Juros nos EUA: a mensagem do principal relatório de emprego sobre o futuro das taxas que mexem com as bolsas do mundo
O mercado torceu o nariz para os dados mais fortes do que o esperado do chamado payroll referente ao mês de maio; entenda a reação e o que esperar agora

A economia norte-americana criou mais empregos do que o esperado em maio: foram 272 mil vagas contra uma previsão de 190 mil da Dow Jones e acima das 165 mil vagas abertas em abril. A taxa de desemprego, por sua vez, subiu a 4% — a primeira vez que atingiu essa barreira desde janeiro de 2022 — ante expectativa de manutenção em 3,9%. De olho nos juros, o mercado não gostou do que viu.
Em Wall Street, assim que os dados foram revelados, os futuros de Nova York passaram a cair e o yield (rendimento) dos Treasurys atingiram a máxima do dia. Por aqui, o dólar disparou para máximas e o Ibovespa futuro caiu mais de 1%. Acompanhe nossa cobertura ao vivo dos mercados.
A reação justifica a expectativa de uma semana inteira por dados que pudessem dar ao Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) a luz verde para cortar os juros logo — porém não tão fracos que indicassem uma recessão na maior economia do mundo.
Por volta de 13h55, o Dow Jones subia 0,20% e o S&P 500, 0,29%, depois de bater máxima intradiária, enquanto o Nasdaq tinha alta de 0,25%. Já o Ibovespa, opera em queda de 0,92%, ao 121.772,28 pontos e o dólar sobe, a R$ 5,2790.
- No mercado financeiro, agir rápido é essencial para capturar as melhores oportunidades. E você pode receber as informações mais importantes do dia antes mesmo de a bolsa abrir. Basta clicar aqui para se inscrever gratuitamente em uma das newsletters mais lidas da Faria Lima.
Payroll: o que os dados de emprego sinalizam sobre os juros
A força do mercado de trabalho norte-americano enviou um sinal de que os juros não devem cair por agora nos EUA.
As apostas indicam que o início do ciclo de afrouxamento por lá não deve acontecer antes de setembro — e boa parte delas se concentra em dezembro deste ano.
Leia Também
James Knightley, economista chefe internacional do ING, manteve a projeção de que os juros devem começar a cair em setembro nos EUA.
“Nossa previsão se baseia no fato de que a política monetária é restritiva com os juros na faixa atual de 5,25% a 5,50% — em um ambiente em que vêem a taxa neutra em torno de 2,6%. O Fed também não quer causar uma recessão se não for necessário e se os dados permitirem começar a tornar a política monetária um pouco menos restritiva, pensamos que aproveitarão essa oportunidade”, disse Knightley.
André Valério, economista sênior do Inter, também acredita no primeiro corte em setembro.
“De modo geral, o resultado do payroll foi um tanto quanto contraditório, especialmente se analisarmos à luz dos outros dados de emprego e atividade que foram divulgados essa semana, todos piores que o esperado. Dada essa incerteza, o Fed deverá se pautar ainda mais pelo comportamento da inflação”, afirmou.
ONDE INVESTIR EM JUNHO? ANALISTA DE AÇÕES FAZ RECOMENDAÇÃO INUSITADA PARA CARTEIRA DE INVESTIMENTOS
O próximo dado de inflação nos EUA, referente a maio, será divulgado na quarta-feira da semana que vem, mesmo dia do anúncio da decisão de política monetária de junho do Fed.
Thomas Feltmate, diretor e economista-sênior da TD Economics, acredita que o primeiro corte virá em dezembro por conta do aumento dos salários, que deve ser observado de perto pelo Fed.
“As pressões salariais ainda elevadas estão ajudando a sustentar fortes ganhos nas despesas com serviços e contrariando os esforços do Fed para desacelerar a inflação em todo o setor dos serviços. Por essa razão, pensamos que é improvável que o comitê esteja pronto para começar a cortar os juros antes de dezembro”, afirmou.
As apostas dos investidores sobre o corte de juros nos EUA para setembro caíram logo após o payroll de maio: saíram de 67,4% antes do dado para 52,6%, de acordo com dados compilados pelo CME Group.
Na outra ponta, a possibilidade de apenas uma redução de 25 pontos-base cresceu, para 38,8%, superando as chances de uma diminuição de 50 pontos-base, que foi para 36,3%.
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR
Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana
Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis
Acabou para a China? A previsão que coloca a segunda maior economia do mundo em alerta
Xi Jinping resolveu adotar uma postura de esperar para ver os efeitos das trocas de tarifas lideradas pelos EUA, mas o risco dessa abordagem é real, segundo Gavekal Dragonomics
Bitcoin (BTC) rompe os US$ 95 mil e fundos de criptomoedas têm a melhor semana do ano — mas a tempestade pode não ter passado
Dados da CoinShares mostram que produtos de investimento em criptoativos registraram entradas de US$ 3,4 bilhões na última semana, mas o mercado chega à esta segunda-feira (28) pressionado pela volatilidade e à espera de novos dados econômicos
Copom busca entender em que nível e por quanto tempo os juros vão continuar restritivos, diz Galípolo, a uma semana do próximo ajuste
Em evento, o presidente do BC afirmou que a política monetária precisa de mais tempo para fazer efeito e que o cenário internacional é a maior preocupação do momento
Huawei planeja lançar novo processador de inteligência artificial para bater de frente com Nvidia (NVDC34)
Segundo o Wall Street Journal, a Huawei vai começar os testes do seu processador de inteligência artificial mais potente, o Ascend 910D, para substituir produtos de ponta da Nvidia no mercado chinês
Próximo de completar 100 dias de volta à Casa Branca, Trump tem um olho no conclave e outro na popularidade
Donald Trump se aproxima do centésimo dia de seu atual mandato como presidente com taxa de reprovação em alta e interesse na sucessão do papa Francisco
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana