ativos da América Latina
Gestor rebate alerta de bolha em IA: “valuation inflado é termo para quem quer ganhar discussão, não dinheiro”
Durante o Summit 2025 da Bloomberg Linea, Sylvio Castro, head de Global Solutions no Itaú, contou por que ele não acredita que haja uma bolha se formando no mercado de Inteligência Artificial
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa, enquanto Fleury (FLRY3) fica na lanterna; veja as maiores altas e quedas da semana
Com a ajuda dos dados de inflação, o principal índice da B3 encerrou a segunda semana seguida no azul, acumulando alta de 1,93%
Ibovespa na China: Itaú Asset e gestora chinesa obtêm aprovação para negociar o ETF BOVV11 na bolsa de Xangai
Parceria faz parte do programa ETF Connect, que prevê cooperação entre a B3 e as bolsas chinesas, com apoio do Ministério da Fazenda e da CVM
Envelhecimento da população da América Latina gera oportunidades na bolsa — Santander aponta empresas vencedoras e quem perde nessa
Nova demografia tem potencial de impulsionar empresas de saúde, varejo e imóveis, mas pressiona contas públicas e produtividade
Ainda vale a pena investir nos FoFs? BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos no IFIX e responde
Em meio ao esquecimento do segmento, o analista do BB-BI avalia as teses de seis Fundos de Fundos que possuem uma perspectiva positiva
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
