Por que o Magazine Luiza (MGLU3) deve ser a estrela da temporada de balanços das varejistas, mesmo com um prejuízo milionário
Embora analistas apostem em uma melhora nas principais linhas do balanço, o trimestre deve ser de prejuízo para o Magazine Luiza, pressionado por um elevado custo operacional e crescimento da inadimplência
A divulgação dos resultados do Magazine Luiza (MGLU3) é sempre um dos pontos altos da temporada de balanços — e, dessa vez, o interesse tende a ser ainda maior para os números que serão divulgados hoje (09), após o fechamento do mercado.
É que existe um grande e inconfundível elefante na sala: o que a administração da companhia dirá sobre os desdobramentos da crise na Americanas (AMER3) e o temor de que outras varejistas enfrentem problemas semelhantes.
Qualquer possível impacto no volume de tráfego e de vendas originados da recuperação judicial da concorrente, no entanto, é coisa para o balanço do primeiro trimestre de 2023. Agora, o foco é o saldo da Black Friday e do Natal para as vendas do Magalu — e os analistas parecem otimistas com os números, ainda que o consenso seja de que mais um prejuízo milionário está a caminho.
Tradicionalmente, os últimos três meses do ano são auspiciosos para o varejo, embora logisticamente complicado. Mas, em 2022, um episódio inédito entrou na equação: a Copa do Mundo fora de época — que, ao mesmo tempo em que impulsiona a venda de alguns eletroeletrônicos, também seca o fluxo de clientes nas lojas e shoppings centers.
De acordo com a plataforma Trademap, de 12 recomendações de analistas para as ações MGLU3, oito são neutras, indicando a manutenção do papel na carteira; há outras quatro de venda. O preço-alvo para 2023 varia de R$ 2,80 a R$ 7,00 — indo de um potencial de queda de 16,42% a uma alta de 108,96%.
O que esperar dos números do Magazine Luiza (MGLU3)?
Com a Americanas sendo carta fora do baralho no hall das grandes varejistas, é quase natural que os números do Magazine Luiza sejam comparados com os da Via (VIIA3). Para os analistas da Genial Investimentos, o Magalu deve ser a empresa com números mais sólidos, com uma evolução de dois dígitos em todas as principais linhas do balanço — principalmente na geração de caixa operacional.
Leia Também
Na análise do Santander, o quarto trimestre deve seguir indicando uma trajetória de melhora que se iniciou no terceiro trimestre. "O Magazine Luiza está posicionado para entregar bons resultados durante o 4T22, com uma recuperação tanto nas vendas, de 13,5% contra o mesmo período do ano passado, quanto na rentabilidade".
O impulso vindo das vendas na Copa do Mundo é um dos catalisadores principais que guiam o otimismo do Itaú BBA com o crescimento de dois dígitos nesta linha do balanço. “O volume bruto de mercadorias (GMV) também deve surfar o momento positivo, e nós estimamos um crescimento de 12% em um ano”, apontam os analistas.
VEJA TAMBÉM - Lemann finalmente abriu a carteira para salvar a Americanas? Bilionários e sócios colocam mais alguns bilhões na mes ade negociações
Descubra quanto na publicação abaixo que fizemos no nosso Instagram. Aproveite para nos seguir por lá para ficar por dentro de tudo o que realmente importa para o seu bolso em poucos minutos (clique aqui e aperte em "seguir").
Ver essa foto no Instagram
Os números que pressionam
Quando o assunto são os custos operacionais e administrativos, as casas de análise estão longe de um consenso. Enquanto o Itaú acredita em uma diluição das despesas com impacto positivo nas margens brutas — mas uma pressão do lado financeiro, impulsionada pela Selic a 13,75% ao ano —, o Santander segue vendo alguns fatores que devem limitar o avanço do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
“Apesar de também sofrer em um cenário de juros e inflação maiores, a maturidade da operação de marketplace e a performance mais suave de lojas físicas devem amenizar as margens e, consequentemente, o fluxo de caixa do Magalu”, apontam analistas da Genial Investimentos.
Veja a tabela abaixo, com as projeções de quatro casas de análise para as linhas de receita líquida, Ebitda e resultado líquido do Magazine Luiza neste quarto trimestre — e a variação em relação ao mesmo período de 2021:
| MGLU3 (R$ mi) | Receita líquida | Ebitda ajustado | Lucro líquido |
| BTG | R$ 10.420,00 | R$ 610,00 | -R$ 91,00 |
| Santander | R$ 10.666,00 | R$ 616,00 | -R$ 91,00 |
| Itaú BBA | R$ 10.594,00 | R$ 625,00 | -R$ 72,00 |
| Genial | R$ 10.789,00 | R$ 633,00 | -R$ 80,00 |
| Média | R$ 10.617,25 | R$ 621,00 | -R$ 83,50 |
| 4T21 | R$ 9.396,00 | R$ 244,00 | R$ 93,00 |
| Variação | 13,00% | 154,50% | – |
A redução da oferta de crédito em tempos de juros altos não afeta o Magazine Luiza apenas na linha de vendas.
