A China vai desmoronar? O que as mentes mais brilhantes dizem sobre o futuro da segunda maior economia do mundo
O prêmio Nobel Paul Krugman, o economista Mohamed El-Erian e outras personalidades da economia e do mercado global fazem as previsões para Pequim
O mercado imobiliário da China enfrenta dificuldades, as pressões deflacionistas estão se espalhando por todo o país e o mercado de ações vem sendo sacudido por uma viagem turbulenta até agora este ano — o índice de referencial CSI 300 apagou cerca de 40% do valor em relação aos picos de 2021.
Para acrescentar sal à ferida, os números do índice de gerentes de compra (PMI, na sigla em inglês) de janeiro mostraram que a atividade industrial encolheu pelo quarto mês consecutivo, impulsionada pela queda da demanda.
A série de dados pessimistas desencadeou, consequentemente, uma onda de ceticismo em relação à segunda maior economia do mundo.
A China vai desmoronar?
A própria China, no entanto, não está disposta a confessar que a economia está em frangalhos.
Recentemente, o presidente chinês, Xi Jinping, disse que a economia do país se tornou “mais resiliente e dinâmica este ano”.
Alimentando desse otimismo, é justo dizer que houve alguns sinais de esperança para o gigante chinês — embora eles possam não ser suficientes para influenciar os ursos nos mercados.
A atividade industrial na China, por exemplo, expandiu-se pelo terceiro mês consecutivo em janeiro, enquanto o setor de luxo do país parece ensaiar uma retomada.
PODCAST TOUROS E URSOS - O ano das guerras, Trump rumo à Casa Branca e China mais fraca: o impacto nos mercados
O que pensam as mentes mais brilhantes
Fato é que a situação atual da China chamou atenção de algumas das mentes mais brilhantes do mundo financeiro e econômico.
O prêmio Nobel Paul Krugman está entre algumas das vozes mais pessimistas em relação à China, dizendo que o país está entrando em uma era de estagnação e desilusão.
“A China deveria crescer depois de suspender as rigorosas medidas da era da ‘zero-Covid’, mas fez exatamente o oposto”, escreveu Krugman em recente artigo no New York Times.
Segundo ele, da má liderança ao elevado desemprego juvenil, a segunda maior economia do mundo enfrenta ventos contrários vindos de todos os cantos — e o tropeço do país não é isolado, alerta Krugman, podendo se tornar um problema de todos.
Já a Allianz inverteu a visão otimista em relação à China, prevendo agora que Pequim crescerá em média 3,9% entre 2025 e 2029 — menos do que a previsão de 5% antes do início da pandemia de covid-19.
O principal economista e conselheiro da Allianz, Mohamed El-Erian, destacou o péssimo desempenho do mercado de ações da China em relação aos dos EUA e da Europa, ressaltando a forte divergência entre os três mercados de ações.
Os conhecidos problemas imobiliários da China têm sido o gatilho do pessimismo de Wall Street em relação a Pequim.
Falando no Fórum Econômico Mundial, em Davos, no mês passado, a chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, disse que o setor imobiliário da China precisa de conserto, enquanto a economia de maneira geral precisa de reformas estruturais para evitar um declínio nas taxas de crescimento.
O FMI espera que a demanda por habitação caia 50% na China durante a próxima década.
- Leia também: China não é ameaça aos EUA — ao menos não no campo econômico, diz Stuhlberger, da Verde Asset
Há quem esteja otimista
Um quadro sombrio para a China, no entanto, não é unanimidade entre as principais figuras da economia e do mercado global.
O JPMorgan descreveu cenários otimistas para a China em um relatório recente. “Apesar do sentimento de declínio do mercado de ações e dos problemas persistentes no mercado imobiliário, certos segmentos da economia chinesa provaram a sua resiliência”, afirmou.
O banco afirmou que é improvável que o papel crucial da China como fabricante global diminua, acrescentando que a demanda cíclica pelas exportações pode seguir intacta.
