Ranking do Tesouro Direto do mês: retorno dos títulos públicos vira para o vermelho na reta final de novembro com pacote de corte de gastos
Títulos prefixados e indexados à inflação caminhavam para fechar o mês em alta, mas viraram para queda após anúncio de Haddad

Os títulos públicos prefixados e indexados à inflação vendidos no Tesouro Direto acumulavam alta no mês na maioria dos vencimentos até a manhã da última quarta-feira (27). Mas da tarde de ontem para cá, o tempo virou: de valorizações modestas, os papéis passaram a apresentar queda em novembro, e devem fechar o período no vermelho mais uma vez, novamente com os títulos mais longos na lanterna do ranking do Tesouro Direto.
O motivo desta vez foi bastante claro: o anúncio do pacote de cortes de gastos no valor de R$ 70 bilhões feito pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, entre a noite de ontem e a manhã desta sexta-feira (28), que foi considerado insuficiente pelo mercado.
Mas a principal razão para a reação negativa do mercado foi a escolha do governo de anunciar, junto com o pacote, a isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês.
- Previdência Privada, Tesouro Renda+ ou Seguro de Vida? Guia gratuito do Seu Dinheiro ajuda a escolher a melhor opção de investimento para a sua aposentadoria
Embora a medida fosse uma promessa de campanha do presidente Lula e já fosse esperado que uma reforma no imposto de renda fosse nessa direção, a escolha do momento do anúncio foi mal recebida pelo mercado, que entendeu que isso passa a mensagem de que o governo não está realmente comprometido com a responsabilidade fiscal.
Como consequência, o dólar disparou, chegando a furar pela primeira vez a barreira dos R$ 6, e os juros futuros subiram forte, o que derrubou os preços dos títulos públicos prefixados e indexados à inflação. Assim, o rendimento que vinha positivo no mês, virou para o negativo.
Agora, somente os papéis Tesouro Selic apresentam desempenho positivo em novembro, beneficiados pela Selic em alta. Veja o desempenho dos títulos públicos ainda disponíveis para compra no Tesouro Direto nos últimos 30 dias:
Leia Também
Ranking do Tesouro Direto em novembro
Títulos | Últimos 30 dias | No ano | 12 meses |
Tesouro Selic 2029 | 0,93% | 10,20% | 11,31% |
Tesouro Selic 2027 | 0,89% | 10,16% | 11,22% |
Tesouro Prefixado 2027 | -1,00% | - | - |
Tesouro IPCA+ 2029 | -1,17% | 0,42% | 3,03% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2035 | -1,73% | -2,97% | 0,52% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2040 | -2,25% | -4,63% | -0,45% |
Tesouro IPCA+ 2035 | -2,46% | -7,14% | -2,88% |
Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2055 | -2,67% | -8,51% | -3,31% |
Tesouro Prefixado com Juros Semestrais 2035 | -3,25% | - | - |
Tesouro IPCA+ 2045 | -3,50% | -14,90% | -9,51% |
Tesouro Prefixado 2031 | -3,53% | - | - |
O avanço dos juros, por outro lado, elevou os retornos dos títulos, levando a rentabilidade dos papéis Tesouro IPCA+ com vencimento em 2029 a superarem os 7% ao ano mais IPCA, rendimento que costuma ser visto realmente apenas em momentos de crise.
