Um significado para o CPI: Inflação ao consumidor dos EUA dá o tom com S&P-500 em nível recorde e Ibovespa em busca da nona alta seguida
Além da inflação ao consumidor norte-americano, investidor brasileiro também repercute vendas no varejo e regulamentação da reforma tributária

O brasileiro lê a sigla CPI e já imagina uma investigação em curso no Congresso. No mercado financeiro, porém, CPI tem outro significado — claro, quando não há uma Comissão Parlamentar de Inquérito relevante em ação.
O CPI que interessa aos investidores nesta quinta-feira leva artigo masculino e refere-se às iniciais de consumer price index.
Por uma convenção questionável, a imprensa econômica brasileira usa CPI (“cipiái” para os íntimos) ao abordar os índices de preços ao consumidor de outros países, inclusive dos que não falam inglês.
De qualquer modo, não é essa a discussão que interessa. O fato é que o CPI foi visto por décadas como só mais um indicador, especialmente nas economias desenvolvidas.
Da pandemia para cá, essa situação mudou. A inflação disparou ao redor do mundo. Isso levou a um movimento de elevação das taxas de juros por todos os cantos.
Nos Estados Unidos, o Federal Reserve elevou a taxa básica de juros ao nível mais elevado desde 2001 — e a mantém nesse patamar há mais de um ano.
Leia Também
Abuse, use e invista: C&A queridinha dos analistas e Trump de volta ao morde-assopra com a China; o que mexe com o mercado hoje?
ThIAgo e eu: uma conversa sobre IA, autenticidade e o futuro do trabalho
Na terça e na quarta-feiras, porém, o presidente do Fed, Jerome Powell, sugeriu que o banco central norte-americano não precisa necessariamente esperar até que a inflação recue à meta de 2% ao ano para começar a cortar os juros.
A declaração animou os mercados financeiros. É por isso que hoje os investidores só querem saber do resultado do CPI de junho, com divulgação prevista para às 9h30.
O índice cheio está em desaceleração. A expectativa é de que a inflação acumulada em 12 meses nos EUA passe de 3,3% em maio para 3,1% em junho. Já a expectativa para os núcleos é de que se mantenham em 3,4%.
No mesmo horário sairão os dados semanais de pedidos de auxílio-desemprego nos EUA. Qualquer surpresa para baixo tende a reforçar a percepção dos investidores de que o Fed finalmente tenha espaço para começar a cortar os juros em setembro.
Em Wall Street, o índice S&P-500 renovou ontem seu recorde histórico de fechamento.
O CPI norte-americano vem à tona em um momento no qual o Ibovespa acumula oito sessões seguidas em alta. De grão em grão, a bolsa brasileira já avançou 2,71% em julho. O dólar também perde força depois da escalada ocorrida entre o fim de junho e o começo deste mês.
Embora o CPI tenha mais força para definir o ritmo dos negócios hoje, os investidores brasileiros também precisam ficar de olho nos dados de vendas no varejo e na repercussão da regulamentação da reforma tributária na Câmara.
Aqui você confere os principais pontos decididos ontem.
O que você precisa saber hoje
ENTREVISTA EXCLUSIVA
BTLG11: gestor do fundo imobiliário queridinho dos analistas diz onde vê oportunidades e detalha estratégias de reciclagem e aquisições. Segundo um dos gestores do FII, Francisco Tavares Júnior, o tamanho da carteira tem ajudado em uma das principais estratégias para o fundo.
REPORTAGEM ESPECIAL
Cury (CURY3) mantém ações em forte alta, quebra recorde de vendas no segundo trimestre e diretor diz o que esperar para o balanço da construtora. Ronaldo Cury, diretor de Relações com Investidores da companhia, atribui as marcas históricas a três fatores principais.
UM BANCO, DOIS CEOs
Sob nova direção: quem é Alexandre Riccio, o executivo que vai comandar o Inter (INBR32) no Brasil. Até então vice-presidente sênior de retail banking, Riccio vai se tornar CEO no Brasil. João Menin segue como CEO global do banco digital.
INDEPENDÊNCIA EM XEQUE
A eleição nos EUA pode impedir o Fed de cortar os juros? O que esperar caso Trump volte à Casa Branca em novembro. A relação tumultuada do republicano com o Fed, particularmente com o atual presidente, Jerome Powell, deixa os investidores ao redor do mundo de cabelo em pé.
Uma boa quinta-feira para você!
