TVRI11: Por que um dos fundos mais tradicionais da bolsa quer o aval dos cotistas para transformar a carteira bancária em renda urbana? O gestor explica
A gestora convocou uma assembleia geral para discutir mudanças nas características do portfólio e taxas cobradas pelo fundo
Com mais de 68 mil cotistas e 12 anos de história, o Tivio Renda Imobiliária (TVRI11) é um dos fundos imobiliários mais tradicionais da bolsa brasileira. Se você acredita que não o conhece, pode se lembrar dele por seu nome antigo: o FII era chamado de BB Progressivo II e negociava com o código BBPO11 até o ano passado.
O nome original refletia o foco do ativo, que nasceu ao final de 2012 para fazer a compra de agências bancárias e sedes administrativas do Banco do Brasil e locá-las de volta ao próprio banco, tipo de operação conhecido como sale and leaseback.
Mas, de lá para cá, o setor bancário sofreu uma transformação com o surgimento dos bancos digitais e a pandemia de covid-19. A popularização do oferecimento de serviços financeiros via aplicativos, sem a necessidade de agências, levou até mesmo os bancos tradicionais a enxugar as estruturas físicas.
- VEJA MAIS: carteira que rendeu 470% acima do Ifix aponta 5 fundos imobiliários para buscar superar o índice
De olho nessas mudanças, a Tivio Capital, casa independente fruto da parceria entre o Bradesco e o Banco BV, e que assumiu a gestão do TVRI11 no ano passado, já tem implementado mudanças no portfólio, incluindo a venda de agências.
Mas quer o aval dos cotistas para modernizar ainda mais o FII e transformar a carteira, antes completamente voltada para o segmento bancário, em um portfólio mais diversificado.
A gestora convocou uma assembleia geral para discutir mudanças nas características do fundo, incluindo alterações no objetivo, política de investimento, definição dos ativos alvo e no capital autorizado.
Leia Também
A assembleia será realizada por meio de consulta formal e os cotistas têm até o dia 13 de dezembro para manifestarem-se. Veja aqui como votar e o detalhamento das propostas.
Gestora quer expandir o leque de opções do TVRI11
Atualmente, o portfólio do TVRI11 é formado por 61 imóveis divididos em 14 estados brasileiros. Adriano Mantesso, head de Real Estate da Tivio, conta que cerca de um terço deles tem uma estrutura de “agência bancária pura”, ou seja, propriedades pequenas e totalmente adaptadas para o modelo bancário tradicional.
Outro terço é formado por prédios mistos que combinam agências e sedes sub regionais do BB, enquanto a última parte da carteira é composta por lajes corporativas que abrigam os centros administrativos regionais do banco.
Na época do IPO do fundo, os contratos eram atípicos — ou seja, com prazos longos e multas salgadas em caso de rescisão antecipada. Mas, com a transformação do segmento bancário, os acordos de locação mudaram para o modelo típico e o prazo de vencimento se aproxima, em 2027.
De olho no calendário, os investidores pediram uma alteração no regulamento para que os imóveis pudessem ser locados para outros inquilinos ou vendidos. Essa mudança já foi aprovada no ano passado, mas a Tivio quer expandir ainda mais o leque de opções.
“O segmento bancário ainda vai permanecer bastante relevante para o fundo e nós vemos oportunidades de sale and leaseback de alguns bancos que ainda tem muita carteira de agência. Mas a nossa ideia de modernização é que o fundo seja voltado para a renda urbana”, afirma Mantesso.
O gestor destaca que há uma série de possibilidades no segmento em ascensão, como imóveis para centros de conveniência, farmácias, pequenos e grandes mercados, centros de diagnósticos, escolas e mais.
“Também visamos um mix de operações de risco menor, ou seja, que tenham um crédito bom e um contrato mais firme e longo. Hoje todos os contratos do fundo são típicos, então a ideia é colocar no portfólio mais contratos atípicos que possam dar mais resiliência ao portfólio como já tivemos no passado”, diz Mantesso.