Renda fixa: Tesouro IPCA+ pode render 60% em um ano e é a grande oportunidade do momento, diz Marília Fontes, da Nord
Especialista aponta que as taxas atuais são raras e que o fechamento dos juros pode gerar ganhos de até 60% em um ano
Quanto rendem R$ 10 mil na renda fixa conservadora com a Selic estacionada em 15% — e quais são os ativos mais atrativos agora
Analistas de renda fixa da XP Investimentos simulam retorno em aplicações como poupança, Tesouro Selic, CDB e LCI e recomendam ativos preferidos na classe
Tesouro Selic deve ser primeiro título do Tesouro Direto a ter negociação de 24 horas, diz CEO da B3
Rogério Ceron, secretário do Tesouro Nacional, também falou sobre o que esperar do próximo produto da plataforma: o Tesouro Reserva de Emergência
Nada de 120% do CDI: CDB e LCA estão pagando menos, com queda de juros à vista e sem o banco Master na jogada; veja a remuneração máxima
Levantamento da Quantum Finance traz as emissões com taxas acima da média do mercado e mostra que os valores diminuíram em relação a julho
Chamada final para retornos de 15% ou IPCA + 7%? Analistas indicam o melhor da renda fixa para setembro, antes de a Selic começar a cair
BTG Pactual, BB Investimentos, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante da possibilidade de corte dos juros à frente
CDB do Banco Master a 185% do CDI ou IPCA + 30%: vale a pena investir agora? Entenda os riscos e até onde vai a garantia do FGC
Os títulos de renda fixa seguem com desconto nas plataformas de corretoras enquanto a situação do banco Master continua indefinida
Liquidação no mercado secundário dispara retorno de CDBs do Banco Master: de IPCA + 30% a 175% do CDI
Sem a venda para o BRB, mercado exige prêmio maior para o risco aumentado das dívidas do banco e investidores aceitam vender com descontos de até 40% no preço
Como ficam os CDBs do banco Master e do Will Bank após venda ao BRB ser barrada? Retornos chegam a 25% ao ano ou IPCA + 19%
A percepção de risco aumentou e investidores correm para vender seus títulos novamente, absorvendo prejuízos com preços até 40% menores
SPX diminui aposta no Banco do Brasil e vê oportunidade rara no crédito soberano da Argentina
Com spreads comprimidos travando o mercado local de títulos de dívida, a SPX afina a estratégia para preservar relação risco-retorno em fundos de crédito
Braskem, Vale, Mercado Livre… onde estão os riscos e oportunidades no crédito para quem investe em debêntures, na visão da Moody’s
Relatório da agência de risco projeta estabilidade na qualidade do crédito até o próximo ano, mas desaceleração da atividade em meio a juros altos e incertezas políticas exigem cautela
Prêmio das debêntures de infraestrutura é o menor em cinco anos — quem está comprando esse risco e por quê?
Diferença nas taxas em relação aos retornos dos títulos públicos está cada vez menor, diante da corrida aos isentos impulsionada por uma possível cobrança de imposto
A nova jogada dos gestores de crédito para debêntures incentivadas em meio à incerteza da isenção do IR
Com spreads cada vez mais apertados e dúvidas sobre a isenção do imposto de renda, gestores recorrem ao risco intermediário e reforçam posições em FIDCs para buscar retorno
Tesouro Direto vai operar 24 horas por dia a partir de 2026
Novidades incluem título para reserva de emergência sem marcação a mercado e plataforma mais acessível para novos investidores
Tesouro Direto IPCA ou Prefixado: Qual a melhor opção de renda fixa para lucrar na virada de ciclo dos juros?
Com juros em queda e inflação sob controle, entenda como escolher a melhor opção de rentabilidade para proteger e potencializar os investimentos
Debêntures da Petrobras (PETR4) e prefixados com taxa de 13% ao ano são destaques. Confira as recomendações para renda fixa em agosto
BTG Pactual, Itaú BBA e XP recomendam travar boa rentabilidade agora e levar títulos até o vencimento diante das incertezas futuras
Tesouro Educa+ faz aniversário com taxas de IPCA + 7% em todos os vencimentos; dá para garantir faculdade, material e mais
Título público voltado para a educação dos filhos dobrou de tamanho em relação ao primeiro ano e soma quase 160 mil investidores
De debêntures incentivadas a fundos de infraestrutura, investidores raspam as prateleiras para garantir títulos isentos — e aceitam taxas cada vez menores
A Medida Provisória 1.303/25 tem provocado uma corrida por ativos isentos de imposto de renda, levando os spreads dos títulos incentivados a mínimas históricas
De SNCI11 a URPR11: Calote de CRIs é problema e gestores de fundos imobiliários negociam alternativas
Os credores têm aceitado abrir negociações para buscar alternativas e ter chances maiores de receber o pagamento dos títulos
Renda fixa capta bilhões em dólar e em real e consolida ‘novo normal’ no primeiro semestre de 2025, diz Anbima
Debêntures incentivadas ganham cada vez mais destaque, e até mesmo uma “alternativa exótica” cresce como opção
Ficou mais barato investir em títulos do Tesouro dos EUA e renda fixa global: Avenue amplia variedade de bonds e diminui valor mínimo
São mais de 140 novos títulos emitidos por companhias de países como Canadá, França e Reino Unido