No trimestre anterior, a inadimplência acima de 90 dias chegou a 9,2% da carteira total. Em razão dessa dinâmica, a aposta é que exista um provisionamento ainda maior — nos cálculos da Genial, o número deve chegar a R$ 102 milhões. Ou seja, 5,5% da carteira total de inadimplentes.
Negócio desfeito: por que o BRB desistiu de vender 49% de sua financeira a um grupo investidor
A venda da fatia da Financeira BRB havia sido anunciada em 2024 por R$ 320 milhões
Fechadas com o BC: o que diz a carta que defende o Banco Central dias antes da acareação do caso Master
Quatro associações do setor financeiro defendem a atuação do BC e pedem a preservação da autoridade técnica da autarquia para evitar “cenário gravoso de instabilidade”
CSN Mineração (CMIN3) paga quase meio bilhão de reais entre dividendos e JCP; 135 empresas antecipam proventos no final do ano
Companhia distribui mais de R$ 423 milhões em dividendos e JCP; veja como 135 empresas anteciparam proventos no fim de 2025
STF redefine calendário dos dividendos: empresas terão até janeiro de 2026 para deliberar lucros sem imposto
O ministro Kassio Nunes Marques prorrogou até 31 de janeiro do ano que vem o prazo para deliberação de dividendos de 2025; decisão ainda precisa ser confirmada pelo plenário
BNDES lidera oferta de R$ 170 milhões em fundo de infraestrutura do Patria com foco no Nordeste; confira os detalhes
Oferta pública fortalece projetos de logística, saneamento e energia, com impacto direto na região
FII BRCO11 fecha contrato de locação com o Nubank (ROXO34) e reduz vacância a quase zero; XP recomenda compra
Para a corretora, o fundo apresenta um retorno acumulado muito superior aos principais índices de referência
OPA da Ambipar (AMBP3): CVM rejeita pedido de reconsideração e mantém decisão contra a oferta
Diretoria da autarquia rejeitou pedido da área técnica para reabrir o caso e mantém decisão favorável ao controlador; entenda a história
Azul (AZUL54) chega a cair mais de 40% e Embraer (EMBJ3) entra na rota de impacto; entenda a crise nos ares
Azul reduz encomenda de aeronaves com a Embraer, enquanto ações despencam com a diluição acionária prevista no plano de recuperação
Corrida por proventos ganha força: 135 empresas antecipam remuneração; dividendos e JCP são os instrumentos mais populares
Recompras ganham espaço e bonificação de ações resgatáveis desponta como aposta para 2026, revela estudo exclusivo do MZ Group
IG4 avança na disputa pela Braskem (BRKM5) e leva operação bilionária ao Cade; ações lideram altas na B3
A petroquímica já havia anunciado, em meados deste mês, que a gestora fechou um acordo para assumir a participação da Novonor, equivalente a 50,1% das ações com direito a voto
Nvidia fecha acordo de US$ 20 bilhões por ativos da Groq, a maior aquisição de sua história
Transação em dinheiro envolve licenciamento de tecnologia e incorporação de executivos, mas não a compra da startup
Banco Mercantil (BMEB4) fecha acordo tributário histórico, anuncia aumento de capital e dividendos; ações tombam na B3
O banco fechou acordo com a União após mais de 20 anos de disputas tributárias; entenda o que isso significa para os acionistas
Kepler Weber (KEPL3) e GPT: minoritários questionam termos da fusão e negócio se complica; entenda o que está em jogo
Transações paralelas envolvendo grandes sócios incomodou os investidores e coloca em dúvida a transparência das negociações
Itaúsa (ITSA4) eleva aposta em Alpargatas (ALPA4) em meio à polêmica com a dona da Havaianas
Nos últimos dias, a Itaúsa elevou sua fatia e passou a deter cerca de 15,94% dos papéis ALPA4; entenda a movimentação
Presente de Natal? Tim Cook compra ações da Nike e sinaliza apoio à recuperação da empresa
CEO da Apple investe cerca US$ 3 milhões em papéis da fabricante de artigos esportivos, em meio ao plano de reestruturação comandado por Elliott Hill
Ampla Energia aprova aumento de capital de R$ 1,6 bilhão
Operação envolve capitalização de créditos da Enel Brasileiro e eleva capital social da empresa para R$ 8,55 bilhões
Alimentação saudável com fast-food? Ela criou uma rede de franquias que deve faturar R$ 240 milhões
Camila Miglhorini transformou uma necessidade pessoal em rede de franquias que conta com 890 unidades
Dinheiro na conta: Banco pagará R$ 1,82 por ação em dividendos; veja como aproveitar
O Banco Mercantil aprovou o pagamento de R$ 180 milhões em dividendos
Azul (AZUL54) perde 58% de valor no primeiro pregão com novo ticker — mas a aérea tem um plano para se recuperar
A Azul fará uma oferta bilionária que troca dívidas por ações, na tentativa de limpar o balanço e sair do Chapter 11 nos EUA
O alinhamento dos astros para a Copasa (CSMG3): revisão tarifária, plano de investimento bilionário e privatização dão gás às ações
Empresa passa por virada estratégica importante, que anima o mercado para a privatização, prevista para 2026
