🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 1T25 JÁ COMEÇOU – CONFIRA AS NOTÍCIAS, ANÁLISES E RECOMENDAÇÕES

Estadão Conteúdo

PERSPECTIVA MUDOU

Recessão nos Estados Unidos sai do radar, mas outros riscos voltam à tona na maior economia do mundo. O que esperar?

Tensões geopolíticas e as eleições presidenciais também são fatores a serem acompanhados, além do mercado de trabalho e inflação

Estadão Conteúdo
7 de janeiro de 2024
9:58 - atualizado às 10:23
maior economia do mundo ser rebaixada pela Fitch
Imagem: Divulgação e Reprodução

Os Estados Unidos podem alcançar um "pouso suave" e evitar uma recessão ou forte desaceleração da economia em 2024.

Entretanto, diversos riscos ainda rondam a atividade econômica norte-americana e ameaçam o que poderia ser um grande feito histórico para a maior economia do planeta.

As projeções para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos em 2024 variam de 1,1% a 2,1%, entre os especialistas consultados pelo Broadcast, em uma desaceleração que deve acompanhar o processo de desinflação.

Nos seus respectivos relatórios, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI) projetam crescimento de 1,5% para os EUA em 2024.

Em nota, a Capital Economics avalia que ainda há "uma incerteza considerável" em seu cenário base, mas há uma convicção relativamente alta de que o índice de preços de gastos com o consumo (PCE, na sigla em inglês), medida preferida de inflação do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) se aproximará bastante da meta de 2% na metade de 2024.

"Mas até pequenos erros nessas projeções poderiam levar a diferentes caminhos na política monetária do Fed. E existe o risco de que a economia continue com uma performance bem acima do esperado, com o consumo doméstico protegido por poupanças excessivas", prevê a consultoria.

Leia Também

Entretanto, há a expectativa de que as poupanças excessivas e outros efeitos defasados da pandemia -—responsáveis por sustentar o crescimento acima da tendência em 2023 — desapareçam ao longo de 2024, observa o economista da Kinea Investimentos, André Diniz.

Ele acredita que o mercado de trabalho robusto e o ritmo elevado de geração de empregos, correspondentes a cerca de 70% do PIB americano, devem se normalizar, o que também pressionará o consumo doméstico.

"Estamos falando de uma renda real que cresceu um pouco abaixo da tendência de um ponto de vista histórico em 2023, enquanto famílias e empresas lidam com taxas de juros altas e uma alavancagem mais cara de dívidas", explica Diniz.

"Mas não estamos falando de uma recessão, tendo em vista que o Fed está realizando um aumento dos custos de financiamento muito controlado até o momento."

No cenário base da Kinea, o ano deve começar com uma inflação estável e resiliente acima da meta do BC americano, em torno de 2,5% a 3%, até convergir lentamente ao longo do ano em direção aos 2%, quase em linha com o previsto pelo Fed.

Em seu relatório de projeções, a equipe técnica do BC norte-americano prevê alta de 1,4% no PIB em 2024, acompanhado por alta na taxa de desemprego a 4,1% e redução lenta da inflação a 2,4%. No horizonte do Fed, a inflação alcançará 2% apenas em 2026.

Chefe do Centro de Estudos Monetários do FGV-Ibre e ex-diretor do Banco Central do Brasil, José Júlio Senna analisa que o pouso suave desejado pelo Fed é uma possibilidade em 2024.

"Parecia impossível quando o ciclo de aperto monetário começou, porque vários estudos empíricos mostram que vários períodos de queda acentuada da inflação foram acompanhados por uma recessão.

E agora, com a inflação bem próxima da meta, não dá para negar esta possibilidade, embora seja cedo para afirmar", observa.

Euforia nos mercados

A perspectiva de um pouso suave nos Estados Unidos provocou uma euforia nos mercados financeiros, especialmente após o Federal Reserve sinalizar a possibilidade de cortes de juros em 2024, na decisão monetária de dezembro.

Com o otimismo, o mercado acionário norte-americano entrou em um rali que impulsionou o Dow Jones ao seu maior nível histórico e levou o S&P 500 a registrar sua maior sequência de ganhos.

Em relatório, o Goldman Sachs prevê que o desempenho da economia americana em 2024 permitirá um crescimento de 5% dos lucros das empresas.

Na Kinea, Diniz separa as previsões entre a parte estrutural e a cíclica do mercado acionário. Para ele, setores sensíveis à desaceleração do consumo não terão boa performance, enquanto empresas ligadas a temas de longo prazo, como inteligência artificial, tendem a performar melhor.

"Globalmente, as bolsas que serão mais beneficiadas devem ser as emergentes, incluindo a do Brasil, ao passo que economias desenvolvidas cortem os juros", prevê.

Motinho, da Ebury, também vê oportunidades para emergentes no câmbio, como resultado do carry trade. Ele projeta que o dólar entrará em 2024 em uma posição mais fraca.

"Quando comparamos, por exemplo, com o real brasileiro, nossa moeda seguirá como motor de maior força na transmissão de juros, contanto que o Copom não acelere o ritmo de cortes", disse.

Sobre o mercado de Treasurys, o consenso entre os analistas consultados pelo Broadcast é de que a volatilidade reduzirá consideravelmente em 2024, junto a um forte recuo nos rendimentos, à medida que o Fed inicie o relaxamento monetário.

Contudo, a situação fiscal permanece um risco de volatilidade para os juros devido ao alto nível de emissões pelo Tesouro americano, o que, na visão de Diniz, poderia dificultar a absorção dos títulos pelo mercado.

