Fim da greve mais cara dos EUA: Boeing encerra paralisação que custou US$ 10 bilhões à economia; ações sobem em NY
Após três propostas recusadas pelo sindicato, a Boeing chegou a um acordo com os trabalhadores que determina aumento salarial em 38%
A greve mais cara dos Estados Unidos nos últimos 25 anos chegou ao fim. Após quase dois meses de paralisação, os trabalhadores da Boeing aprovaram uma proposta trabalhista da companhia. O acordo determinou o encerramento da greve que já teve impacto econômico, dentro e fora dos EUA, de cerca de US$ 10 bilhões, segundo a Anderson Economic Group.
De acordo com o sindicato, 59% dos votantes concordaram em aprovar a oferta formal da empresa, que inclui aumentos salariais de 38% em quatro anos e bônus de ratificação e produtividade.
No entanto, a companhia vetou o restabelecimento de um antigo plano de pensão da Boeing, uma das principais reivindicações dos grevistas, que foi congelado há quase uma década.
- GRÁTIS: Reportagens, análises e tudo o que você precisa saber sobre esta temporada de balanços para investir melhor; cadastre-se gratuitamente para acessar
Apesar da recusa, o presidente da maior Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM, na sigla em inglês) local na Boeing e negociador-chefe do sindicato afirmou que está satisfeito com o acordo. “Estou orgulhoso de nossos membros. É uma vitória”, disse Jon Holden.
Com a decisão, cerca de 33 mil funcionários devem voltar aos postos de trabalho a partir desta quarta-feira (6). A Boeing informou que a retomada integral da produção deverá levar "algumas semanas".
“Embora os últimos meses tenham sido difíceis para todos nós, somos parte da mesma equipe”, disse o CEO Kelly Ortberg em uma declaração. “Só avançaremos ouvindo e trabalhando juntos. Há muito trabalho pela frente para retornar à excelência que fez da Boeing uma empresa icônica.”
Leia Também
E parece que os investidores gostaram da notícia. Por volta das 11h40, os papéis da Boeing apresentavam alta de 1,27%, a US$ 165, em Nova York.
Uma longa novela: as negociações para o fim da greve
Esta é a quarta oferta da fabricante norte-americana desde o início da greve, em 13 de setembro. A primeira proposta oferecia 25% de aumento salarial – bem longe dos 40% exigidos pelos grevistas.
O acordo foi rejeitado de forma quase unânime, por 95% dos trabalhadores do sindicato, o que levou ao início da primeira paralisação dos funcionários da empresa em 16 anos.
Menos de um mês após o início da greve, a Boeing anunciou outra proposta que definia um aumento salarial de 30%. Na época, a empresa ainda declarou que seria a “melhor e última oferta”.
Contudo, a IAM afirmou que a proposta e o anúncio, realizado publicamente e sem diálogo com os trabalhadores, eram “uma demonstração grave de desrespeito”.
A Boeing, então, suspendeu a oferta e indicou que se retiraria das negociações. Foi apenas com a intervenção da Secretária Interina do Trabalho, Julie Su, que a companhia e o sindicato voltaram a negociar o fim da paralisação.
A fabricante de aeronaves voltou a fazer uma nova proposta, que oferecia 35% de aumento salarial, mas foi recusada novamente por 64% dos trabalhadores.
A nova proposta da Boeing
Na última semana, a Boeing propôs um outro acordo, que determina que o pagamento do maquinista será em média de US$119.309 no final do contrato. Atualmente, a remuneração é de US$ 75.608.
Além disso, a proposta também determina acréscimo às contribuições de aposentadoria – conhecido como 401(k) – e um bônus de assinatura de até US$ 12 mil. A empresa ainda terá a opção de oferecer uma combinação de bônus de US$ 7 mil e um depósito 401(k) de US$ 5 mil.
Os trabalhadores chegaram a reclamar do alto custo de vida em Seattle, local onde a maioria das aeronaves da Boeing são produzidas. Contudo, o sindicato alertou que o acordo seria o melhor que os trabalhadores conseguiriam obter.
Segundo a Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais do Distrito 751, os funcionários corriam o risco de ofertas menores caso a atual não fosse aprovada. “Em toda negociação e greve, chega um ponto em que já extraímos tudo o que podíamos com barganha e paralisação do nosso trabalho”, afirmou.
LEIA TAMBÉM: Pouso forçado: Boeing planeja demitir 17 mil funcionários nos próximos meses
Greve bilionária: os impactos da paralisação na Boeing
O fim da greve chega em um momento de turbulências para a Boeing. Isso porque a empresa vem enfrentando dificuldades financeiras. Segundo o balanço do terceiro trimestre de 2024, a companhia apresentou um prejuízo líquido de US$ 6,17 bilhões.
Já a receita anual caiu 1% no trimestre, a US$ 17,84 bilhões, e o caixa livre estava negativo em US$ 2 bilhões no fim de setembro. Os detalhes do balanço você confere nesta reportagem do Seu Dinheiro.
De acordo com a companhia, parte dos resultados desanimadores foram gerados pela greve. Isso porque a paralisação atingiu o principal centro de produção da Boeing e suspendeu a fabricação do avião 737 MAX, um dos campeões de vendas da empresa.
