Biden na solitária: como os 2 meses de guerra entre Israel e Hamas deixou o presidente dos EUA tão isolado quanto Putin
Se em um primeiro momento a reação de Tel-Aviv foi percebida como direito legítimo à autodefesa, a escalada das ações militares israelenses passou a ser criticada como desproporcional — inclusive por aliados
Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em fevereiro de 2022, é difícil imaginar algum líder tão isolado no cenário internacional quanto Vladimir Putin. No entanto, a eclosão da guerra entre Israel e o grupo islâmico Hamas fez o líder russo ganhar uma espécie de companheiro de “solitária” geopolítica: o presidente dos EUA, Joe Biden.
Quem chama a atenção para a situação é Ian Bremmer, fundador e CEO do Eurasia Group.
O motivo é o apoio irrestrito de Biden à represália israelense aos atentados perpetrados pelo Hamas em 7 de outubro.
“Biden está provavelmente tão isolado no cenário global, dado o quão próximo está de Israel, o aliado mais próximo dos EUA nesta questão, como os russos estavam quando logo que invadiram a Ucrânia, o que é algo chocante de se afirmar”, disse Bremmer em entrevista à CNBC.
“Isso mostra o quão desafiadora será a continuação desta guerra para a política externa dos EUA”, acrescentou.
A guerra em andamento no Oriente Médio completa dois meses nesta quinta-feira (7).
Leia Também
Nos atentados do Hamas contra Israel em 7 de outubro, mais de 1.200 pessoas morreram e 240 foram feitas reféns.
Já a retaliação israelense devastou a infraestrutura da Faixa de Gaza, obrigou mais de 1 milhão de civis palestinos a cruzarem a fronteira pelo Egito e resultou na morte de cerca de 16.200 pessoas, inclusive mais de 10 mil mulheres e crianças, segundo autoridades locais.
Se em um primeiro momento a reação de Tel-Aviv foi percebida como direito legítimo à autodefesa, a escalada das ações militares israelenses passou a ser criticada como desproporcional — inclusive por aliados.
Mas houve um aliado de Israel que se manteve firme: Joe Biden.
- Leia também: O dia do acerto de contas chegou? A previsão do FMI para a China coloca a segunda maior economia do mundo em xeque
EUA: o preço que Biden paga por apoiar Israel
Biden está pagando um preço alto pela carta branca que deu a Israel na guerra contra o Hamas.
Em nível internacional, numerosos líderes e organizações de direitos humanos condenaram os EUA pelo apoio irrestrito ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.
Durante as várias votações na Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que apelava por um cessar-fogo, Israel e os EUA foram muitas vezes os únicos países a votar contra a trégua.
O ex-ministro egípcio das Relações Exteriores, Nabil Fahmy, disse no mês passado que os EUA estão “perdendo uma tremenda credibilidade no mundo árabe”.
“Os EUA precisam analisar seriamente o seu papel. Se quiserem apoiar uma ordem mundial estável baseada no Estado de direito, têm de exigir que todos respeitem o direito internacional, sejam amigos ou inimigos”, disse Fahmy, que serviu como ministro entre 2013 e 2014.
Dentro de casa, a situação de Biden não é muito melhor.
Segundo Bremmer, internamente, essa é uma situação sem saída para Biden porque o presidente norte-americano tem uma maioria de democratas que estão cada vez mais alinhados com a posição palestina, enquanto os republicanos dizem que o chefe da Casa Branca é demasiado brando com Israel.
“Ele [Biden] realmente quer que essa guerra acabe. Ele realmente quer isso fora das manchetes. E, claro, é exatamente isso que não está acontecendo agora”, disse Bremmer.
A DINHEIRISTA - BOOKING ME DEIXOU ‘SEM TETO’: ALUGUEI UM QUARTO E FIQUEI SEM TER PRA ONDE IR
A guerra por procuração
A verdade é que Biden está longe de sair dessa encruzilhada. A guerra entre Israel e o Hamas está se expandindo e novos atores regionais começam a dar as caras — e não estamos falando apenas do Hezbollah, no Líbano.
A guerra por procuração na região colocou em cena os Houthis, “representantes” do Irã no Iêmen. O grupo está se envolvendo em significativos ataques ao tráfego hidroviário comercial e aos navios militares dos EUA desde que o conflito em Gaza começou.
“Portanto, este é realmente um problema do ponto de vista dos EUA e não vai melhorar tão cedo”, diz Bremmer.
