Embraer (EMBR3) vai receber US$ 150 milhões da Boeing após acordo em processo de arbitragem – mas pagamento é menor do que o esperado e ações brasileira recuam
O acordo entre as empresas de aviação põe fim a um processo de arbitragem movido pela Embraer após desistência da Boeing em negócio que visava a criação de joint venture no Brasil
Uma disputa extrajudicial de quatro anos entre a Embraer (EMBR3) e a Boeing chegou ao fim – mas os investidores não parecem felizes com a solução do processo.
A empresa de aviação brasileira anunciou nesta segunda-feira (16) que a Boeing irá pagar US$ 150 milhões (R$ 828 milhões) em um acordo que conclui um processo de arbitragem entre as duas fabricantes de aeronaves.
A ação foi movida em abril de 2020, após a Boeing desistir unilateralmente de um acordo de fusão e aquisição. O negócio incluía a criação de uma joint venture no Brasil e uma parceria relacionada à aeronave C-390.
O comunicado sobre o pagamento foi realizado por meio de um fato relevante da Embraer à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) nesta manhã. No entanto, a companhia não revelou detalhes sobre a transação.
Apesar do fim do processo, o pagamento é avaliado como abaixo das expectativas do mercado, segundo o JP Morgan e o Itaú BBA.
Os analistas previam um valor entre US$ 300 milhões e US$ 400 milhões, que incluiria o reembolso completo dos custos, além de multas.
Leia Também
De acordo com o JP Morgan, o pagamento “é menor do que o previsto, mas melhor do que nada” e prevê impactos positivos para a Embraer.
As projeções do Itaú BBA também vão na mesma rota do banco norte-americano, mas a instituição financeira enxerga que o valor da transação possui efeito negativo nos papéis durante o pregão de hoje.
Por volta das 13h30 (horário de Brasília), as ações da Embraer caíam 5,10%.
- LEIA TAMBÉM: SD Select entrevista analista e libera carteira gratuita de ações americanas pra você buscar lucros dolarizados em 2024. Clique aqui e acesse.
As vantagens do acordo
Apesar do valor abaixo das expectativas, o JP Morgan enxerga impactos positivos para a empresa brasileira. Isso porque considera que o fluxo de caixa será usado para melhorar a posição de alavancagem da Embraer.
O valor recebido, segundo relatório, deve reduzir a dívida líquida da companhia em relação ao EBITDA ajustado para cerca de 1,8x, em comparação com 2,0x apresentados no segundo trimestre de 2024.
De acordo com o banco norte-americano, o pagamento também colabora com as estimativas para a companhia, já que “não era esperado nenhum fluxo de caixa da Boeing até o momento”.
O Itaú BBA também projeta impactos positivos para a Embraer, mas vai além da redução da alavancagem e das projeções para a empresa.
Segundo o banco, o acordo deve gerar fluxo de investidores internacionais que anteriormente não acompanhavam a ação da Embraer.
Além disso, o Itaú BBA avalia que há um mercado favorável para a companhia brasileira, uma vez que as rivais Airbus e Boeing enfrentam desafios.
A disputa judicial entre Embraer e Boeing
Em julho de 2018, a Embraer revelou que estava em negociação com a Boeing para a venda de 80% da principal divisão da companhia brasileira: a de jatos comerciais. Na época, a operação era avaliada em US$ 4,75 bilhões.
A fabricante norte-americana chegou a assinar um acordo em 2019, que incluía a criação de uma joint venture para a promoção e desenvolvimento de novos mercados e investimentos para a aeronave C-390 Millennium.
Em abril de 2020, a Boeing anunciou a rescisão do contrato. A fabricante afirmou que a Embraer não cumpriu com as condições necessárias para a conclusão da aquisição.
Já a companhia brasileira disse que a rival norte-americana desistiu devido a problemas financeiros e iniciou o processo de arbitragem para reaver as perdas financeiras geradas pelo cancelamento das negociações.
O mecanismo extrajudicial é utilizado para resolver conflitos de forma mais rápida e fora da Justiça. De acordo com a Embraer, a companhia chegou a investir R$ 485 milhões em 2018, durante a preparação para a aquisição.
- Quer saber qual é a carteira ideal para você? Ferramenta simula carteira de acordo com seu perfil, objetivo e valor inicial. Confira aqui
Problemas no ar: as turbulências da Boeing
Nos últimos anos, a Boeing vem lidando com arranhões na reputação devido a acidentes com a aeronave 737 Max.
Em outubro de 2018, um avião da Boeing, modelo 737 Max, caiu na costa da Indonésia. Cinco meses depois, em março de 2019, uma outra aeronave da companhia caiu próximo à região de Adis Abeba, capital da Etiópia.
Já em junho deste ano, duas aeronaves da Boeing voltaram a apresentar problemas. Durante voo com destino ao Rio de Janeiro, o avião do modelo 777 teve um problema técnico e teve que retornar para Amsterdã, na Holanda.
Agora, além das tragédias, a fabricante norte-americana lida com a primeira greve de funcionários em 16 anos, iniciada ainda neste mês.
