O pesadelo acabou? Hapvida (HAPV3) parece estar reconquistando a confiança dos analistas e ações reagem
Após semanas de decepção do mercado com a operadora de saúde, dois bancos de investimento voltaram a mostrar confiança na companhia — apesar dos desafios de curto prazo
A decepção do mercado financeiro com o balanço do quarto trimestre de 2022 da Hapvida (HAPV3) fez com que a companhia entrasse em um novo momento de vida — mas hoje (24) as ações da empresa lideram as altas do Ibovespa, após o BTG Pactual elevar a sua recomendação dos papéis para compra, revertendo o pesadelo das últimas semanas e a queda de mais de 40% no ano.
A forte queda no valor das ações nos últimos meses escancarou a desconfiança dos investidores com os planos da operadora de saúde — principalmente com relação à capacidade de sinergias com a NotreDame Intermédica e o real diagnóstico do caixa da companhia. Não é à toa que boa parte dos bancos de investimento e casas de análise rebaixaram os papéis ou suspenderam a cobertura.
Com uma crise de confiança entre a gestão da Hapvida e o mercado, os executivos correram para tentar resolver a situação da melhor forma possível sem que fosse necessário esperar por uma melhora operacional se refletir no balanço dos três primeiros meses de 2023 — e a solução encontrada foi uma oferta de ações e a venda de ativos na modalidade sale and leaseback.
A oferta secundária de ações levantou cerca de R$ 1,06 bilhão, enquanto a venda dos ativos adicionou mais R$ 1,25 bilhão. Além disso, a segunda operação foi feita de forma bem vantajosa para a Hapvida — a família fundadora garantiu a compra e voltou a locar os mesmos ativos para a própria Hapvida.
A injeção de dinheiro é o ponto-chave na melhora da visão do mercado para a companhia.
Para o BTG, o aumento de capital recente é o suficiente para retomar a recomendação de compra e elevar o preço-alvo dos papéis para R$ 6, um potencial de alta de 131%. Isso porque, apesar das fortes dificuldades vistas no curto prazo, a posição de caixa dá mais conforto aos analistas.
Leia Também
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
As demais mudanças esperadas pelo mercado devem ser mais gradativas. Nos próximos trimestres, a pressão de curto prazo permanece, mas há expectativas para a melhora de margem da companhia e também um avanço na precificação dos planos e uma redução na sinistralidade.
Apesar da melhora de perspectiva, os desafios permanecem — não deve haver um saldo positivo de adição de vidas tão cedo, assim como as dificuldades em termos de captura de sinergias devem seguir existindo.
Para os analistas do BTG, ainda é preciso ter mais sinais de que a reestruturação está no caminho certo antes de se tornar mais otimista com a tese de investimento.
E não é só o BTG…
Na semana passada, logo após a Hapvida encerrar a sua nova oferta de ações, os analistas do Itaú BBA também voltaram a cobrir os papéis e recomendar compra.
A visão do Itaú é muito semelhante à do BTG. Para eles, o risco precificado de uma eventual insolvência foi afastado, mas é preciso notar que as dinâmicas pós-covid — de sinistralidade alta e dificuldade no repasse de preços — deve seguir pressionando o balanço no curto prazo.
Para o primeiro trimestre do ano, as projeções seguem conservadoras, sem grandes expectativas de melhora. Para os analistas do banco, ainda é cedo para ver uma melhora no tíquete médio da companhia, assim como a adição de novas vidas.
Mas apesar dos desafios do curto prazo, a melhora da estrutura de capital recente, ainda que seguindo um modelo mais conservador, já é o suficiente para ver o patamar atual das ações como atrativo, já que negociam abaixo da média histórica. Na estimativa do Itaú BBA, o preço-justo para as ações é de R$ 4,50, um potencial de alta de 80%.
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