*Com informações da CNBC
O banco é da Dilma? A oferta que Putin fez ao Brasil e que dá à ex-presidente US$ 33 bilhões para administrar
Dilma Rousseff virou “banqueira” pela primeira vez quando assumiu a chefia do Novo Banco de Desenvolvimento, em março de 2023
Tudo incerto, nada resolvido: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho e dificultam a vida do Ibovespa em dia de agenda vazia
Fora alguns balanços e o Livro Bege do Fed, investidores terão poucas referências em dia de aversão ao risco lá fora
Os seres humanos não vão competir com a Inteligência Artificial, Rússia quer se livrar do dólar e guerra de chips entre EUA e China: Os destaques do Seu Dinheiro na semana
O debate sobre a inteligência artificial no mundo corporativo foi destaque no Seu Dinheiro; veja as matérias mais lidas da última semana
Depois de empate com sabor de vitória, Ibovespa reage à Vale em meio a aversão ao risco no exterior
Investidores repercutem relatório de produção da Vale em dia de vencimento de futuro de Ibovespa, o que tende a provocar volatilidade na bolsa
Rússia quer se livrar do dólar e lança documento para criar criptomoeda comum aos BRICS — e critica forma como FMI trata emergentes
Alguns problemas impedem o lançamento de uma CBDC que englobe todo o bloco e os detalhes você confere a seguir
Petróleo tomba no exterior com guerra no Oriente Médio e demanda mais fraca no radar — e ações da Petrobras (PETR4) acompanham queda na B3
O esfriamento da guerra no Oriente Médio faz sombra sobre a commodity hoje após notícias de que Israel teria prometido aos EUA que não atacaria instalações de petróleo e nucleares do Irã
Sinais de mais estímulos à economia animam bolsas da China, mas índices internacionais oscilam de olho nos balanços
Enquanto isso, os investidores aguardam o relatório de produção da Vale (VALE3) enquanto a sede da B3, a cidade de São Paulo, segue no escuro
Agenda econômica: Prévia do PIB no Brasil divide holofotes com decisão de juros do BCE e início da temporada de balanços nos EUA
A agenda econômica desta semana ainda conta com relatório mensal da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e PIB da China
Sabatinando Galípolo: Senado vota hoje indicado de Lula para suceder Campos Neto no Banco Central, mas Ibovespa tem outras preocupações
Além da sabatina de Galípolo, Ibovespa terá que remar contra a queda do petróleo e do minério de ferro nos mercados internacionais
Um ano após o atentado: o mercado de petróleo volta a mostrar sinais de alerta e “kit geopolítico” pode proteger o investidor
Diante de um cenário de incertezas, com potencial para ganhar ainda mais escala, a inclusão de ativos defensivos na carteira é fundamental
Um ano depois dos ataques do Hamas contra Israel, temores de uma guerra regional pressionam os preços do petróleo
Analistas temem que Israel ataque instalações iranianas de produção de petróleo em retaliação a enxame de mísseis
Entre o petróleo e o payroll: Ibovespa busca recuperação com juros nos EUA e conflito no Oriente Médio como pano de fundo
Relatório mensal de emprego nos EUA deve dar o tom do dia nos negócios enquanto guerra continua pressionando o petróleo
Sob pressão: Bolsas internacionais amanhecem no vermelho, mas alta do petróleo continua e pode ajudar o Ibovespa
Vitória do governo no STF em relação a resíduos tributários do Programa Reintegra também pode repercutir no Ibovespa hoje
Guerra no Oriente Médio: o que está em jogo agora pode mudar de vez o mercado de petróleo. Como fica a ação da Petrobras (PETR4)? A resposta não é óbvia
A guerra ganhou novos contornos com o ataque do Irã a Israel na terça-feira (01). Especialistas acreditam que, dessa vez, o mercado não vai ignorar a implicância dos riscos geopolíticos para o petróleo; saiba se é hora de colocar os papéis da Petrobras na carteira para aproveitar esse avanço
Em meio ao aumento da tensão no Oriente Médio, Ibovespa reage à alta do petróleo e à elevação do rating do Brasil
Agência Moody’s deixou o rating soberano do Brasil a apenas um degrau do cobiçado grau de investimento — e a perspectiva é positiva
Irã dispara chuva de mísseis contra Israel, EUA prometem ajuda e guerra entra em fase perigosa; petróleo dispara, Petrobras (PETR4) acompanha e Lula fala
O Ibovespa também ganhou tração ao longo da sessão, com o avanço das ações da Petrobras e chegou a subir mais de 1%; veja como as bolsas terminaram o dia
Bolsas da China vão do ‘dragão de madeira’ ao ‘touro de ouro’ com nova rodada de estímulos — mas índices globais caem de olho em dados da semana
Nos próximos dias serão publicados os números de emprego nos Estados Unidos, que darão pistas sobre o futuro dos juros norte-americanos
Chefe do Hezbollah é morto durante ataque israelense em meio à escalada do conflito no Líbano; veja as últimas notícias
A morte de Hassan Nasrallah também foi confirmada pelo Hezbollah; grupo afirmou que promete “continuar a guerra santa contra o inimigo”
Um recado para o Ocidente: Putin anuncia novas regras para uso de armas nucleares da Rússia
Vladimir Putin já vinha sinalizando que mudaria as regras para o uso de armas nucleares pela Rússia devido a apelos de Zelensky para o uso de mísseis de longo alcance em território russo
Do embargo de Cuba a alfinetada em Elon Musk: os 5 principais temas do discurso de Lula na ONU
O presidente tocou em temas sensíveis em nível global, citando as tentativas de resolução dos conflitos, extremismos políticos e regulação de empresas de tecnologia