*Com informações do G1
Itaú com problema? Usuários relatam falhas no app e faturas pagas aparecendo como atrasadas
Usuários dizem que o app do Itaú está mostrando faturas pagas como atrasadas; banco admite instabilidade e tenta normalizar o sistema
Limpando o nome: Bombril (BOBR4) tem plano de recuperação judicial aprovado pela Justiça de SP
Além da famosa lã de aço, ela também é dona das marcas Mon Bijou, Limpol, Sapólio, Pinho Bril, Kalipto e outras
Vale (VALE3) fecha acima de R$ 70 pela primeira vez em mais de 2 anos e ganha R$ 10 bilhões a mais em valor de mercado
Os papéis VALE3 subiram 3,23% nesta quarta-feira (3), cotados a R$ 70,69. No ano, os ativos acumulam ganho de 38,64% — saiba o que fazer com eles agora
O que faz a empresa que tornou brasileira em bilionária mais jovem do mundo
A ascensão de Luana Lopes Lara revela como a Kalshi criou um novo modelo de mercado e impulsionou a brasileira ao posto de bilionária mais jovem do mundo
Área técnica da CVM acusa Ambipar (AMBP3) de violar regras de recompra e pede revisão de voto polêmico de diretor
O termo de acusação foi assinado pelos técnicos cerca de uma semana depois da polêmica decisão do atual presidente interino da autarquia que dispensou o controlador de fazer uma OPA pela totalidade da companhia
Nubank (ROXO34) agora busca licença bancária para não mudar de nome, depois de regra do Banco Central
Fintech busca licença bancária para manter o nome após norma que restringe uso do termo “banco” por instituições sem autorização
Vapza, Wittel: as companhias que podem abrir capital na BEE4, a bolsa das PMEs, em 2026
A BEE4, que se denomina “a bolsa das PMEs”, tem um pipeline de, pelo menos, 10 empresas que irão abrir capital em 2026
Ambipar (AMBP3) perde avaliação de crédito da S&P após calote e pedidos de proteção judicial
A medida foi tomada após a empresa dar calote e pedir proteção contra credores no Brasil e nos Estados Unidos, alegando que foram descobertas “irregularidades” em operações financeiras
A fortuna de Silvio Santos: perícia revela um patrimônio muito maior do que se imaginava
Inventário do apresentador expõe o tamanho real do império construído ao longo de seis décadas
UBS BB rebaixa Raízen (RAIZ4) para venda e São Martinho (SMTO3) para neutro — o que está acontecendo no setor de commodities?
O cenário para açúcar e etanol na safra de 2026/27 é bastante apertado, o que levou o banco a rever as recomendações e preços-alvos de cobertura
Vale (VALE3): as principais projeções da mineradora para os próximos anos — e o que fazer com a ação agora
A companhia deve investir entre US$ 5,4 bilhões e US$ 5,7 bilhões em 2026 e cerca de US$ 6 bilhões em 2027. Até o fim deste ano, os aportes devem chegar a US$ 5,5 bilhões; confira os detalhes.
Mesmo em crise e com um rombo bilionário, Correios mantêm campanha de Natal com cartinhas para o Papai Noel
Enquanto a estatal discute um empréstimo de R$ 20 bilhões que pode não resolver seus problemas estruturais, o Papai Noel dos Correios resiste
Com foco em expansão no DF, Smart Fit compra 60% da rede de academias Evolve por R$ 100 milhões
A empresa atua principalmente no Distrito Federal e, segundo a Smart Fit, agrega pontos comerciais estratégicos ao seu portfólio
Por que 6 mil aviões da Airbus precisam de reparos: os detalhes do recall do A320
Depois de uma falha de software expor vulnerabilidades à radiação solar e um defeito em painéis metálicos, a Airbus tenta conter um dos maiores recalls da sua história
Os bastidores da crise na Ambipar (AMBP3): companhia confirma demissão de 35 diretores após detectar “falhas graves”
Reestruturação da Ambipar inclui cortes na diretoria e revisão dos controles internos. Veja o que muda até 2026
As ligações (e os ruídos) entre o Banco Master e as empresas brasileiras: o que é fato, o que é boato e quem realmente corre risco
A liquidação do Banco Master levantou dúvidas sobre possíveis impactos no mercado corporativo. Veja o que é confirmado, o que é especulação e qual o risco real para cada companhia
Ultrapar (UGPA3) e Smart Fit (SMFT3) pagam juntas mais de R$ 1,5 bilhão em dividendos; confira as condições
A maior fatia desse bolo fica com a Ultrapar; a Smartfit, por sua vez, também anunciou a aprovação de aumento de capital
RD Saúde (RADL3) anuncia R$ 275 milhões em proventos, mas ações caem na bolsa
A empresa ainda informou que submeterá uma proposta de aumento de capital de R$ 750 milhões
Muito além do Itaú (ITUB4): qual o plano da Itaúsa (ITSA4) para aumentar o pagamento de dividendos no futuro, segundo a CFO?
Uma das maiores pagadoras de dividendos da B3 sinaliza que um novo motor de remuneração está surgindo
Petrobras (PETR4) amplia participação na Jazida Compartilhada de Tupi, que detém com Shell e a portuguesa Petrogal
Os valores a serem recebidos pela estatal serão contabilizados nas demonstrações financeiras do quarto trimestre de 2025