Grupo do agronegócio pede recuperação judicial e pode afetar FIIs e Fiagros listados na B3; entenda o caso
O Grupo Bergamasco, de origem familiar, tem negócios que lastreiam CRAs que fazem parte de fundos listados na bolsa

O ano já está perto de terminar, mas a onda de recuperações judiciais que tomou conta da B3 em 2023 parece não ter fim. Segundo comunicados enviados por fundos de investimentos imobiliários (FIIs) e do agronegócio (Fiagros), o Grupo Bergamasco apresentou um pedido de RJ nesta semana.
O nome é conhecido no mercado por se tratar de um grupo empresarial familiar do Mato Grosso (MT) cujos negócios agrícolas lastreiam Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRAs) que fazem parte do portfólio de fundos listados na B3.
Entre os que já confirmaram exposição à companhia estão os Fiagros Galápagos Recebíveis do Agronegócio (GCRA11) e SFI Investimentos do Agronegócio (IAGR11) e o FII BTG Pactual Terras Agrícolas (BTRA11). Juntos, os três somam pouco mais de 30 mil cotistas.
Os três informaram ao mercado na última quarta-feira (29) terem tomado conhecimento do pedido de recuperação judicial. Mas, segundo os fundos, a notícia chegou apenas por meio da imprensa e eles ainda buscam mais informações sobre o processo.
O BTRA11, por exemplo, destacou que não teve acesso aos autos até o presente momento pois eles se encontram sob segredo de justiça.
De acordo com informações do Jornal Estadão Mato Grosso, o grupo protocolou o pedido na 4ª Vara Cível de Sinop e apresenta passivo superior a R$ 124 milhões. O Seu Dinheiro tentou contato com os representantes jurídicos da família Bergamasco, mas não obteve êxito até a publicação desta reportagem.
Leia Também
O impacto da recuperação judicial nos Fiagros
Além de confirmarem o pedido de recuperação judicial, os fundos também comentaram qual é a relação de cada portfólio com o Grupo Bergamasco.
No caso do IAGR11 e GCRA11, os FIIs são titulares de CRAs lastreados pela Agropecuária Três Irmãos Bergamasco. O primeiro operava em alta de 1,2% na B3 por volta das 12h25 desta quinta-feira (30), enquanto o segundo despencava 6,2% no mesmo horário.
Segundo relatório gerencial do Galápagos Recebíveis do Agronegócio — que tem o equivalente a 11,3% do patrimônio líquido alocado nos CRAs em questão —, a Agropecuária foi fundada pelos mesmos responsáveis pelo grupo, os irmãos Valter, Luiz e José Osmar Bergamasco.
Atualmente, a empresa é gerida por dois dos irmãos e sobrinhos de ambos, ainda segundo o relatório divulgado no mês passado.
TOUROS E URSOS - MAGAZINE LUIZA (MGLU3) E CASAS BAHIA (BHIA3): O QUE REALMENTE DEU ERRADO?
Já o IAGR11 detalha que os títulos foram emitidos em janeiro de 2022 a taxa de IPCA + 12,25% e totalizam R$ 36 milhões. De acordo com a gestora do Fiagro, os CRAs “contam com garantias suficientes para cobrir algum superveniente evento de vencimento antecipado”.
O SFI Investimentos do Agronegócio destacou ainda que as garantias ofertadas pela devedora — que incluem a alienação fiduciária de imóveis equivalente a 165% do valor do CRA e penhor de produção — “não poderiam ser alcançadas pelos efeitos decorrentes da recuperação judicial ora noticiada”.
O Fiagro da Galápagos também acredita que, em tese, os títulos serão considerados extraconcursais, ou seja, não sujeitos aos efeitos da RJ.
“A gestora reforça que as alienações fiduciárias estão devidamente constituídas e oneradas nas respectivas matrículas dos imóveis e que as áreas estão localizadas em região com forte vocação para a produção de grãos, em Tapurah-MT, e permanecem produtivas, elevando o potencial de liquidez em caso de necessidade de liquidação dessas garantias”, declarou o GCRA11.
FII BTRA11 já sofreu calote do Grupo Bergamasco antes da recuperação judicial
Além dos dois Fiagros, o fundo imobiliário BTRA11 também tem um histórico de negócios com o Grupo Bergamasco.
O FII comunicou em julho que havia sido alvo de inadimplência da companhia em contratos de locação de fazendas de grãos do fundo localizadas em Tapurah e Nova Mutum, no Mato Grosso. O calote poderia gerar um impacto negativo de até R$ 0,33 por cota naquele período, de acordo com os cálculos da gestão.
No mês seguinte, o BTRA11 fechou um acordo para desfazer o contrato com a família Bergamasco e retomar a posse de um dos imóveis, o Três Irmãos. A fazenda foi desocupada e está em processo de negociação.
Já o outro ativo, a Fazenda Colibri, foi vendido para o próprio Grupo Bergamasco em agosto por R$ 42,8 milhões.
A companhia deveria pagar a cifra em 15 parcelas semestrais. Algumas garantias do negócio — incluindo Cédulas de Produtor Rural (CPR) físicas de grãos da produção da fazenda — foram prestadas por pessoas físicas do grupo.
Sequóia III Renda Imobiliária (SEQR11) consegue inquilino para imóvel vago há mais de um ano, mas cotas caem
O galpão presente no portfólio do FII está localizado na Penha, no Rio de Janeiro, e foi construído sob medida para a operação da Atento, empresa de atendimento ao cliente
Bolsa brasileira pode saltar 30% até o fim de 2025, mas sem rali de fim de ano, afirma André Lion. Essas são as 5 ações favoritas da Ibiuna para investir agora
Em entrevista exclusiva ao Seu Dinheiro, o sócio da Ibiuna abriu quais são as grandes apostas da gestora para o segundo semestre e revelou o que poderia atrapalhar a boa toada da bolsa
Cinco bancos perdem juntos R$ 42 bilhões em valor de mercado — e estrela da bolsa puxa a fila
A terça-feira (19) foi marcada por fortes perdas na bolsa brasileira diante do aumento das tensões entre Estados Unidos e o Brasil
As cinco ações do Itaú BBA para lucrar: de Sabesp (SBSP3) a Eletrobras (ELET3), confira as escolhidas após a temporada de resultados
Banco destaca empresas que superaram as expectativas no segundo trimestre em meio a um cenário desafiador para o Ibovespa
Dólar abaixo de R$ 5? Como a vitória de Trump na guerra comercial pode ser positiva para o Brasil
Guilherme Abbud, CEO e CIO da Persevera Asset, fala sobre os motivos para ter otimismo com os ativos de risco no Touros e Ursos desta semana
Exclusivo: A nova aposta da Kinea para os próximos 100 anos — e como investir como a gestora
A Kinea Investimentos acaba de revelar sua nova aposta para o próximo século: o urânio e a energia nuclear. Entenda a tese de investimento
Entra Cury (CURY3), sai São Martinho (SMTO3): bolsa divulga segunda prévia do Ibovespa
Na segunda prévia, a Cury fez sua estreia com 0,210% de peso para o período de setembro a dezembro de 2025, enquanto a São Martinho se despede do índice
Petrobras (PETR4), Gerdau (GGBR4) e outras 3 empresas pagam dividendos nesta semana; saiba quem recebe
Cinco companhias listadas no Ibovespa (IBOV) entregam dividendos e juros sobre capital próprio (JCP) aos acionistas na terceira semana de agosto
Howard Marks zera Petrobras e aposta na argentina YPF — mas ainda segura quatro ações brasileiras
A saída da petroleira estatal marca mais um corte de exposição brasileira, apesar do reforço em Itaú e JBS
Raízen (RAIZ4) e Braskem (BRKM5) derretem mais de 10% cada: o que movimentou o Ibovespa na semana
A Bolsa brasileira teve uma ligeira alta de 0,3% em meio a novos sinais de desaceleração econômica doméstica; o corte de juros está próximo?
Ficou barata demais?: Azul (AZUL4) leva puxão de orelha da B3 por ação abaixo de R$ 1; entenda
Em comunicado, a companhia aérea informou que tem até 4 de fevereiro de 2026 para resolver o problema
Nubank dispara 9% em NY após entregar rentabilidade maior que a do Itaú no 2T25 — mas recomendação é neutra, por quê?
Analistas veem limitações na capacidade de valorização dos papéis diante de algumas barreiras de crescimento para o banco digital
TRXF11 renova apetite por aquisições: FII adiciona mais imóveis no portfólio por R$ 98 milhões — e leva junto um inquilino de peso
Com a transação, o fundo imobiliário passa a ter 72 imóveis e um valor total investido de mais de R$ 3,9 bilhões em ativos
Banco do Brasil (BBAS3): Lucro de quase R$ 4 bilhões é pouco ou o mercado reclama de barriga cheia?
Resultado do segundo trimestre de 2025 veio muito abaixo do esperado; entenda por que um lucro bilionário não é o bastante para uma instituição como o Banco do Brasil (BBAS3)
FII anuncia venda de imóveis por R$ 90 milhões e mira na redução de dívidas; cotas sobem forte na bolsa
Após acumular queda de mais de 67% desde o início das operações na B3, o fundo imobiliário vem apostando na alienação de ativos do portfólio para reduzir passivos
“Basta garimpar”: A maré virou para as small caps, mas este gestor ainda vê oportunidade em 20 ações de ‘pequenas notáveis’
Em meio à volatilidade crescente no mercado local, Werner Roger, gestor da Trígono Capital, revelou ao Seu Dinheiro onde estão as principais apostas da gestora em ações na B3
Dólar sobe a R$ 5,4018 e Ibovespa cai 0,89% com anúncio de pacote do governo para conter tarifaço. Por que o mercado torceu o nariz?
O plano de apoio às empresas afetadas prevê uma série de medidas construídas junto aos setores produtivos, exportadores, agronegócio e empresas brasileiras e norte-americanas
Outra rival para a B3: CSD BR recebe R$ 100 milhões do Citi, Morgan Stanley e UBS para criar nova bolsa no Brasil
Investimento das gigantes financeiras é mais um passo para a empresa, que já tem licenças de operação do Banco Central e da CVM
HSML11 amplia aposta no SuperShopping Osasco e passa a deter mais de 66% do ativo
Com a aquisição, o fundo imobiliário concluiu a aquisição adicional do shopping pretendida com os recursos da 5ª emissão de cotas
Bolsas no topo e dólar na base: estas são as estratégias de investimento que o Itaú (ITUB4) está recomendando para os clientes agora
Estrategistas do banco veem um redirecionamento global de recursos que pode chegar ao Brasil, mas existem algumas condições pelo caminho