Rodolfo Amstalden: Tudo mais ou menos constante
Perdemos a capacidade de encarar o tabuleiro como um jogo de múltiplos parâmetros maleáveis, e passamos a focar em uma única peça de xadrez

"Os maiores prazeres estão separados
do desgosto por uma linha muito tênue".
Marcus Tullius Cicero
Um dos conceitos mais perigosos em Economia é o de "ceteris paribus". A expressão latina era (sabiamente) usada por Cícero na Roma Antiga de maneira intuitiva, não-técnica.
Cícero gostava de experimentar com análises de causalidade nas quais apenas um fator é evidenciado, tentando deduzir seus efeitos específicos.
Assim, frequentemente traduzimos o ceteris paribus como "tudo o mais constante" ou "mantidas inalteradas todas as outras coisas".
Tudo o mais constante - Cícero escreveu em seu famoso ensaio sobre o novo versus conhecido -, gostamos sempre de montar o cavalo a que estamos acostumados, aquele que cavalgamos há mais tempo. Agora, se esse cavalo estiver machucado, violamos o ceteris paribus e passamos a preferir uma outra montaria.
Leia Também
As Ciências Naturais foram as primeiras a emprestar a ideia de Cícero, com grande sucesso.
- Sua carteira de investimentos está adequada para o 2º semestre do ano? O Seu Dinheiro preparou um guia completo e totalmente gratuito com indicações de ativos para os próximos seis meses. Confira na íntegra, clicando aqui.
No mundo hermeticamente controlado de um laboratório de Física ou Química, é mais fácil estabilizar n-1 parâmetros, observando o efeito exclusivo do enésimo parâmetro a se mexer.
Com inveja dos "cientistas de verdade", os economistas decidiram levar o ceteris paribus para os laboratórios de econometria, jogando para baixo do tapete uma série de fragilidades estatísticas.
No dia a dia do mercado, o problema se torna ainda maior.
À medida que as narrativas financeiras se impõem, elas assumem o status de WYSIATI (vide Kahneman), mantendo retoricamente inalteradas todas as outras coisas.
Perdemos a capacidade de encarar o tabuleiro como um jogo de múltiplos parâmetros maleáveis, e passamos a focar em uma única peça de xadrez (o cavalo?).
- Leia também: Rodolfo Amstalden: Decifrando o devorar das cifras
Em determinado momento, talvez essa peça seja a melhora fiscal, a reforma tributária ou um novo ciclo de corte da Selic.
Mas, de repente, enquanto olhamos para frente, vestidos pelo cabresto do ceteris paribus, somos atropelados lateralmente por uma ameaça de recessão na China, alta adicional da Fed Funds Rate, ou por qualquer outra coisa que a realidade se esqueceu de travar.
Por isso, ainda que haja momentos propícios a dobrar a aposta e "ir para a jugular do mercado" (usando a sábia expressão de Druckenmiller), devemos saber dosar essas decisões para que o mercado também não venha em nossa própria jugular.