O Instituto de Finanças Internacionais também está nesse time ao afirmar que o governo tem capacidade política para impulsionar a economia da China em direção ao seu potencial de crescimento.
O instituto manteve a previsão acima do consenso para o crescimento de 5% em 2024. Os últimos números do Produto Interno Bruto (PIB) da China nos últimos três meses de 2023 ficaram abaixo das estimativas dos analistas, a 5,2%.
*Com informações da CNBC
O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic
Fed comandado por Jerome Powell deve mostrar postura cautelosa sobre os cortes nas taxas de juros, sem previsões imediatas de redução
Novo round de Milei contra o Congresso na Argentina tem proposta para regularizar fortunas, minirreforma trabalhista e corte em isenção de impostos
O texto precisou passar por uma série de alterações e terminou com 232 artigos, sendo 112 deles relativos a medidas fiscais
Nova pesquisa eleitoral liga sinal amarelo para governo de Joe Biden: Donald Trump segue à frente do democrata
No topo da lista de prioridades do eleitorado norte-americano, estão a proteção à democracia — sendo considerada extremamente importante por 58% dos entrevistados
Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra
Na semana passada, os Estados Unidos aprovaram um novo pacote bilionário para ajuda à Ucrânia, Israel e Taiwan
O que a queda do lucro da indústria da China pode significar para o mundo neste momento? Exportação de carros elétricos preocupa EUA e Europa
No acumulado do trimestre, o lucro cresceu 4,3%, para US$ 208 bilhões, o que representa uma desaceleração em relação à recuperação após a pior fase da pandemia de covid-19
Desdobramentos da crise dos bancos regionais nos EUA: Fulton Bank assume todos os depósitos e ativos do Republic First Bank
A partir deste sábado (27), as 32 agências do Republic First em Nova Jersey, Pensilvânia e Nova York reabrirão como agências do Fulton Bank
Obrigada, Milei? Carros na Argentina devem ficar mais baratos com nova medida
O governo ainda anunciou que será mantida a isenção de direitos de vendas ao exterior para as exportações incrementais
Os EUA conseguem viver com os juros nas alturas — mas o resto do mundo não. E agora, quem vai ‘pagar o pato’?
Talvez o maior ‘bicho papão’ dos mercados hoje em dia sejam os juros nos EUA. Afinal, o que todo mundo quer saber é: quando a taxa vai finalmente começar a cair por lá? As previsões têm adiado cada vez mais a tesourada inicial do Federal Reserve (Fed, BC dos EUA). Mas a questão é: a […]
É tudo culpa dos juros? PIB dos EUA vem abaixo do esperado, mas outro dado deixa os mercados de cabelo em pé
A economia norte-americana cresceu 1,6% no primeiro trimestre do ano, abaixo das projeções de expansão de 2,5% e menor também que os 3,4% do quarto trimestre de 2023, mas os investidores estão olhando para outro indicador que também saiu nesta quinta-feira (25)
A terapia de choque de Milei deu certo? Argentina registra o primeiro superávit trimestral em 16 anos. Veja como presidente conseguiu
O chefe da Casa Rosada fez um pronunciamento em rede nacional para comemorar o feito — e alfinetar o antecessor
Leia Também
-
Elon Musk dispensa dois executivos seniores em nova rodada de demissões na Tesla (TSLA); ações caem em NY
-
Se não pode vencê-los… Elon Musk volta da China com boas notícias e Tesla salta quase 10% no pré-mercado
-
Exército russo tem avanço diário sobre Ucrânia, que enfrenta soldados exaustos após mais de dois anos de guerra
Mais lidas
-
1
Brasil é o segundo país que mais recebeu investimento estrangeiro em 2023 e deixa China para trás
-
2
Fundos imobiliários sentem o “efeito Campos Neto” e Fed nos juros, mas queda abre oportunidade para comprar FIIs com desconto
-
3
O impacto da decisão do Fed: como os juros americanos afetam o Brasil e o futuro da Selic