Ações da Casas Bahia dobram de valor antes do balanço do 4T24 — e short squeeze pode estar por trás do salto de BHIA3
Segundo analistas da Genial Investimentos, houve um aumento dos custos para manter posição vendida em papéis da Casas Bahia e do Magalu desde fevereiro
Quem acompanha o setor de varejo se surpreendeu ao observar a valorização expressiva de uma das gigantes do comércio em menos de uma semana. A Casas Bahia (BHIA3) mais do que dobrou de valor na bolsa brasileira, com ganhos acumulados da ordem de 106% em cinco dias.
O movimento antecede a divulgação dos números financeiros atualizados da varejista aos investidores, marcada para esta quarta-feira (12), após o bater do sino na B3.
A performance também é bem superior à do Ibovespa, principal índice de ações da B3, que acumulou leve alta de 0,56% no mesmo período.
- VEJA MAIS: De ações a criptomoedas, conheça os ativos mais promissores para investir neste mês no “Onde Investir em Março”, do Seu Dinheiro
Apesar de ter apresentado a maior valorização nos últimos dias, a Casas Bahia não é a única varejista a chamar a atenção do mercado pelo salto na bolsa.
O Magazine Luiza (MGLU3), por exemplo, subiu mais de 20% no mesmo intervalo, enquanto a Americanas (AMER3) saltou 24%.
Há quem afirme que o desempenho superior das varejistas sinaliza um movimento de short squeeze nos papéis — ou seja, quando investidores com posições vendidas (short) precisam desfazer suas apostas na queda do papel recomprando as ações no mercado, consequentemente elevando ainda mais os preços do ativo.
Leia Também
Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila
O peso do macro continua
Para a Genial Investimentos, essa mudança de tom dos papéis não está diretamente relacionada à expectativa pelo desempenho operacional das varejistas no quarto trimestre e muito menos indica uma virada estrutural para os próximos períodos.
Afinal, o ambiente macroeconômico tende a ser mais complexo para o setor de varejo discricionário de alto ticket neste ano do que foi em 2024, com juros elevados e um câmbio elevado pressionando a inflação, dificultando o trabalho do Banco Central na ancoragem das expectativas e ampliando os desafios fiscais do governo.
Vale destacar que a Casas Bahia (BHIA3) divulgará o balanço referente ao quarto trimestre de 2024 ainda hoje, após o fechamento dos mercados. Já o Magazine Luiza (MGLU3) publicará os números do 4T24 na próxima quinta-feira (13).
A projeção dos analistas é que a Casas Bahia sinta o impacto da alavancagem elevada no 4T24, somada à crescente concorrência com outras plataformas de e-commerce, problemas com ações judiciais e a dificuldade em monetizar créditos fiscais.
Os analistas também preveem que o Magalu deve enfrentar uma desaceleração no desempenho nos próximos trimestres — especialmente nas vendas nas lojas físicas —, apesar de manter uma margem bruta estável.
Por trás da valorização da Casas Bahia (BHIA3) e Magazine Luiza (MGLU3)
A aposta dos analistas é que, devido ao elevado patamar de ações vendidas no mercado (“short interest”) e do índice beta próximo a 2,5 em ambas as companhias, a volatilidade de papéis como a dupla de varejistas tende a ser ainda maior.
- O índice beta de uma ação é uma medida estatística que compara a volatilidade de uma ação com a volatilidade do mercado; é usado para avaliar o risco de um investimento.
“Ambas as empresas têm passado por um aumento no volume de negociação bem acima da média e, especialmente, em relação à Casas Bahia, temos acompanhado um forte movimento especulativo vindo do público pessoa física”, disseram os analistas da Genial.
Hoje, a Casas Bahia conta com cerca de 26,9% das ações em circulação atualmente em posições vendidas, enquanto o Magalu possui em torno de 17,8% dos papéis shorteados, segundo a Genial.
Segundo a Genial, houve um aumento dos custos de manter uma posição vendida (lending interest) em BHIA3 e MGLU3 desde fevereiro.
- E MAIS: Calendário de resultados da semana inclui Eletrobras, CSN, Magazine Luiza e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
Dessa forma, como o short interest dessas ações já estava alto, um rali inesperado poderia começar a forçar esses investidores a zerar suas posições, no chamado “short squeeze”.

O aumento do lending interest reflete justamente essa pressão sobre os investidores que operam vendidos, já que aqueles que ainda desejam manter suas posições enfrentam um custo cada vez mais elevado para continuar apostando na queda.
“Esse fator pode amplificar movimentos de curto prazo, tornando a volatilidade ainda mais acentuada no papel”, avaliaram os analistas. “A valorização expressiva de BHIA3 e MGLU3 parece muito mais técnica e especulativa do que fundamentada em mudanças estruturais.”
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho
A Selic vai cair? Surpresa em dado de inflação devolve apetite ao risco — Ibovespa sobe 1,69% e dólar cai a R$ 5,3870
Lá fora os investidores também se animaram com dados de inflação divulgados nesta terça-feira (12) e refizeram projeções sobre o corte de juros pelo Fed
Patria Investimentos anuncia mais uma mudança na casa — e dessa vez não inclui compra de FIIs; veja o que está em jogo
A movimentação está sendo monitorada de perto por especialistas do setor imobiliário
Stuhlberger está comprando ações na B3… você também deveria? O que o lendário fundo Verde vê na bolsa brasileira hoje
A Verde Asset, que hoje administra mais de R$ 16 bilhões em ativos, aumentou a exposição comprada em ações brasileiras no mês passado; entenda a estratégia
FII dá desconto em aluguéis para a Americanas (AMER3) e cotas apanham na bolsa
O fundo imobiliário informou que a iniciativa de renegociação busca evitar a rescisão dos contratos pela varejista
FII RBVA11 anuncia venda de imóvel e movimenta mais de R$ 225 milhões com nova estratégia
Com a venda de mais um ativo, localizado em São Paulo, o fundo imobiliário amplia um feito inédito
DEVA11 vai dar mais dores de cabeça aos cotistas? Fundo imobiliário despenca mais de 7% após queda nos dividendos
Os problemas do FII começaram em 2023, quando passou a sofrer com a inadimplência de CRIs lastreados por ativos do Grupo Gramado Parks
Tarifaço de Trump e alta dos juros abrem oportunidade para comprar o FII favorito para agosto com desconto; confira o ranking dos analistas
Antes mesmo de subir no pódio, o fundo imobiliário já vinha chamando a atenção dos investidores com uma série de aquisições
