Plano do ‘fim do mundo’: governo da Argentina quer implementar medidas para controlar a crise do dólar no país — antes de Fernández pendurar as chuteiras
Os anúncios de aumento da taxa de juros e maior intervenção do Banco Central da Argentina no câmbio não devem surtir efeitos imediatos, segundo analistas
A Argentina passa por uma das piores crises cambiais de sua história recente. Nos últimos meses, o dólar evaporou dos cofres públicos, gerando uma inflação que supera os 108% ao ano. Uma seca recente na lavoura piorou ainda mais a situação do país vizinho.
E a poucos meses de deixar o comando do país, o governo de Alberto Fernández anunciou um pacote de medidas nesta segunda-feira (15) para tentar tirar a faca do pescoço dos argentinos.
Entre as providências tomadas pelo governo, estão o aumento da taxa de juros para 97% ao ano — um avanço de 6,0 pontos percentuais —, além da intervenção direta do Banco Central da República Argentina (BCRA) no câmbio do país.
Nesse cenário, dois nomes ganharam protagonismo desse pacote “anticrise”: o ministro da Economia, Sergio Massa, e o diretor-geral de aduanas (o equivalente ao secretário de comércio exterior no Brasil), Guillermo Michel.
Michel informou que deve cortar as tarifas de importação de alimentos para controlar os preços frente à desvalorização da moeda local. Já Massa fará uma viagem à China no próximo dia 29 para buscar apoio para exportações em yuan (nome popular do renminbi, a moeda chinesa).
Confira as principais medidas anunciadas pelo governo nesta segunda-feira:
Leia Também
- Aumento da taxa de juros para 97% ao ano;
- Intervenção no câmbio do país por meio do BCRA para controle da desvalorização cambial;
- Novos acordos com o FMI para controle da dívida;
- Intensificação das relações comerciais com a China e com o banco dos BRICS;
- Corte na taxa fixa de financiamentos com cartão de crédito para 9% visando a estimular o comércio local;
- Plano de austeridade fiscal.
Argentina X FMI: uma batalha sem fim
Não bastasse a escassez de dólares — que fez a inflação disparar 108,8% em 12 meses —, a Argentina ainda tem uma dívida atualizada de US$ 44 bilhões com o Fundo Monetário Internacional (FMI), feita através de um programa de empréstimos.
Uma das exigências feitas pelos credores é a desvalorização da moeda local (mecanismo conhecido como crawling peg, no jargão do mercado). Esse cenário é bom para os exportadores mas ruim para quem usa a moeda — no caso, a população Argentina.
O governo, entretanto, tenta conter o ritmo de desvalorização do peso frente ao dólar junto ao BCRA por meio de propostas que equilibrem o poder de compra da população.
Uma das medidas propostas é baixar para 9% uma das taxas de juros fixas para empréstimos feitos para compras de produtos locais com cartão de crédito, visando estimular as compras de itens nacionais.
Mas dificilmente o FMI dará espaço para os hermanos respirarem. Vale lembrar que o ministério da Economia já conseguiu flexibilizar boa parte das metas impostas pelo fundo para sanar a dívida. Sendo assim, é pouco provável que o governo ganhe uma nova vitória para liberar novos créditos.
- Você investe em ações, renda fixa, criptomoedas ou FIIs? Então precisa saber como declarar essas aplicações no seu Imposto de Renda 2023. Clique aqui e acesse um tutorial gratuito, elaborado pelo Seu Dinheiro, com todas as orientações sobre o tema.
Contra o relógio e antes das eleições
Para analistas ouvidos pelo jornal local Clarín, as medidas são um “repeteco” de tudo que já foi anunciado antes pelo governo. Mesmo o “novo plano de austeridade fiscal” trouxe poucas novidades.
Ou seja, nenhuma dessas medidas deve ter efeito imediato na inflação ou na situação caótica da economia do país. Esse turbilhão de problemas ainda acontece poucos meses antes das eleições argentinas.
Alberto Fernández não disputará a reeleição, deixando em seu lugar do lado peronista (o equivalente à esquerda) pela coalizão Frente de Todos o próprio Sérgio Massa. Seu sucesso político dependerá — e muito — do plano para salvar a economia.
Já com uma ascensão meteórica, Javier Milei, líder do partido La Libertad Avanza e integrante da coalizão Juntos por el Cambio (JxC), é um dos pré-candidatos com chances de sair à frente nas pesquisas eleitorais próximas ao pleito.
O crescimento da linha de centro-direita e extrema direita na América Latina deu voz à Milei, cuja coalizão de partidos conta com a presença do ex-presidente Mauricio Macri, que governou a Argentina entre 2015 e 2019.
Como funcionam as eleições na Argentina
Os partidos terão até 13 de agosto para apresentar seus pré-candidatos no chamado Paso (Primárias Abertas Simultâneas e Obrigatórias), o que explica o grande número de candidatos e poucas pesquisas de intenção de voto no país até o momento.
Os vencedores disputam a eleição oficial em 22 de outubro e, em caso de segundo turno, em 19 de novembro. Enquanto isso, as eleições para governador por lá desenham uma vitória da Frente de Todos em boa parte do país. No entanto, a vitória do Juntos por el Cambio em algumas províncias preocupa.
Desde o início do ano, muita coisa mudou no cenário argentino. A desistência de Fernandéz e sua vice-presidente, Cristina Kirchner, da corrida eleitoral, deu fôlego para “nanicos” da política local. Até agosto, o panorama geral pode mudar ainda mais.
