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Liliane de Lima
É repórter do Seu Dinheiro. Jornalista formada pela PUC-SP, já passou pelo portal DCI e setor de análise política da XP Investimentos.
MAIS PRÓXIMO DA REALIDADE

Brasil será o próximo país a testar semana de 4 dias úteis — e o experimento deve começar em breve

A iniciativa será coordenada pela organização 4 Day Week e a brasileira Reconnect Happiness at Work; o programa está com início previsto para agosto

Liliane de Lima
12 de maio de 2023
16:21 - atualizado às 15:58
semana de 4 dias úteis no Reino Unido
Imagem: Unsplash/Shutterstock/Montagem Brenda Silva

Um dia a mais de folga na semana, ou um fim de semana de três dias, pode virar realidade em breve para os brasileiros. Isso porque o país foi escolhido para ser o próximo a testar a semana de 4 dias úteis

O experimento deve acontecer ainda este ano, no segundo semestre. A iniciativa será coordenada pela organização 4 Day Week e a brasileira Reconnect Happiness at Work — que deve disponibilizar mais informações sobre o programa em junho para as empresas interessadas. 

Segundo o calendário previsto, as companhias que quiserem fazer parte do teste receberão mais informações sobre o programa; os treinamentos preparatórios começam em setembro para as participantes. 

Então, o teste-piloto da semana de 4 dias úteis será adotado, efetivamente, a partir de novembro deste ano. 

Por enquanto, a organização abriu um formulário para a manifestação de interesse — que pode ser preenchida por empresas de qualquer porte, independentemente do ramo de atuação ou número de funcionários. As companhias interessadas devem realizar cadastro no site da 4 Day Week Brazil — clique aqui.

Além disso, a implementação do teste não será gratuita: as empresas participantes deverão arcar com alguns custos  — e os valores ainda serão definidos. 

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Vale mencionar que o último país a realizar o teste da semana de 4 dias úteis foi o Reino Unido. Por lá, o experimento durou seis meses e contou com a participação de 61 empresas. 

E, a exemplo das terras britânicas, os funcionários brasileiros das empresas participantes terão a jornada de trabalho reduzida para 32 horas semanais, sendo um dia a mais de folga, sem a redução dos salários. 

Semana de 4 dias úteis deu certo no Reino Unido? 

Em fevereiro deste ano, o Reino Unido aprovou a adoção da semana de quatro dias úteis para a jornada de trabalho, após seis meses de testes e a comprovação de mínimo impacto na produtividade dos funcionários. 

O teste-piloto, que durou entre junho e dezembro do ano passado, contou com quase 3 mil colaboradores de 61 empresas, envolvendo setores que vão de tecnologia até restaurantes.

Por lá, cerca de 92% das companhias – ou seja, 56 empresas – que participaram do teste-piloto continuaram com a semana de quatro dias úteis, em vigor por tempo indeterminado, mas ainda em experimentação. Destas, 18 já confirmaram que não voltarão atrás.

Ainda, do total, duas empresas optaram por continuar os testes de jornada de 32 horas semanais.

O programa foi conduzido pelas universidades de Oxford e Cambridge, em parceria com a Boston College nos EUA, além da contribuição das organizações sem fins lucrativos 4 Day Week Global Autonomy e 4 Day Week UK Campaign.

Sem novidades no Brasil

Embora o anúncio do teste-piloto seja uma boa notícia para os trabalhadores brasileiros, a iniciativa não é novidade no país. 

De olho nas tendências corporativas do exterior, algumas empresas já realizaram testes e implementaram a semana de quatro dias úteis, de forma voluntária — você pode conferir quais são elas nesta matéria especial. 

Isso porque, até o momento, não há expectativas de que a jornada de trabalho mais curta se torne uma realidade por regulamentação trabalhista ou prevista em lei. 

Chile também abre caminho

No mês passado, o Chile anunciou que também pretende adotar a semana de 4 dias úteis, a exemplo do teste realizado no Reino Unido

O Congresso do país vizinho reduziu a jornada de trabalho de 45 para 40 horas semanais, igualando-se ao vigente no Equador. Em comparação, a lei brasileira prevê, segundo o regime CLT, 44 horas de trabalho por semana.  

Além disso, a regra determina a manutenção dos salários, ou seja, a redução da jornada sem descontos na remuneração. A norma também prevê a possibilidade de negociação entre as empresas e os funcionários para a adoção da semana de quatro dias úteis. 

Contudo, a proposta aprovada ainda deve ser promulgada pelo presidente Gabriel Boric e, após o aval do chefe do Estado, será implementada gradualmente nos próximos cinco anos. 

*Com informações de Valor Econômico

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