‘Crise’ no mercado de luxo? Como Bernard Arnault, o Lobo de Cashmere, perdeu mais de US$ 50 bi e caiu cinco posições no ranking de bilionários
O dono da LVMH, o império de luxo francês, viu as ações do grupo caírem 25% só nos últimos seis meses – entenda os efeitos para a fortuna do bilionário

Em meio à semana de moda de Paris, o mercado de luxo parece não favorecer o bolso de Bernard Arnault, dono da LVMH – grupo francês que reúne marcas luxuosas como Dior, Louis Vuitton, Tiffany&Co e Givenchy.
O famoso Lobo de Cashmere, que chegou ao posto de homem mais rico do mundo neste ano, despencou para a 5ª posição da lista de bilionários da Forbes após uma perda de US$ 56 bilhões com as ações da LVMH. No câmbio atual, a queda de patrimônio de Arnault equivale a R$ 306 bilhões.
Só nos últimos seis meses, os papéis da companhia já desvalorizaram 25% na bolsa.
A performance negativa respingou diretamente na fortuna de um dos homens mais influentes do mercado, que encara seu patrimônio diminuindo aceleradamente.
- Em março, Bernard Arnault tinha um patrimônio líquido estimado em US$ 231 bilhões (R$ 1,26 trilhão) e estava no topo dos super-ricos;
- Em junho, o valor já caiu para cerca de US$ 200 bilhões (R$ 1,09 trilhão);
- E, nesta quarta-feira (25), o patrimônio em tempo real do Lobo de Cashmere é de US$ 175 bilhões (R$ 957 bilhões).
Cabe lembrar que o patrimônio do empresário de 75 anos é composto principalmente pelas ações de suas empresas. Arnault possui 48% da participação na LVMH e, portanto, oscilações nos papéis da companhia impactam diretamente no bolso do bilionário.
Hoje, por exemplo, com as ações em tímida alta de 0,67%, o patrimônio de Bernard Arnault aumenta em US$ 677 milhões.
Leia Também
Embora ainda seja mais rico que o ex-CEO da Microsoft, Bill Gates, e o megainvestidor Warren Buffett, ele agora está abaixo de Elon Musk, Jeff Bezos, Larry Ellison e Mark Zuckerberg:
Posição | Nome | Fortuna | Empresa |
1 | Elon Musk | US$ 267 bilhões | Tesla e SpaceX |
2 | Jeff Bezos | US$ 210 bilhões | Amazon |
3 | Larry Ellison | US$ 203 bilhões | Oracle |
4 | Mark Zuckerberg | US$ 195,7 bilhões | Meta |
5 | Bernard Arnault | US$ 175,4 bilhões | LVMH |
6 | Warren Buffett | US$ 142,9 bilhões | Berkshire Hathaway |
7 | Bill Gates | US$ 139,2 bilhões | Microsoft |
8 | Larry Page | US$ 134,8 bilhões | |
9 | Amancio Ortega | US$ 132,3 bilhões | Zara |
10 | Sergey Brin | US$ 129,1 bilhões |
- VEJA MAIS: Votação antecipada, Trump recusa participar de debate, Kamala na liderança – as últimas atualizações das eleições nos EUA.
O que está fazendo a LVMH despencar na bolsa
Os últimos meses não têm sido fáceis para a LVMH. O grupo francês registrou uma queda nas receitas no primeiro semestre de 2024, principalmente nas iniciativas de vinhos e destilados.
Segundo a divulgação de resultados da empresa, as vendas de champanhe caíram 15% no 1S24 em comparação com o mesmo período do ano anterior.
Os lucros do grupo também sofreram uma redução acentuada de 14,3% no primeiro semestre.
Quando os resultados foram divulgados, os executivos da empresa defenderam que os números foram pressionados pelo cenário macroeconômico e geopolítico, mas confiam que suas marcas de luxo continuem no topo do mercado.
Não é só a LVMH: outras marcas de luxo estão sofrendo pressão no mercado
Embora a queda das ações da LVMH surpreenda na bolsa, o império de Bernard Arnault não é o único a sofrer pressão no mercado de luxo.
A equipe de análise do Bank of America acredita que pode haver uma desaceleração setorial no segundo semestre de 2024 e no ano de 2025. Os analistas destacam a possibilidade de redução da demanda por produtos de luxo entre consumidores chineses de alto padrão.
O BofA já estima uma queda de 1% na receita deste ano em todas as empresas de luxo europeias devido aos desafios que o setor está enfrentando.
Em março deste ano, o conglomerado francês Kering, dono de marcas como Gucci, Balenciaga e Yves Saint Laurent, já havia alertado o mercado sobre a possibilidade de as vendas de itens luxuosos encolherem. Desde janeiro, os papéis do grupo já despencaram 41%.