*Com informações do Clarín, La Nación e Banco Central da Argentina
Como vão ser as regras de trânsito para os carros voadores da China — e que podem virar modelo para o Brasil e para o mundo
País lançou um sistema unificado para controlar voos de baixa altitude de carros voadores e eVTOL, criando um “código de trânsito do céu” antes da popularização da tecnologia
De trenó, de skate e até de helicóptero: como o Papai Noel se vira pelo mundo para entregar os presentes
Sem neve, sem renas e sem chaminés: os trajetos improváveis do Papai Noel ao redor do planeta
Ganhar dinheiro com juros nos EUA, na Europa e até no México: as novas opções da B3 para quem quer investir de olho no exterior
A controladora da bolsa brasileira lançou três opções com base em decisões de política monetária do Fed, do BCE e do Banxico; entenda como funcionam
Pré-indicados ao Oscar 2026: Brasil aparece em quatro categorias; confira os filmes da shortlist
Produções brasileiras aparecem em diferentes frentes na disputa pelo Oscar 2026; anúncio oficial dos indicados será apenas em janeiro
Final do Intercontinental 2025: veja horário e onde assistir a Flamengo x PSG
Flamengo x PSG disputam a final da Copa Intercontinental 2025 no Catar, em duelo que vale título mundial e premiação milionária
Não uma, mas várias bolhas da IA: Deutsche Bank aponta os exageros e o que realmente pode dar errado a partir de agora
Além das bandeiras vermelhas e verdes ligadas às ações de empresas de inteligência artificial, o banco alemão também acende o sinal amarelo sobre o setor
O dólar vai subir na Argentina? Banco Central anuncia mudança de regime cambial e programa de compra de reservas
A escassez contribuiu para uma corrida contra o peso em outubro, com investidores temendo que a Argentina ficasse sem dólares para sustentar as bandas cambiais
Saída de Warren Buffett e dança das cadeiras representam o fim da Berkshire Hathaway como a conhecemos?
Movimentações no alto escalão da empresa de investimentos do Oráculo de Omaha indicam que a companhia está deixando para trás sua cultura descentralizada e migrando para uma estrutura mais tradicional
Vem aí acordo de paz entre Rússia e Ucrânia? Zelensky abre mão de ingressar na Otan com início das negociações em Berlim
O presidente ucraniano disse que, em conjunto com os europeus e os EUA, está analisando um plano de 20 pontos e que, ao final disso, há um cessar-fogo
Na corrida da IA, Kinea diz que só uma big tech é realmente magnífica e não é a Nvidia — ganho no ano beira 50%
Se a big tech que mais brilhou em 2025 até aqui teve um ganho acumulado de quase 50%, na contramão, a que foi ofuscada perdeu quase 7%
CEO da Nvidia é eleito ‘Pessoa do Ano’ pelo Financial Times e diz se vai ter bolha da IA
A fabricante de chips se tornou a primeira empresa pública do mundo a atingir US$ 5 trilhões em valor de mercado; seus papéis acumulam valorização de 36% no ano em Nova York
EUA tomam petroleiro na costa da Venezuela — o que pode acontecer com os preços de petróleo?
As cotações operam em queda nesta quinta-feira (11), com os investidores concentrados nas negociações de paz entre Ucrânia e Rússia; entenda o que mexe com o mercado agora
Os juros caíram nos EUA: as janelas de oportunidade que se abrem para o investidor brasileiro
Entenda por que a decisão do Fed desta quarta-feira (10) — que colocou a taxa na faixa entre 3,50% e 3,75% ao ano — importa, e como montar uma carteira de olho nos juros norte-americanos
A última do ano: Fed atende chamado do mercado e corta juros em 0,25 pp; a projeção para 2026 é de uma redução
No comunicado, o BC norte-americano indica que a incerteza sobre as perspectivas econômicas permanece elevada nos EUA e que os riscos negativos para o emprego aumentaram nos últimos meses
Copa do Mundo 2026: passagens para as cidades onde o Brasil joga já estão mais caras; confira os preços
Simulações do Google Flights mostram que as viagens para Nova York, Filadélfia e Miami ficaram mais caras após o sorteio da Copa do Mundo 2026
Criptomoedas como o bitcoin (BTC) podem ser um risco para os bancos dos EUA, segundo a Fitch — mas há janelas de oportunidade
A agência de classificação de risco aponta benefícios na emissão de stablecoins, na tokenização de depósitos e no uso de tecnologia blockchain
Cartão de débito internacional em dólar e euro: confira os detalhes da Conta Global integrada ao Superapp do Itaú Personnalité
A ideia é que o cliente tenha a opção disponível em 180 países, 24 horas por dia, sete dias por semana, no mesmo aplicativo em que já concentra sua vida financeira
João Fonseca x Carlos Alcaraz: veja onde assistir à partida de tênis e horário
João Fonseca x Carlos Alcaraz agita o Miami Invitational em duelo que marca a pré-temporada do brasileiro, após um ano de ascensão no circuito
Nvidia, Trump e China: o “sim” que fez a ação da gigante de chips de IA subir forte em Nova York
Os semicondutores, que são componentes essenciais em quase todas as categorias de eletrônicos, estão no centro da corrida de IA entre os Estados Unidos e a China
O polo de IA mais poderoso do mundo: por que Ray Dalio diz que Oriente Médio é o Vale do Silício dos capitalistas
O megainvestidor também fala o que pensa sobre a possibilidade de a bolha da inteligência artificial estourar, e conta o que o investidor deve fazer agora
