Rodolfo Amstalden: Nosso louco amor
Agosto só termina quando acaba; poderemos decretar seu verdadeiro teor de loucura daqui a exatos oito dias

Agosto, o mês do cachorro louco, o período do ano em que as cadelas mais entram no cio e em que os cães mais ficam agressivos, graças às disputas pelo acasalamento.
Também aquele mês em que Getúlio Vargas e JK morreram em circunstâncias trágicas, embora incomparáveis com as milhares de mortes causadas pelas bombas de Hiroshima e Nagasaki, entre 6 e 9 de agosto de 1945.
O mês em que acumulamos 13 quedas consecutivas de Ibovespa, o mês em que sonhamos com os 125 mil pontos e acordamos beijando os 114 mil pontos.
Mas nem tudo é condenável.
- Como construir patrimônio em dólar? Estratégia de investimento desenvolvida por físico da USP possibilita lucros na moeda americana; conheça aqui
O champagne foi inventado em agosto, assim como o sanduíche. Martin Luther King Jr improvisou em público seu famoso discurso “I have a dream”. Sean Connery e Whitney Houston vieram ao mundo.
Agosto só termina quando acaba; poderemos decretar seu verdadeiro teor de loucura daqui a exatos oito dias. A loucura é capaz de produzir resultados macabros, mas é também capaz de criar vida de um jeito que a sanidade nunca conseguiu.
Leia Também
Alguns problemas importantes vieram à tona para o mercado em agosto, e algo me diz que eles não nos deixarão tão rápido. Isso não é necessariamente ruim. Ao vislumbrar problemas ocultos em sua forma explícita, somos habilitados a evitá-los ou digeri-los (aqui, não temos pretensão de buscar soluções).
- Leia também: Rodolfo Amstalden: Tudo mais ou menos constante
Eis alguns deles:
- Embora Fernando Haddad seja um ministro da Fazenda muito melhor que o esperado, algum grau de colisão com o Centrão se faz inevitável até o fim do mandato. Não há como manter uma postura 100% diplomática e, ao mesmo tempo, cumprir as metas que o cargo de Fazendeiro impõe.
- Em médio prazo, China tem mais downside do que upside. Sem poder recorrer às doses regulares de estímulo + endividamento + formação bruta de capital fixo dos últimos 30 anos, e com um forte preconceito do Governo contra o impulso ao consumo, a tentação de adotar medidas heterodoxas aumenta; a ebulição social também.
- Podemos ficar aqui discutindo filosoficamente se a curva de juros americana obedece a ajustes técnicos ou a uma nova ordem geopolítica global, e podemos também debater se o Treasury 10y ficará mais perto de 5% ou mais perto de 3% quando "tudo isso acabar". Mas parece já meio claro que a próxima década será um período de brigas muito mais parelhas entre a renda fixa e a renda variável do que foi a década passada.
É melhor ter um plano: Ibovespa busca manter tom positivo em dia de agenda fraca e Powell no Senado dos EUA
Bolsas internacionais seguem no azul, ainda repercutindo a trégua na guerra entre Israel e o Irã
Um longo caminho: Ibovespa monitora cessar-fogo enquanto investidores repercutem ata do Copom e testemunho de Powell
Trégua anunciada por Donald Trump impulsiona ativos de risco nos mercados internacionais e pode ajudar o Ibovespa
Um frágil cessar-fogo antes do tiro no pé que o Irã não vai querer dar
Cessar-fogo em guerra contra o Irã traz alívio, mas não resolve impasse estrutural. Trégua será duradoura ou apenas mais uma pausa antes do próximo ato?
Felipe Miranda: Precisamos (re)conversar sobre Méliuz (CASH3)
Depois de ter queimado a largada quase literalmente, Méliuz pode vir a ser uma opção, sobretudo àqueles interessados em uma alternativa para se expor a criptomoedas
Nem todo mundo em pânico: Ibovespa busca recuperação em meio a reação morna dos investidores a ataque dos EUA ao Irã
Por ordem de Trump, EUA bombardearam instalações nucleares do Irã na passagem do sábado para o domingo
É tempo de festa junina para os FIIs
Alguns elementos clássicos das festas juninas se encaixam perfeitamente na dinâmica dos FIIs, com paralelos divertidos (e úteis) entre as brincadeiras e a realidade do mercado
Tambores da guerra: Ibovespa volta do feriado repercutindo alta dos juros e temores de que Trump ordene ataques ao Irã
Enquanto Trump avalia a possibilidade de envolver diretamente os EUA na guerra, investidores reagem à alta da taxa de juros a 15% ao ano no Brasil
Conflito entre Israel e Irã abre oportunidade para mais dividendos da Petrobras (PETR4) — e ainda dá tempo de pegar carona nos ganhos
É claro que a alta do petróleo é positiva para a Petrobras, afinal isso implica em aumento das receitas. Mas há um outro detalhe ainda mais importante nesse movimento recente.
Não foi por falta de aviso: Copom encontra um sótão para subir os juros, mas repercussão no Ibovespa fica para amanhã
Investidores terão um dia inteiro para digerir as decisões de juros da Super Quarta devido a feriados que mantêm as bolsas fechadas no Brasil e nos Estados Unidos
Rodolfo Amstalden: São tudo pequenas coisas de 25 bps, e tudo deve passar
Vimos um build up da Selic terminal para 15,00%, de modo que a aposta em manutenção na reunião de hoje virou zebra (!). E aí, qual é a Selic de equilíbrio para o contexto atual? E qual deveria ser?
Olhando para cima: Ibovespa busca recuperação, mas Trump e Super Quarta limitam o fôlego
Enquanto Copom e Fed preparam nova decisão de juros, Trump cogita envolver os EUA diretamente na guerra
Do alçapão ao sótão: Ibovespa repercute andamento da guerra aérea entre Israel e Irã e disputa sobre o IOF
Um dia depois de subir 1,49%, Ibovespa se prepara para queimar a gordura depois de Trump abandonar antecipadamente o G-7
Acima do teto tem um sótão? Copom chega para mais uma Super Quarta mirando fim do ciclo de alta dos juros
Maioria dos participantes do mercado financeiro espera uma alta residual da taxa de juros pelo Copom na quarta-feira, mas início de cortes pode vir antes do que se imagina
Felipe Miranda: O fim do Dollar Smile?
Agora o ouro, e não mais o dólar ou os Treasuries, representa o ativo livre de risco no imaginário das pessoas
17 X 0 na bolsa brasileira e o que esperar dos mercados hoje, com disputa entre Israel e Irã no radar
Desdobramentos do conflito que começou na sexta-feira (13) segue ditando o humor dos mercados, em semana de Super Quarta
Sexta-feira, 13: Israel ataca Irã e, no Brasil, mercado digere o pacote do governo federal
Mercados globais operam em queda, com ouro e petróleo em alta com aumento da aversão ao risco
Labubu x Vale (VALE3): quem sai de moda primeiro?
Se fosse para colocar o meu suado dinheirinho na fabricante do Labubu ou na mineradora, escolho aquela cujas ações, no longo prazo, acompanham o fundamento da empresa
Novo pacote, velhos vícios: arrecadar, arrecadar, arrecadar
O episódio do IOF não é a raiz do problema, mas apenas mais uma manifestação dos sintomas de uma doença crônica
Bradesco acerta na hora de virar o disco, governo insiste no aumento de impostos e o que mais embala o ritmo dos mercados hoje
Investidores avaliam as medidas econômicas publicadas pelo governo na noite de quarta e aguardam detalhes do acordo entre EUA e China
Rodolfo Amstalden: Mais uma anomalia para chamar de sua
Eu sou um stock picker por natureza, mas nem precisaremos mergulhar tanto assim no intrínseco da Bolsa para encontrar oportunidade; basta apenas escapar de tudo o que é irritantemente óbvio