Com perspectivas conturbadas sobre o segmento, os analistas do Bank of America rebaixaram a recomendação de ações de luxo europeias.
Na avaliação do banco, a LVMH foi de “compra” para “neutro”, assim como a Kering. Enquanto isso, outra companhia famosa no setor, a Hugo Boss, foi alterada de “compra” para “underperform”, equivalente à venda.
*Com informações de Fortune, CNBC e Quartz
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Vale (VALE3) sem dividendos extraordinários e de olho na China: o que pode acontecer com a mineradora agora; ações caem 2%
Executivos da companhia, incluindo o CEO Gustavo Pimenta, explicam o resultado financeiro do primeiro trimestre e alertam sobre os riscos da guerra comercial entre China e EUA nos negócios da empresa
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
O turismo de luxo na Escandinávia é diferente; hotéis cinco-estrelas e ostentação saem do roteiro
O verdadeiro luxo em uma viagem para a região escandinava está em praticar o slow travel
Dona do Google vai pagar mais dividendos e recomprar US$ 70 bilhões em ações após superar projeção de receita e lucro no trimestre
A reação dos investidores aos números da Alphabet foi imediata: as ações chegaram a subir mais de 4% no after market em Nova York nesta quinta-feira (24)
Subir é o melhor remédio: ação da Hypera (HYPE3) dispara 12% e lidera o Ibovespa mesmo após prejuízo
Entenda a razão para o desempenho negativo da companhia entre janeiro e março não ter assustado os investidores e saiba se é o momento de colocar os papéis na carteira ou se desfazer deles
A culpa é da Gucci? Grupo Kering entrega queda de resultados após baixa de 25% na receita da principal marca
Crise generalizada do mercado de luxo afeta conglomerado francês; desaceleração já era esperada pelo CEO, François Pinault
Listas e mais listas: o que os rankings gastronômicos revelam sobre a nova economia da comida
Muito além do hype, listas dão visibilidade, investimento e projeção, por vezes global, a empreendimentos gastronômicos
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Ação da Neoenergia (NEOE3) sobe 5,5% após acordo com fundo canadense e chega ao maior valor em cinco anos. Comprar ou vender agora?
Bancos que avaliaram o negócio não tem uma posição unânime sobre o efeito da venda no caixa da empresa, mas são unânimes sobre a recomendação para o papel
Bolsa nas alturas: Ibovespa sobe 1,34% colado na disparada de Wall Street; dólar cai a R$ 5,7190 na mínima do dia
A boa notícia que apoiou a alta dos mercados tanto aqui como lá fora veio da Casa Branca e também ajudou as big techs nesta quarta-feira (23)
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Uísque 50 anos, considerado o mais antigo da Irlanda, é lançado com garrafa a R$ 420 mil
Criado em 1973, Silent Distillery Chapter Six Collection é último lote da antiga destilaria Old Midleton – e marca interrupção em produção de fábrica irlandesa da Pernod Ricard
Ibovespa pega carona nos fortes ganhos da bolsa de Nova York e sobe 0,63%; dólar cai a R$ 5,7284
Sinalização do governo Trump de que a guerra tarifária entre EUA e China pode estar perto de uma trégua ajudou na retomada do apetite por ativos mais arriscados
Tesla (TSLA34) não escapa das tarifas contra a China, e BofA corta preço-alvo pela segunda vez no ano — mas balanço do 1T25 devem vir bom
Bank of America reduz preço-alvo em antecipação ao relatório trimestral previsto para esta terça-feira; resultados devem vir bons, mas perspectiva futura é de dificuldades
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Trump x Powell: uma briga muito além do corte de juros
O presidente norte-americano seguiu na campanha de pressão sobre Jerome Powell e o Federal Reserve e voltou a derrubar os mercados norte-americanos nesta segunda-feira (21)
É recorde: preço do ouro ultrapassa US$ 3.400 e já acumula alta de 30% no ano
Os contratos futuros do ouro chegaram a atingir US$ 3.433,10 a onça na manhã desta segunda-feira (21), um novo recorde, enquanto o dólar ia às mínimas em três anos
A última ameaça: dólar vai ao menor nível desde 2022 e a culpa é de Donald Trump
Na contramão, várias das moedas fortes sobem. O euro, por exemplo, se valoriza 1,3% em relação ao dólar na manhã desta segunda-feira (21)
O que aconteceu com a fortuna dos maiores bilionários chineses com Trump ‘tocando o terror’ nas tarifas contra o gigante asiático?
Com a guerra comercial que está acontecendo entre China e EUA, os bilionários norte-americanos já perderam quase meio trilhão de dólares somados. Nesse cenário, como estão os ricaços chineses?