O Ibovespa e as trombetas do apocalipse, as idas e vindas da Gafisa (GFSA3) e outros destaques do dia

Enquanto Luiz Inácio Lula da Silva proferia o seu discurso de posse, que teve duração de mais de meia hora, na tribuna do Congresso Nacional no último domingo (01), já era possível escutar as trombetas que anunciavam o apocalipse rondando os corredores do mercado financeiro.
Em sua primeira fala empossado, Lula chamou o teto de gastos de estupidez, falou em tirar estatais dos estudos de privatização e utilizá-las para financiar medidas sociais, além de defender um Estado forte na economia, sem citar grandes contrapartidas de arrecadação.
O início da semana útil foi seguido por uma elevação da melodia tocada pelos trombetistas — Lula passou por cima de seu ministro da Fazenda e prorrogou a desoneração de combustíveis, ministros declararam apoio à reversão de medidas caras ao mercado e o corpo ministerial pareceu dessincronizado.
A melodia se somou ao coro que chegava dos Estados Unidos — onde os sinais de um corte de juros pelo Federal Reserve em 2023 simplesmente desapareceram das comunicações oficiais.
Apesar das fortes perdas dos primeiros dias de governo, no entanto, a música que se escuta pelos corredores da Faria Lima tem um volume mais baixo — ninguém deixou de acreditar que o cenário fiscal e o futuro das estatais impõem perigo ao desempenho econômico do país, mas foi dada uma colher de chá.
O “quarteto” dos ministérios econômicos bateu na tecla do crescimento com responsabilidade fiscal, a reforma tributária não sai da boca do primeiro escalão e Lula conversou com os seus ministros para uniformizar o discurso oficial de sua gestão. Hoje, até Wall Street ajudou.
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O Ibovespa subiu 1,23%, a 108.963 pontos, reduzindo as perdas da semana a 0,70%. O dólar à vista encerrou em queda de 2,16%, a R$ 5,2363. Nos últimos cinco pregões, o recuo foi de 0,83%.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta sexta-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do Ibovespa.
Confira outras notícias que mexem com o seu dinheiro
A BRIGA CONTINUA
Gafisa (GFSA3) vai recorrer da suspensão de seu aumento de capital. Além de questionar a decisão que veta a emissão de novas ações, a empresa também fala em exigir indenização por seus prejuízos.
SETOR DE SAÚDE
JP Morgan rebaixa recomendação para Hapvida (HAPV3), corta preço-alvo e ações caem no Ibovespa. Para analistas, os próximos anos da empresa serão mais desafiadores do que o esperado pelo mercado.
MUDANÇA NO GUARDA-ROUPA
Lojas Renner (LREN3) ou C&A (CEAB3): qual a melhor ação do varejo de vestuário para começar o ano? As duas tiveram o preço-alvo cortado pelo Morgan Stanley: LREN3 passou de R$ 29 para R$ 25 e CEAB3, de R$ 4,50 para R$ 2,25.
MEU PASSO ATRÁS
Desistiu de desistir! Multiplan (MULT3) propõe ao Atlético-MG comprar quase 25% do shopping DiamondMall. Com a nova fatia, a empresa eleva sua participação no empreendimento mineiro para 75,05%.
CARTA MENSAL
Cenário internacional é favorável ao Brasil, mas ruídos gerados pelo governo Lula fazem País desperdiçar oportunidade, diz Verde. A gestora de Luis Stuhlberger diz que tem tentado operar contra os exageros, aproveitando os momentos de estresse para aumentar o risco em bolsa e no Real.
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Seria capaz de apostar que seu assessor de investimentos não ligou para oferecer uma carteira de small caps brasileiras neste momento. Há algo mais fora de moda do que elas agora? Olho para algumas dessas ações e tenho a impressão de estar diante de “Pomar com ciprestes”, em 1888.
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A história não se repete, mas rima: a estratégia que deu certo no passado e tem grandes chances de trazer bons retornos — de novo
Mesmo com um endividamento controlado, a empresa em questão voltou a “passar o chapéu”, o que para nós é um sinal claro de que ela está de olho em novas aquisições. E a julgar pelo seu histórico, podemos dizer que isso tende a ser bastante positivo para os acionistas.
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Aqueles que têm um modus operandi e se atêm a ele são vitoriosos. Por sua vez, os indecisos que ora obedecem a um critério, ora a outro, costumam ser alijados do mercado.
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