Rodolfo Amstalden: No news is bad news
Apuração da Bloomberg diz que os financistas globais têm reclamado de outubro principalmente por sua ausência de notícias
Pão de queijo, doce de leite e… privatização, e o que mexe com os mercados nesta quarta-feira (8)
No Brasil, investidores de olho na votação da MP do IOF na Câmara e no Senado; no exterior, ata do Fomc e shutdown nos EUA
O declínio do império americano — e do dólar — vem aí? Saiba também o que mexe com os mercados hoje
No cenário nacional, investidores repercutem ligação entre Lula e Trump; no exterior, mudanças políticas na França e no Japão, além de discursos de dirigentes do Fed
O dólar já não reina sozinho: Trump abala o status da moeda como porto seguro global — e o Brasil pode ganhar com isso
Trump sempre deixou clara sua preferência por um dólar mais fraco. Porém, na prática, o atual enfraquecimento não decorre de uma estratégia deliberada, mas sim de efeitos colaterais das decisões que abalaram a confiança global na moeda
Felipe Miranda: Lições de uma semana em Harvard
O foco do curso foi a revolução provocada pela IA generativa. E não se engane: isso é mesmo uma revolução
Tudo para ontem — ou melhor, amanhã, no caso do e-commerce — e o que mexe com os mercados nesta segunda-feira (6)
No cenário local, investidores aguardam a balança comercial de setembro; no exterior, mudanças de premiê na França e no Japão agitam as bolsas
Shopping centers: é melhor investir via fundos imobiliários ou ações?
Na última semana, foi divulgada alteração na MP que trata da tributação de investimentos antes isentos. Com o tema mais sensível retirado da pauta, os FIIs voltam ao radar dos investidores
A volta do campeão na ação do mês, o esperado caso da Ambipar e o que move os mercados nesta sexta-feira (3)
Por aqui, investidores ainda avaliam aprovação da isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil; no exterior, todos de olho no shutdown nos EUA, que suspendeu a divulgação de dados econômicos
Tragédia anunciada: o que a derrocada da Ambipar (AMBP3) ensina sobre a relação entre preço e fundamento
Se o fundamento não converge para o preço, fatalmente é o preço que convergirá para o fundamento, como no caso da Ambipar
As críticas a uma Petrobras ‘do poço ao posto’ e o que mexe com os mercados nesta quinta-feira (2)
No Brasil, investidores repercutem a aprovação do projeto de isenção do IR e o IPC-Fipe de setembro; no exterior, shutdown nos EUA e dados do emprego na zona do euro
Rodolfo Amstalden: Bolhas de pus, bolhas de sabão e outras hipóteses
Ainda que uma bolha de preços no setor de inteligência artificial pareça improvável, uma bolha de lucros continua sendo possível
Um ano de corrida eleitoral e como isso afeta a bolsa brasileira, e o que move os mercados nesta quarta-feira (1)
Primeiro dia de outubro tem shutdown nos EUA, feriadão na China e reunião da Opep
Tão longe, tão perto: as eleições de 2026 e o caos fiscal logo ali, e o que mexe com os mercados nesta terça-feira (30)
Por aqui, mercado aguarda balança orçamentária e desemprego do IBGE; nos EUA, todos de olho nos riscos de uma paralisação do governo e no relatório Jolts
Eleições de 2026 e o nó fiscal: sem oposição organizada, Brasil enfrenta o risco de um orçamento engessado
A frente fiscal permanece como vetor central de risco, mas, no final, 2026 estará dominado pela lógica das urnas, deixando qualquer ajuste estrutural para 2027
Tony Volpon: O Fed e as duas economias americanas
Um ressurgimento de pressões inflacionárias ou uma fraqueza inesperada no mercado de trabalho dos EUA podem levar a autarquia norte-americana a abortar ou acelerar o ciclo de queda de juros
B3 deitada em berço esplêndido — mas não eternamente — e o que mexe com os mercados neste segunda-feira (29)
Por aqui, investidores aguardam IGP-M e Caged de agosto; nos EUA, Donald Trump negocia para evitar paralisação do governo
Pequenas notáveis, saudade do que não vivemos e o que mexe com os mercados nesta sexta-feira (26)
EUA aguardam divulgação do índice de inflação preferido do Fed, enquanto Trump volta a anunciar mais tarifas
A microcap que garimpa oportunidades fora da bolsa e vem sendo recompensada por isso
Há ótimas empresas fora da bolsa, mas não conseguimos nos tornar sócios delas; mas esta pequena empresa negociada na B3, sim
Mais água no feijão e o que sobra para os acionistas minoritários, e o que mexe com os mercados nesta quinta (25)
Por aqui temos prévia da inflação e reunião do Conselho Monetário Nacional (CMN); nos EUA, PIB do segundo trimestre e mais falas de dirigentes do Fed
Rodolfo Amstalden: O amor pode estar do seu lado
Não serei eu a querer estragar o story telling de ninguém, mas o (eventual) rali eleitoral no Brasil sequer começou