Embora não veja o fiscal como catalisador principal dos rendimentos, José Júlio Senna, do FGV-Ibre, avalia que o nível da dívida pública atual traz insegurança para investidores e não espera correções orçamentárias no curto prazo.

"Ainda existem muitos gastos ligados à transição energética, seguridade social e defesa, com estímulos pesados para infraestrutura. Não há sinal de consolidação fiscal", afirma.

E a recessão nos Estados Unidos?

No início de 2023, a maior parte dos analistas previa uma recessão econômica nos Estados Unidos em algum ponto do ano passado.

Este não é o cenário predominante para 2024, mas analistas da Mizuho analisam que ainda pode ser necessária uma contração da atividade econômica para que o BC americano consiga de fato controlar a inflação.

O Wells Fargo também vê esta possibilidade e projeta que pode ocorrer uma recessão leve em 2024, embora já não tenha a mesma "convicção" de que essa previsão vai se confirmar como anteriormente.

Entre os riscos que podem levar a uma recessão ou desaceleração mais forte da economia, Motinho ressalta a possibilidade de um ciclo rápido de flexibilização do Fed e as eleições nos Estados Unidos - ainda que o impacto da disputa presidencial deva ser maior em 2025.

Diniz destaca, do lado doméstico, uma desaceleração inesperadamente rápida do emprego e, do externo, as incertezas quanto às tensões geopolíticas, que classifica como difíceis de antecipar.

Senna também aponta riscos geopolíticos como um dos centrais, citando como exemplo uma possível expansão do conflito entre Israel e Hamas ou a situação entre Venezuela e Guiana, com inclinação do presidente Nicolás Maduro em direção à Rússia.

"E vale lembrar que o pouso suave ainda é um pouso. Logo, o resultado não será tão maravilhoso para as empresas e prevejo uma desaceleração nos lucros e menor ímpeto de valorização em 2024, embora seja difícil prever os movimentos do mercado acionário", disse Senna, do FGV-Ibre.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
NEGÓCIOS NAS NUVENS

Microsoft (MSFT34) dispara 9% em Nova York após balanço superar expectativas de lucro e receita no primeiro trimestre

1 de maio de 2025 - 12:10

O impulso para os ganhos da empresa de tecnologia vieram de novos contratos para a divisão de nuvem Azure

TEMOS VAGAS

Elon Musk demitido da Tesla? WSJ diz que conselho deu início a busca por substituto, mas montadora nega; entenda

1 de maio de 2025 - 11:25

A Tesla tem sido alvo de boicotes devido à aproximação do bilionário com o governo Trump. Conselheiros estariam insatisfeitos com a postura de Musk e a repercussão nos lucros e valor de mercado da montadora

PRIMEIROS EFEITOS

China já sente o peso das tarifas de Trump: pedidos de exportação desaceleraram fortemente em abril

1 de maio de 2025 - 10:18

Empresas americanas estão cancelando pedidos à China e adiando planos de expansão enquanto observam o desenrolar da situação

BALANÇO DO GOVERNO

Lula defende redução da jornada 6×1 em discurso do Dia do Trabalhador

1 de maio de 2025 - 8:51

Presidente diz que seu governo vai “aprofundar o debate” sobre o tema, “ouvindo todos os setores da sociedade”

WARHOL PELO MUNDO

Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil

1 de maio de 2025 - 8:02

Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes

SD ENTREVISTA

Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê

1 de maio de 2025 - 6:54

Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China

EXILE ON WALL STREET

Rodolfo Amstalden: Falta pouco agora

30 de abril de 2025 - 19:45

Depois de lambermos a lona no início de janeiro, a realidade acabou se mostrando um pouco mais piedosa com o Kit Brasil

MUSKVILLE

Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo

30 de abril de 2025 - 19:27

Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas

QUEDA DE BRAÇO

Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal

30 de abril de 2025 - 15:59

Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos

JUNTANDO OS TIJOLINHOS

Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa

30 de abril de 2025 - 13:57

Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3

THE 50 BEST BARS

Conheça os 50 melhores bares da América do Norte

30 de abril de 2025 - 9:52

Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado

30 de abril de 2025 - 8:03

Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos

conteúdo EQI

Focus prevê IPCA menor ao final de 2025, mas ainda acima do teto da meta: veja como buscar lucros acima da inflação com isenção de IR

30 de abril de 2025 - 8:00

Apesar da projeção de uma inflação menor ao final de 2025, o patamar segue muito acima da meta, o que mantém a atratividade dessa estratégia com retorno-alvo de 17% e livre de IR

FERIADÃO À VISTA

Como fica a rotina no Dia do Trabalhador? Veja o que abre e fecha nos dias 1º e 2 de maio

30 de abril de 2025 - 7:30

Bancos, bolsa, Correios, INSS e transporte público terão funcionamento alterado no feriado, mas muitos não devem emendar; veja o que muda

SD ENTREVISTA

Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China

30 de abril de 2025 - 5:52

Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump

DIÁRIO DOS 100 DIAS

Donald Trump: um breve balanço do caos

29 de abril de 2025 - 21:00

Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso

DIA 100

Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”

29 de abril de 2025 - 19:12

O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro

DIA 7 A SELIC SOBE

Para Gabriel Galípolo, inflação, defasagens e incerteza garantem alta da Selic na próxima semana

29 de abril de 2025 - 15:26

Durante a coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024, o presidente do Banco Central reafirmou o ciclo de aperto monetário e explicou o raciocínio por trás da estratégia

O MELHOR DO SEU DINHEIRO

Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA

29 de abril de 2025 - 8:25

Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo

Insights Assimétricos

Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide

29 de abril de 2025 - 6:06

Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar