“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, diz CEO do Bradesco (BBDC4) — e revela o desafio que tem nas mãos daqui para frente
Na agenda de Marcelo Noronha está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital
Depois de elevar a lucratividade e a rentabilidade no terceiro trimestre de 2024, o CEO do Bradesco (BBDC4), Marcelo Noronha, está focado em aumentar a competitividade diante das altas taxas de juros no país, mas ainda vê desafios no radar — a começar pelo ROE (retorno sobre o patrimônio líquido médio).
“A gente está mexendo muitas coisas de uma vez só, e não é apenas para aumentar a rentabilidade”, disse o executivo, em entrevista à Bloomberg.
- Bancos tradicionais ou digitais: quem levou a melhor na temporada de balanços? Cadastre-se sem custos e confira a cobertura pós resultados
Os planos do Bradesco (BBDC4) para o ROE
Na agenda do executivo, está um objetivo principal: fazer o ROE do bancão voltar a ultrapassar o custo de capital.
Relembrando, o custo de capital representa o custo total para uma empresa ao financiar suas operações e crescimento por meio de diferentes fontes de capital, incluindo dívidas e capital próprio (equity).
Quando o ROE é superior ao custo de capital, significa que a companhia está gerando valor para os acionistas, uma vez que o retorno que recebem sobre os investimentos é maior do que o custo para a empresa ao levantar e utilizar esse dinheiro.
No terceiro trimestre, a rentabilidade sobre o patrimônio líquido do Bradesco (BBDC4) ficou em 12,4%, um aumento de 1,1 ponto percentual (p.p) em relação ao mesmo período de 2023.
Leia Também
Apesar da recomposição de rentabilidade, o indicador do Bradesco veio levemente abaixo do esperado pelas projeções compiladas pelo Seu Dinheiro, que apontavam para uma rentabilidade média de 12,8% entre julho e setembro, e também foi o menor ROE entre os principais nomes do setor bancário no período.
“Minha promessa foi de transformar o banco, mas não disse quando”, afirmou Noronha, durante o evento CEO Forum, realizado nesta semana pelo Bradesco BBI em Nova York.
Ainda que não tenha “data nem hora para acontecer”, Noronha destaca que o quarto trimestre e os resultados sequenciais que estão por vir já devem trazer melhorias nos números do bancão.
“Estamos trabalhando para entregar ROEs cada vez melhores. Estamos crescendo, mas temos os pés no chão.”
CEO quer crescer a carteira de crédito, mas com menor apetite a risco
Para Noronha, o portfólio de crédito no Brasil pode aumentar em torno de R$ 3 trilhões entre 2023 e 2028 — e o Bradesco poderia surfar o crescimento da carteira, se tornando responsável por pelo menos 15% dessa fatia.
“Isso pode gerar uma receita bruta adicional de até R$ 45 bilhões, dependendo do mix. Em 2023, essa receita foi de cerca de R$ 65 bilhões. É um mercado com muito potencial”, disse.
O Bradesco tem planos de ganhar espaço no mercado de crédito até 2028, período que mira o plano estratégico desenhado por Noronha para aumentar a rentabilidade do banco.
- Leia também: Medo da bomba fiscal? CEO do Bradesco (BBDC4) aponta dado que traz segurança para o banco após balanço sólido
Essa estratégia de retomada do crescimento da carteira já faz parte do “core” do plano de “turnaround” do Bradesco desde o início da gestão do CEO.
Vale lembrar que o executivo assumiu o comando no fim do ano passado, com um mandato de reestruturar o banco após uma sequência de resultados ruins desde 2022.
Na época, as finanças do Bradesco foram atingidas pelas provisões para perdas com empréstimos nas alturas depois que a maior oferta de crédito durante a pandemia se traduziu em atrasos nos pagamentos e recuperações judiciais se espalhando no mundo corporativo.
Apesar dos planos para a carteira, o objetivo do Bradesco é manter o conservadorismo na concessão de crédito, com apetite de risco mais rigoroso e foco em linhas de menor risco de inadimplência.
Como o Banco Central deixou a porta aberta para novos apertos na Selic nas próximas reuniões, as instituições financeiras tendem, em geral, a ser mais conservadores para evitar outras rodadas de inadimplência elevada nos empréstimos.
O próprio CEO do Bradesco afirma que não pretende “fazer maluquice com crédito para entregar resultado” — especialmente quando há a expectativa de que as taxas de juros no Brasil, atualmente em 11,25% ao ano, continuem a subir nos próximos meses.
É preciso destacar que a aposta em segmentos mais seguros, como empréstimos consignados, se traduzem em prêmios de risco de crédito menores — e, portanto, mais baixo retorno.
“Continuamos trabalhando com uma expansão de 9% em nossa carteira de crédito, mas temos um portfólio muito mais seguro, que nos dá tranquilidade para desacelerar um pouco o ritmo de crescimento em um cenário de maior estresse”, disse Noronha à Bloomberg.
*Com informações da Bloomberg e do Brazil Journal.
Game of Thrones, Friends, Harry Potter e mais: o que a Netflix vai levar em acordo bilionário com a Warner
Compra bilionária envolve HBO, DC, Cartoon Network e séries de peso; integração deve levar até 18 meses
A guerra entre Nubank e Febraban esquenta. Com juros e impostos no centro da briga, quais os argumentos de cada um?
Juros, inadimplência, tributação e independência regulatória dividem fintechs e grandes instituições financeiras. Veja o que dizem
Depois de escândalo com Banco Master, Moody’s retira ratings do BRB por risco de crédito
O rebaixamento dos ratings do BRB reflete preocupações significativas com seus processos e controles internos, atualmente sob investigação devido a operações suspeitas envolvendo a aquisição de carteiras de crédito, diz a agência
Cyrela (CYRE3) e SLC (SLCE3) pagam R$ 1,3 bilhão em dividendos; Eztec (EZTC3) aumentará capital em R$ 1,4 bilhão com bonificação em ações
A maior fatia da distribuição de proventos foi anunciada pela Cyrela, já o aumento de capital da Eztec com bonificação em ações terá custo de R$ 23,53 por papel e fará jus a dividendos
Gol (GOLL54) é notificada pelo Idec por prática de greenwashing a viajantes; indenização é de R$ 5 milhões
No programa “Meu Voo Compensa”, os próprios viajantes pagavam a taxa de compensação das emissões. Gol também dizia ter rotas neutras em carbono
Se todo mundo acha que é uma bolha, não é: veja motivos pelos quais o BTG acredita que a escalada da IA é real
Banco aponta fundamentos sólidos e ganhos de produtividade para justificar alta das empresas de tecnologia, afastando o risco de uma nova bolha
Produção de cerveja no Brasil cai, principalmente para Ambev (ABEV3) e Heineken (HEIA34); preço das bebidas subiu demais, diz BTG
A Ambev aumentou os preços de suas marcas no segundo trimestre do ano, seguida pela Heineken, em julho — justamente quando as vendas começaram a encolher
Vale (VALE3) desafia a ordem de pagar R$ 730 milhões à União; mercado gosta e ações sobem mais de 1%
Em comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a mineradora alega que a referida decisão foi proferida em primeira instância, “portanto, seu teor será objeto de recursos cabíveis”
De seguro pet a novas regiões: as apostas da Bradesco Seguros para destravar o próximo ciclo de crescimento num mercado que engatinha
Executivos da seguradora revelaram as metas para 2026 e descartam possibilidade de IPO
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
