Treasurys: o sinal do Fed que pode mexer com o mercado de dívida mais seguro do mundo
A ata de política monetária de março do banco central norte-americano mostrou uma disposição em mudar o programa de compra de ativos; entenda como isso mexe com o seu bolso
Antes de o Federal Reserve (Fed) começar a subir os juros, nos idos de março de 2022, o banco central norte-americano promoveu uma outra espécie de aperto monetário: a redução do balanço de ativos.
A operação consistia em “vender” ao mercado os títulos do Tesouro — os chamados Treasurys — e os títulos garantidos por hipotecas (MBS, em inglês).
Em outras palavras: o Fed estava devolvendo os papéis ao mercado e retirando de circulação o dinheiro emprestado a juros de pai para filho.
O movimento de redução do balanço é considerado, por muitos especialistas, equivalente a um aperto monetário, já que as condições financeiras ficam mais enxutas sem tantos bilhões de dólares do BC no mercado garantido a liquidez.
Nesta quarta-feira (10), a ata da reunião de política monetária de março do Fed mostrou que o banco central norte-americano pode tomar um novo caminho para o seu balanço trilionário de ativos.
A notícia é importante porque pode mexer não só com o maior mercado de dívida do mundo como a bolsa brasileira.
Leia Também
Em outubro do ano passado, por exemplo, a disparada dos yields dos Treasurys de dez anos — usados como referência global — derrubaram a bolsa por aqui e fizeram o dólar ganhar força.
O Seu Dinheiro contou essa história na época e, desde então, os yields desses papéis vêm renovando recordes e preocupando autoridades.
- VOCÊ JÁ DOLARIZOU SEU PATRIMÔNIO? A Empiricus Research está liberando uma carteira gratuita com 10 ações americanas pra comprar agora. Clique aqui e acesse.
Fed: recordar é viver
Além de cortar os juros para zero, o Fed passou a comprar Treasurys e MBS em larga escala durante a pandemia de covid-19 — um programa chamado de quantitative easing, ou QE.
Essas operações tinham como objetivo restaurar o bom funcionamento desses mercados — que desempenham um papel crítico no fluxo de crédito para a economia como referência e fonte de liquidez.
Em março de 2020, o Fed informou que compraria pelo menos US$ 500 bilhões em Treasurys e US$ 200 bilhões em MBS. Meses depois, indicou que iria adquirir quantias que considerasse necessárias para apoiar o bom funcionamento do mercado e a transmissão eficaz da política monetária.
Em dezembro daquele mesmo ano, o banco central norte-americano atualizou a orientação para indicar que iria reduzir estas compras assim que a economia tivesse feito progressos em direção às metas de máximo emprego e estabilidade de preços.
Quase um ano depois, em novembro de 2021, julgando que o teste tinha sido cumprido, o Fed começou a reduzir o ritmo de compras de ativos a US$ 10 bilhões em títulos do Tesouro e US$ 5 bilhões em MBS todos os meses.
Na reunião de política monetária subsequente, em dezembro de 2021, o BC dos EUA foi aumentando a velocidade com que devolvia esses papéis ao mercado e enxugava a liquidez em excesso — a economia norte-americana mostrava tração para voltar a crescer.
"É UMA CORRIDA PARA O DÓLAR": A ECONOMIA DOS EUA VOLTOU COM TUDO. E AGORA?
Para onde vamos agora?
Com a diminuição gradual das compras de ativos, o Fed conseguiu reduzir em cerca de US$ 1,5 trilhão as suas participações em títulos do Tesouro e em títulos garantidos por hipotecas.
Isso foi possível porque o banco central começou a permitir que até US$ 95 bilhões em rendimentos de obrigações fossem liquidados todos os meses, em vez de os reinvestir como aconteceu na pandemia.
Com isso, o balanço do Fed saiu de quase US$ 8,9 trilhões na época da pandemia para US$ 7,4 trilhões agora.
Nesta quarta-feira (10), a ata da reunião de março do banco central norte-americano voltou a sinalizar mudanças nessas operações: os membros do Fomc discutiram o fim da redução do balanço.
Segundo o documento, ainda não foram tomadas decisões ou indicações sobre como ocorrerá a flexibilização do que ficou conhecido como ajuste quantitativo — embora a ata indique que a redução seria equivalente a “cerca da metade” do ritmo atual e que o processo deveria começar “muito em breve”.
A maioria dos especialistas de mercado espera que o processo comece nos próximos dois meses.
A ata observou que os membros do Fomc acreditam que uma abordagem “cautelosa” deveria ser adotada quando esse momento chegar.
Não uma, mas várias bolhas da IA: Deutsche Bank aponta os exageros e o que realmente pode dar errado a partir de agora
Além das bandeiras vermelhas e verdes ligadas às ações de empresas de inteligência artificial, o banco alemão também acende o sinal amarelo sobre o setor
O dólar vai subir na Argentina? Banco Central anuncia mudança de regime cambial e programa de compra de reservas
A escassez contribuiu para uma corrida contra o peso em outubro, com investidores temendo que a Argentina ficasse sem dólares para sustentar as bandas cambiais
Saída de Warren Buffett e dança das cadeiras representam o fim da Berkshire Hathaway como a conhecemos?