Acordo com China prevê mais de US$ 2 bi de investimentos em combustível sustentável e carros elétricos no Brasil
China também planeja investir em centro de pesquisa e desenvolvimento na área de energia renovável em parceria com o SENAI CIMATEC
Cenário dos sonhos para a bolsa: Dow Jones dispara mais de 1 mil pontos na esteira de acordo entre EUA e China
Por aqui, o Ibovespa teve uma reação morna, mas exportações brasileiras — especialmente de commodities — podem ser beneficiadas com o entendimento; saiba como
Didi, GWM, Meituan e mais: empresas da China planejam desembarcar no Brasil com investimentos de mais de R$ 27 bilhões
Acordos foram firmados durante passagem do presidente Lula pela China no fim de semana; expectativa é de criação de mais de 100 mil empregos
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
Agenda econômica: Fim da temporada de balanços do 1T25 e divulgação de PIBs globais movimentam a semana
Além dos últimos resultados da temporada, que incluem os balanços de BTG Pactual, Petrobras, Banco do Brasil e Nubank, a agenda traz a ata do Copom e dados do PIB na Europa e no Japão
Trump e Xi chegam a acordo melhor do que se esperava para arrefecer guerra comercial e mercados amanhecem eufóricos
Tarifas bilaterais sobre a maioria dos produtos passarão por um corte de 115 pontos porcentuais, mas ainda faltam mais detalhes sobre o acordo
Ficou para amanhã: o resultado da reunião entre EUA e China para colocar fim à guerra de tarifas de Trump
Representantes norte-americanos e chineses se encontraram por dois dias na Suíça, mas o resultado das conversas só será detalhado na segunda-feira (12); por enquanto, o que se sabe é que houve progresso
Depois de Vladimir Putin, Xi Jinping: Lula desafia Trump e vai à China em meio a guerra comercial
O petista encerrou na manhã de sábado (10) a viagem para a Rússia e partiu para Pequim, onde começa a agenda na segunda-feira (12)
Ainda não foi dessa vez: sem acordo, negociações comerciais entre EUA e China vão continuar
Representantes de Washington e Pequim estiveram reunidos na Suíça neste sábado (10) em busca de entendimento sobre as tarifas, mas não chegaram a uma conclusão — conversas continuam neste domingo (11)
Todo cuidado é pouco: bolsa pode não estar tão barata como parece — saiba por que gestor faz esse alerta agora
Para André Lion, sócio da Ibiuna Investimentos, é difícil dizer se a valorização do Ibovespa, observada até agora, continuará
Dedo na cara: a nova crítica de Lula a Trump após viagem à Rússia e encontro com Putin
O presidente brasileiro deixou Moscou neste sábado (10) rumo a outro destino que deve desagravar bastante o republicano: a China
Agora é para valer: tarifaço de Trump pega a China em cheio — veja quais são as primeiras empresas e produtos taxados em 145%
Os navios com itens importados da China começaram a atracar nos EUA em meio ao início das negociações entre os dois países para tentar colocar fim à guerra comercial
FIIs: confira os melhores fundos imobiliários para investir em maio, segundo o BTG
Segundo o banco, carteira do mês é voltada para investidores que buscam renda mensal isenta de IR, com diversificação entre as classes de ativos
Fundo Verde bate o CDI: as apostas certeiras de Stuhlberger no mês de abril
A Verde Asset considerou que abril teve um ritmo acelerado nos mercados e ampliou a posição do fundo em criptoativos, ouro e moeda chinesa
O detalhe da inflação de abril que pode tirar o sono de Galípolo e levar o Copom a esticar ainda mais a corda dos juros
Inflação medida pelo IPCA desacelerou de 0,56% para 0,43% na passagem de março para abril de 2025, praticamente em linha com a mediana das estimativas dos analistas
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Multiplicação histórica: pequenas empresas da bolsa estão prestes a abrir janela de oportunidade
Os ativos brasileiros já têm se valorizado nas últimas semanas, ajudados pelo tarifaço de Trump e pelas perspectivas mais positivas envolvendo o ciclo eleitoral local — e a chance de queda da Selic aumenta ainda mais esse potencial de valorização
Ibovespa bate máxima histórica nesta quinta-feira (8), apoiado pelos resultados do Bradesco (BBDC4) e decisões da Super Quarta
Antes, o recorde intradiário do índice era de 137.469,27 pontos, alcançado em 28 de agosto do ano passado
Bitcoin (BTC) volta aos US$ 100 mil e mercado cripto mira novos recordes
Anúncio de acordo comercial entre EUA e Reino Unido, somado ao otimismo com uma possível negociação entre Trump e Xi Jinping, impulsiona criptomoedas a patamares não vistos há meses
Muito acima da Selic: 6 empresas pagam dividendos maiores do que os juros de 14,75% — e uma delas bateu um rendimento de 76% no último ano
É difícil competir com a renda fixa quando a Selic está pagando 14,75% ao ano, mas algumas empresas conseguem se diferenciar com suas distribuições de lucros