Família controladora socorre Hapvida (HAPV3), que pode ter injeção de R$ 2,1 bilhões no caixa; ações disparam na B3
A solução para equacionar o endividamento da Hapvida passará por duas operações: a venda de dez imóveis e uma potencial oferta de ações na B3. Família Pinheiro vai participar de ambos os negócios
Abalada por um processo de fusão complexo e um alto endividamento, a Hapvida (HAPV3) vai receber uma injeção no caixa que pode chegar a R$ 2,1 bilhões. Quem vai liderar o socorro é a família Pinheiro, principal acionista da operadora de saúde.
A expectativa do mercado pela entrada de dinheiro novo na Hapvida já era grande após a série de dificuldades em que a companhia se meteu. Apenas neste ano, a operadora acumula uma perda de mais da metade do valor de mercado na B3.
A solução para equacionar o endividamento da empresa passará por duas operações: a venda de dez imóveis e uma potencial oferta de ações na B3.
Em comum entre elas está a participação da família Pinheiro, que pode injetar até R$ 1,6 bilhão na Hapvida na soma dos dois negócios.
O anúncio faz as ações da Hapvida dispararem na abertura do pregão desta terça-feira na B3. Por volta das 10h20, os papéis HAPV3 subiam 17%, para R$ 2,60.
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Hapvida: de onde vem o dinheiro novo
O grupo fundador fechou a compra de dez imóveis da Hapvida com o compromisso de alugá-los para a própria operadora em seguida. Esse negócio, conhecido no mercado como "sale and leaseback", vai render R$ 1,250 bilhão para a companhia.
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A proposta da família foi a melhor entre seis que a Hapvida recebeu em um processo competitivo, de acordo com a empresa. Veja a seguir as condições:
- Montante: R$ 1.250.000.000,00
- Cap Rate Anual: 8,50% (i.e. R$ 8.854.166,67 por mês)
- Índice de reajuste anual: IPCA
- Prazo de locação: 20 anos (com opção de renovação por mais 20 anos)
- Opção de recompra, pela Companhia, em condições pré-determinadas, no 36º ou no 60º mês contados do início das locações objeto do SLB
- Sem necessidade de aprovação prévia de autoridades regulatórias
- Sem necessidade de conclusão de auditoria (due diligence)
- Sem garantias exigíveis
Oferta de ações vem aí?
O dinheiro restante para reforçar o caixa da Hapvida deve vir de uma oferta de ações na B3. A empresa contratou os bancos Bank of America, UBS, BTG Pactual e Itaú BBA para avaliar a operação.
No total, a oferta pode movimentar R$ 877 milhões, considerando o total de ações que podem ser emitidas (395.207.520) e o preço de fechamento de HAPV3 ontem na B3 (R$ 2,22).
A emissão de ações ainda dependerá das condições, mas parte da demanda já está garantida. Isso porque a família Pinheiro se comprometeu a exercer o direito de prioridade. Ou seja, pretende injetar R$ 360 milhões na Hapvida com a compra dos novos papéis.
Seja como for, ambas as operações devem ajudar a diminuir as preocupações com a saúde financeira da Hapvida. Isso porque a relação entre a dívida líquida e o Ebitda ajustado da companhia alcançou a casa de 2,45 vezes no fim do ano passado, e a dívida líquida atingiu a marca de R$ 7 bilhões.
- LEIA TAMBÉM: Hapvida do céu ao inferno: os sete erros que fizeram as ações HAPV3 despencarem quase 50% em 15 dias
Hapvida (HAPV3): vale a pena comprar as ações?
Apesar da reação no pregão de hoje, as ações da Hapvida seguem com uma forte desvalorização acumulada. Assim, fica a pergunta: vale a pena investir e virar sócio da família Pinheiro nesse negócio?
Para a Empiricus Research, a resposta é sim. “Ainda que continue enfrentando desafios operacionais importantes com a sinistralidade alta e persistente, a injeção de capital na companhia afasta o fantasma da liquidez e desenha um horizonte mais positivo para a companhia”, escreve o analista Fernando Ferrer.
Por fim, a injeção de dinheiro novo por meio da venda de imóveis e da emissão de ações também deve reduzir as preocupações com uma possível insolvência regulatória da Hapvida, de acordo com o Santander.
Os analistas do banco também têm recomendação de compra para HAPV3, com preço-alvo de R$ 7. Ou seja, mais que o dobro das cotações atuais, mesmo após a disparada de hoje.
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