Preços menores, custos mais altos e embarques mais fracos: entenda cada um dos vilões do balanço da Vale (VALE3)
Outros fatores pontuais, como questões climáticas e problemas logísticos afetaram a Vale (VALE3) ao longo do 1T23
Que o balanço da Vale (VALE3) viria fraco, isso já era mesmo previsto e estava precificado nas ações da mineradora. Mas, após uma análise mais detalhada dos números e também do discurso dos executivos durante a teleconferência realizada na manhã desta quinta-feira (27), uma coisa ficou mais clara: a companhia vai precisar "se virar" para entregar dados melhores, em especial na linha de custos.
Veja abaixo como vieram as principais linhas do resultado referente ao primeiro trimestre deste ano:
- Lucro líquido - US$ 1,8 bilhão (-58% na comparação anual)
- Ebitda ajustado - US$ 2,9 bilhões (-47% na comparação anual)
- Receita líquida - US$ 8,4 bilhões (-22% na comparação anual)
- Dívida líquida - US$ 8,2 bilhões (+67,5% na comparação anual)
Segundo a própria mineradora, o resultado foi impactado pelos menores preços realizados de minério de ferro, seu carro-chefe, além das vendas menores.
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Analistas já alertavam sobre o descasamento entre oferta e demanda enfrentado pela Vale e a empolgação excessiva com a retomada da China.
Normalmente, a China compra minério antes do feriado da Semana Dourada, que acontece no começo de maio, de olho num consumo mais forte que acontece logo após essa data.
O problema é que neste ano as compras não estão tão aceleradas como era esperado, o que prejudicou a Vale e acendeu um alerta sobre o consumo chinês.
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Em sua análise, Fernando Ferrer da Empiricus Research, pontua que o resultado da Vale afasta ainda mais a tese de forte recuperação do preço das commodities com a reabertura chinesa.
Durante a teleconferência com analistas, o presidente da empresa, Eduardo Bartolomeo, reforçou que esse desencontro entre oferta e demanda também aconteceu por conta de problemas operacionais e também por questões climáticas, mas que o problema deve ser resolvido ao longo de 2023.
Como é de costume, a Vale não faz mudanças em seu guidance apesar de eventos como esse, e o CEO afirmou estar "muito confiante" no cumprimento das metas estabelecidas.
O que deu errado com a Vale (VALE3)?
Em relatório, o Santander aponta que especialmente o Ebitda veio abaixo do consenso e "bem abaixo" das expectativas da equipe. Segundo o documento, a diferença em relação ao modelo dos analistas é explicada principalmente pelos volumes de venda de minério de ferro e preços mais fracos do que o esperado.
Apesar disso, o Santander mantém sua recomendação de compra para o ativo, mas ainda prefere o cobre dentro do setor de commodities.
"A dura realidade é que a Vale apresentou resultados abaixo da média contra seus pares australianos e vai precisar de algum tempo para recuperar a confiança do mercado", escreveram os analistas do BTG Pactual.
O banco também manteve recomendação de compra para o papel, com base no valuation ainda atraente. Porém, a equipe pondera o fato de que a Vale tem sido mais afetada por fatores macroeconômicos do que por uma história própria.
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No longo prazo, o BTG Pactual ainda enxerga a chegada da Cosan (CSAN3) ao conselho e a tão falada venda da divisão de metais básicos como pontos mais positivos para a mineradora e investidores com olhos num horizonte mais amplo.
De acordo com o JP Morgan, o resultado referente ao primeiro trimestre de 2023 pode trazer revisões para a ação, mas, no momento, o banco não realizou nenhuma alteração em suas projeções para a empresa e manteve recomendação neutra.
Já o Bradesco BBI, em parceria com a Ágora Investimentos, ressalta que apesar dos resultados mais fracos, a Vale foi afetada por fatores bastante pontuais, principalmente quando fala-se de chuvas e exportações.
De maneira geral, a equipe também permanece positiva com a companhia e crente de que os fundamentos do mercado de minério de ferro devem melhorar nos próximos meses.
A reação dos papéis
Apesar do balanço avaliado como ruim em boa parte de suas linhas, as ações da Vale (VALE3) operavam em alta de 1,08%, cotadas a R$ 71,03 no início da tarde de hoje.
De acordo com dados compilados pela plataforma TradeMap, das 14 recomendações para o ativo, 10 são de compra e quatro são de manutenção.

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