Movimentações no alto escalão da empresa de investimentos do Oráculo de Omaha indicam que a companhia está deixando para trás sua cultura descentralizada e migrando para uma estrutura mais tradicional
Vem aí acordo de paz entre Rússia e Ucrânia? Zelensky abre mão de ingressar na Otan com início das negociações em Berlim
O presidente ucraniano disse que, em conjunto com os europeus e os EUA, está analisando um plano de 20 pontos e que, ao final disso, há um cessar-fogo
Na corrida da IA, Kinea diz que só uma big tech é realmente magnífica e não é a Nvidia — ganho no ano beira 50%
Se a big tech que mais brilhou em 2025 até aqui teve um ganho acumulado de quase 50%, na contramão, a que foi ofuscada perdeu quase 7%
CEO da Nvidia é eleito ‘Pessoa do Ano’ pelo Financial Times e diz se vai ter bolha da IA
A fabricante de chips se tornou a primeira empresa pública do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado; seus papéis acumulam valorização de 36% no ano em Nova York
EUA tomam petroleiro na costa da Venezuela — o que pode acontecer com os preços de petróleo?
As cotações operam em queda nesta quinta-feira (11), com os investidores concentrados nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia; entenda o que mexe com o mercado agora
Os juros caíram nos EUA: as janelas de oportunidade que se abrem para o investidor brasileiro
Entenda por que a decisão do Fed desta quarta-feira (10) — que colocou a taxa na faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano — importa, e como montar uma carteira de olho nos juros norte-americanos
A última do ano: Fed atende chamado do mercado e corta juros em 0,25 pp; a projeção para 2026 é de uma redução
No comunicado, o BC norte-americano indica que a incerteza sobre as perspectivas econômicas permanece elevada nos EUA e que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses
Copa do Mundo 2026: passagens para as cidades onde o Brasil joga já estão mais caras; confira os preços
Simulações do Google Flights mostram que as viagens para Nova York, Filadélfia e Miami ficaram mais caras após o sorteio da Copa do Mundo 2026
Criptomoedas como o bitcoin (BTC) podem ser um risco para os bancos dos EUA, segundo a Fitch — mas há janelas de oportunidade
A agência de classificação de risco aponta benefícios na emissão de stablecoins, na tokenização de depósitos e no uso de tecnologia blockchain
Cartão de débito internacional em dólar e euro: confira os detalhes da Conta Global integrada ao Superapp do Itaú Personnalité
A ideia é que o cliente tenha a opção disponível em 180 países, 24 horas por dia, sete dias por semana, no mesmo aplicativo em que já concentra sua vida financeira
João Fonseca x Carlos Alcaraz: veja onde assistir à partida de tênis e horário
João Fonseca x Carlos Alcaraz agita o Miami Invitational em duelo que marca a pré-temporada do brasileiro, após um ano de ascensão no circuito
Nvidia, Trump e China: o “sim” que fez a ação da gigante de chips de IA subir forte em Nova York
Os semicondutores, que são componentes essenciais em quase todas as categorias de eletrônicos, estão no centro da corrida de IA entre os Estados Unidos e a China
O polo de IA mais poderoso do mundo: por que Ray Dalio diz que Oriente Médio é o Vale do Silício dos capitalistas
O megainvestidor também fala o que pensa sobre a possibilidade de a bolha da inteligência artificial estourar, e conta o que o investidor deve fazer agora
Mega da Virada é pouco? Loteria espanhola El Gordo distribui prêmio equivalente a R$ 17,6 bilhões no Natal
Criado em 1812, o concurso espanhol é tratado como patrimônio cultural, e milhões de pessoas adquirem bilhetes na expectativa de garantir uma fatia do montante total, que movimenta algo próximo de 2,7 bilhões de euros em prêmios
Perdeu sua mala? Justiça de SP dá prazo para retirada de 17 mil objetos perdidos no aeroporto de Guarulhos; veja itens inusitados
Os objetos — que incluem bolsas, malas, mochilas, relógios, roupas e aparelhos eletrônicos — estão armazenados no galpão do Fundo Social do Município
Ataque russo com drones e mísseis atinge setores de energia nuclear e de transporte da Ucrânia, diz Kiev
Não houve nenhum avanço nas conversações intermediadas pelos Estados Unidos nesta semana com o objetivo de encerrar o conflito.
Como um surto de varíola animal ameaça a produção (e o preço) de queijos feitos com leite de cabra e ovelha
A varíola animal já levou ao abate de milhares de cabras e ovelhas na Grécia, reduzindo a oferta de leite, pressionando o preço do queijo feta e levantando críticas à resposta do governo
Bolsões de risco nos EUA: a expansão das finanças estruturadas esconde um perigo — e a Fitch diz onde ele está
As finanças estruturadas fazem parte dos mercados de capitais que securitiza os setores imobiliários, entre outras atividades