Reciclagem deve destravar valor para os cotistas
Além de expandir a gama de ativos que podem ser adquiridos pelo fundo, outra estratégia da gestão é a reciclagem da carteira.
Desde que recebeu o aval dos cotistas para fazer um trabalho ativo com o portfólio — que anteriormente era passivo, ou seja, voltado apenas ao recebimento e repasse dos aluguéis e manutenção dos imóveis —, a Tivio já vendeu três agências.
A alienação dos empreendimentos rendeu um lucro de R$ 32 milhões, ou cerca de R$ 2,05 por cota, e foi realizada a cifras 43% acima da cota patrimonial do fundo — uma medida de valor justo do portfólio.
A gestão já conta com duas outras negociações em fase avançada. Mantesso ressalta que, pela maior parte do portfólio ser formada por ativos pequenos, os cheques exigidos são menores, o que desperta o interesse de pessoas físicas e facilita o processo de venda.
“A ideia é que façamos mais dessas reciclagens, destravando o ganho de capital e aumentando a distribuição mensal, o que beneficia os investidores”.
Vale relembrar que, por lei, os fundos imobiliários devem pagar semestralmente 95% dos rendimentos apurados no regime de caixa. E essa distribuição é isenta de Imposto de Renda para os cotistas.
O custo das novidades
Se o trabalho ativo da gestão — que, além da reciclagem, inclui ainda o monitoramento e iniciativas de modernização no extenso portfólio — tem o potencial de aumentar os dividendos, por outro lado, ele pode custar mais caro para os cotistas do TVRI11.
Isso porque a Tivio também propõe uma mudança nas taxas de administração e de gestão. Atualmente, os investidores pagam um percentual unificado de cerca de 0,28%.
A gestora pede que os valores sejam separados em uma taxa de administração de 0,10% ao ano e uma taxa de gestão de 0,5% ao ano, elevando o total para 0,6%. Além disso, propõe a criação de uma taxa de performance semestral que equivale a 20% do desempenho que superar IPCA+ 6% ao ano.
Vale destacar que, caso seja aprovada a mudança e durante os primeiros 18 meses após o fim da consulta formal, só serão cobradas após o fundo alcançar o patamar de distribuição de R$ 1,02 por cota ou mais. O último provento foi de R$ 0,98 por cota.
“O valor cobrado hoje é de uma gestão passiva que já não é a mais a realidade do fundo, mas tomamos o cuidado de fazer um alinhamento no qual tenhamos que buscar uma receita bem superior à que temos hoje antes que a taxa suba”, indica Mantesso.
O gestor destaca ainda que, mesmo quando alcance o novo patamar, a cobrança ainda será inferior à média do mercado e a menor taxa entre os pares comparáveis.
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
Ibovespa em 2026: BofA estima 180 mil pontos, com a possibilidade de chegar a 210 mil se as eleições ajudarem
Banco norte-americano espera a volta dos investidores locais para a bolsa brasileira, diante da flexibilização dos juros
JHSF (JHSF3) faz venda histórica, Iguatemi (IGTI3) vende shoppings ao XPML11, TRXF11 compra galpões; o que movimenta os FIIs hoje
Nesta quinta-feira (11), cinco fundos imobiliários diferentes agitam o mercado com operações de peso; confira os detalhes de cada uma delas
Concurso do IBGE 2025 tem 9,5 mil vagas com salários de até R$ 3.379; veja cargos e como se inscrever
Prazo de inscrição termina nesta quinta (11). Processo seletivo do IBGE terá cargos de agente e supervisor, com salários, benefícios e prova presencial
Heineken dá calote em fundo imobiliário, inadimplência pesa na receita, e cotas apanham na bolsa; confira os impactos para o cotista
A gestora do FII afirmou que já realizou diversas tratativas com a locatária para negociar os valores em aberto