Vale ressaltar que a maior parte da receita obtida pela fabricante é gerada pela venda de jatos comerciais, após a entrega das aeronaves para as empresas aéreas.
*Com informações da CNN News, Yahoo!Finance e CNBC
Do fiasco do etanol de segunda geração à esperança de novo aporte: o que explica a turbulenta trajetória da Raízen (RAIZ4)
Como a gigante de energia foi da promessa do IPO e da aposta do combustível ESG para a disparada da dívida e busca por até R$ 30 bilhões em capital
Cade aceita participação da Petrobras (PETR4) em negociações de ações da Braskem (BRKM5), diz jornal
De acordo com jornal Valor Econômico, a estatal justificou sua intervenção ao alegar que não foi notificada da intenção de venda
Petrobras (PETR4) joga balde de água fria em parceria com a Raízen (RAIZ4)
Em documento enviado à CVM, a estatal nega interesse em acordo com a controlada da Cosan, como indicou o jornal O Globo no último sábado (16)
David Vélez, CEO do Nubank (ROXO34), vende US$ 435,6 milhões em ações após resultados do 2T25; entenda o que está por trás do movimento
A liquidação das 33 milhões de ações aconteceu na última sexta-feira (15), segundo documento enviado à Comissão de Valores Mobiliários dos EUA
Lucro da XP (XPBR31) sobe a R$ 1,3 bilhão no 2T25, mas captação líquida despenca 70% em um ano
A XP teve um lucro líquido de R$ 1,32 bilhão no segundo trimestre de 2025, um crescimento de 18% na base anual; veja os destaques do resultado
Copel (CPLE6) marca assembleia sobre migração para o Novo Mercado; confira a data
Além da deliberação sobre o processo de mudança para o novo segmento da bolsa brasileira, a companhia também debaterá a unificação das ações
Banco Central aciona alerta de segurança contra possível ataque envolvendo criptoativos
Movimentações suspeitas com USDT no domingo gerou preocupações no BC, que orientou empresas de pagamento a reforçarem a segurança
Credores da Zamp (ZAMP3) dão luz verde para a OPA que vai tirar a dona do Burger King da bolsa
A oferta pública de aquisição de ações ainda precisa da adesão de dois terços dos acionistas minoritários
Raízen (RAIZ4) dispara 10% após notícias de possível retorno da Petrobras (PETR4) ao mercado de etanol
Segundo O Globo, entre as possibilidade estão a separação de ativos, acordos específicos de gestão ou a compra de ativos isolados
Com salto de 46% no lucro do segundo trimestre, JHSF (JHSF3) quer expandir aeroporto executivo; ações sobem na B3
A construtora confirmou que o novo projeto foi motivado pelos bons resultados obtidos entre abril e junho deste ano
Prio (PRIO3) anuncia paralisação de plataforma no campo de Peregrino pela ANP; entenda os impactos para a petroleira
A petroleira informou que os trabalhos para os ajustes solicitados levarão de três a seis semanas para serem cumpridos
Hora de dar tchau: GPA (PCAR3) anuncia saída de membros do conselho fiscal em meio a incertezas na liderança
Saídas de membros do conselho e de diretor de negócios levantam questões sobre a direção estratégica do grupo de varejo
Entre flashes e dívidas, Kodak reaparece na moda analógica mas corre o risco de ser cortada do mercado
Empresa que imortalizou o “momento Kodak” enfrenta nova crise de sobrevivência
Presidente do Banco do Brasil (BBAS3) corre risco de demissão após queda de 60% do lucro no 2T25? Lula tem outro culpado em mente
Queda de 60% no resultado do BB gera debate, mas presidente Tarciana Medeiros tem respaldo de Lula e minimiza pressão por seu cargo
Compra do Banco Master pelo BRB vai sair? Site diz que Banco Central deve liberar a operação nos próximos dias
Acordo de R$ 2 bilhões entre bancos avança no BC, mas denúncias de calote e entraves judiciais ameaçam a negociação
Petrobras (PETR4) avalia investimento na Raízen (RAIZ4) e estuda retorno ao mercado de etanol, diz jornal
Estatal avalia compra de ativos ou parceria com a joint venture da Cosan e Shell; decisão final deve sair ainda este ano
Dividendos e JCP: Vulcabras (VULC3) vai distribuir R$ 400 milhões em proventos; confira os prazos
A empresa de calçados vai distribuir proventos aos acionistas na forma de dividendos, com pagamento programado somente para este ano
Gol (GOLL54) segue de olho em fusão com a Azul (AZUL4), mas há condições para conversa entre as aéreas
A sinalização veio após a Gol divulgar resultados do segundo trimestre — o primeiro após o Chapter 11 — em que registrou um prejuízo líquido de R$ 1,532 bilhão
Méliuz (CASH3) estreia nos EUA para reforçar aposta em bitcoin (BTC); veja o que muda para os investidores
A nova listagem estreia no índice OTCQX, sob o ticker MLIZY, com o JP Morgan como banco depositário responsável pelos recibos nos EUA
Cosan (CSAN3): disparada de prejuízos, aumento de dívidas e… valorização das ações? Entenda o que anima o mercado
Apesar do prejuízo líquido de R$ 946 milhões, analistas veem fundamentos sólidos em subsidiárias importantes do grupo