Dissecando o balanço do Assaí (ASAI3): juros pesam sobre dívida da varejista, mas ‘alinhamento’ com Extra dilui custos
Nesta semana, o JP Morgan elevou a recomendação para os papéis ASAI3 de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 17,50 para dezembro de 2024

Os números do Assaí (ASAI3) no primeiro trimestre de 2024 mostram que a companhia conseguiu diluir melhor suas despesas, à medida que as lojas adquiridas do Extra Hiper ficaram mais maduras.
Como consequência, a proporção do endividamento da empresa em relação ao seu Ebitda (medida usada pelo mercado para avaliar a geração de caixa de uma empresa) melhorou.
No entanto, com patamar de juros alto, a dívida ainda pesa e derruba o lucro líquido no balanço. Daqui para frente, a varejista disse enxergar oportunidades para melhorar custos e prazos de seus débitos.
Nesta semana, o JP Morgan elevou a recomendação para os papéis ASAI3 de neutra para compra, com preço-alvo de R$ 17,50 para dezembro de 2024 — o que representa um potencial de valorização de 29% com relação ao último fechamento.
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De olho nos números do Assaí (ASAI3)
Segundo o documento de balanço da companhia, lojas convertidas do Extra para a bandeira do Assaí ao longo de 2022 apresentaram agora faturamento médio mensal por unidade de cerca de R$ 26 milhões.
Isso representa um crescimento de 18% em relação ao mesmo período do ano passado e um nível de vendas 23% acima da base de lojas inauguradas até 2022. A maior eficiência destas lojas ajuda a diluir os custos da companhia.
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Isso porque estes pontos comerciais têm alugueis mais caros e, além disso, a companhia vinha relatando também os custos com reformas e contratações destas lojas antes que elas começassem de fato a vender.
Assim, no primeiro trimestre deste ano, as despesas com vendas, gerais e administrativas representaram 11,2% da receita líquida, enquanto no mesmo período de 2023 elas foram de 11,7%.
Na ponta do lápis
Como consequência desta redução, o Ebitda ajustado ficou em R$ 1,2 bilhão, alta 28%. Dessa forma, a relação entre a dívida líquida e o Ebitda melhorou. A proporção caiu de 4,69x no primeiro trimestre de 2023 para 3,75x nos primeiros três primeiros meses deste ano
"Essa redução veio mais da melhora do Ebitda do que da redução da dívida. Para o futuro, é esperado o mesmo movimento", disse o Vice-Presidente de Finanças e Relações com Investidores da companhia, Vitor Fagá, ao Broadcast .
Por outro lado, a dívida da companhia ainda incomoda, dado o patamar de juros atual e a projeção da curva futura de juros. Em razão das despesas financeiras, principalmente, a companhia viu seu lucro líquido cair 16,7% ante o mesmo período de 2023, para R$ 60 milhões.
Juros pesam nos negócios do Assaí (ASAI3)
O impacto dos juros futuros na empresa, aliás, parece ter motivado a queda dos papéis da companhia na B3 no dia de hoje, 23, que chegou a 3%.
Sobre isso, Fagá afirmou a investidores, na teleconferência de resultados, que enxerga possibilidades de melhorar as condições da dívida da companhia. "Vemos oportunidades de melhorar o perfil da nossa dívida em custo e prazo", afirmou.
Vendas do Assaí (ASAI3)
Para os analistas do Itaú BBA, os resultados do Assaí foram "sólidos", com faturamento em linha com as previsões.
A receita líquida atingiu R$ 17,2 bilhões, aumento de 14% em relação ao mesmo período do ano anterior, apoiada por um desempenho em "mesmas lojas" (conceito que considera apenas os estabelecimentos que já existem há 13 meses) de alta 3,4%.
Já os analistas do Bradesco BBI relataram sentimentos mistos em relação aos números.
"Fomos positivamente surpreendidos com a diluição das despesas. No entanto, o nosso principal incômodo no trimestre foram as receitas ligeiramente aquém de nossas expectativas, apesar do impacto do feriado da Páscoa em março de 2024 e de um dia adicional em fevereiro. De qualquer forma, a expansão das vendas brutas de 13,6% na comparação anual ainda é um número sólido em comparação com os pares, embora aquém das nossas estimativas e do consenso", escreveu Felipe Cassimiro.
Expectativas
O presidente do Assaí, Belmiro Gomes, disse aos investidores que a companhia trabalha com a estimativa de inflação alimentar de 3% a 4% até o fim do ano. Para ele, porém, o nível de endividamento das famílias ainda não permite aumento de volumes de compras.
Gomes acredita que o patamar de Ebitda da companhia, que voltou ao nível pré-conversão de lojas do Extra Hiper, é sustentável. No entanto, ele disse que ainda é preciso mais tempo para avaliar o estabelecimento de novas projeções nesse sentido.
*Com informações do Estadão Conteúdo
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