Esquenta dos mercados: Recessão e commodities em queda pressionam as bolsas no exterior antes das falas de Jerome Powell; Ibovespa segue de olho na Petrobras (PETR4) e combustíveis
Os debates envolvendo a estatal brasileira ganharam um novo capítulo com a entrada do ministro da Economia, Paulo Guedes, e a proposta da “bolsa caminhoneiro”
A quarta-feira (22) começa com uma agenda mais esvaziada, tanto para o Ibovespa quanto para as bolsas no exterior. Mas isso não significa que o panorama geral não seja um prato cheio para os investidores se preocuparem.
No cenário internacional, o risco de recessão global toma conta do sentimento geral dos investidores por mais um dia. A pausa de segunda-feira (20) nas bolsas de Nova York em virtude do feriado deu fôlego para um breve rali na terça-feira (21), mas o otimismo não durou até a manhã de hoje.
Os índices futuros de Wall Street registram queda na casa de 1% nas primeiras horas da manhã. Os investidores aguardam a participação do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, em audiência no Senado dos EUA nesta quarta-feira.
Somado a isso, as commodities pressionam as bolsas pelo mundo — e o índice local deve sentir ainda mais, tendo em vista que as maiores empresas que compõem o Ibovespa estão relacionadas ao minério de ferro e petróleo, ambos em queda hoje.
Por aqui, as atenções se voltam para a crise envolvendo a Petrobras (PETR3;PETR4) mais um dia. O governo tenta intervir na estatal em meio a um aumento vertiginoso do preço dos combustíveis — vale lembrar, este é um problema global devido à disparada do petróleo.
No pregão da última terça-feira, o Ibovespa encerrou a sessão em queda de 0,17%, aos 99.684 pontos, com as ações da Petrobras pesando no índice. O dólar à vista também recuou 0,63%, a R$ 5,1537, mas fechou longe das mínimas.
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Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta quarta-feira:
Petrobras, Ibovespa e governo: mais um dia de luta
O último ajuste no preço dos combustíveis da Petrobras está movimentando os corredores de Brasília desde o último sábado (18).
O que começou como uma crítica à política de preços com paridade internacional (PPI) se tornou uma verdadeira crise na estatal. O presidente da Petrobras, José Mauro Ferreira Coelho, pediu demissão e o nome de Caio Mário Paes de Andrade é cotado para o cargo.
Por si só, essa movimentação das cadeiras já seria suficiente para elevar a aversão ao risco dos investidores. Porém, existem outros fatores que tornam o cenário ainda pior.
Vale tudo contra o PPI
O governo federal luta no Congresso para instaurar uma CPI que irá apurar se existe algum abuso na política de preços da Petrobras.
A proposta tem o apoio do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), e do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL) — mas encontra resistência no Senado, principalmente de Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente da Casa.
Lei das Estatais
No meio dos debates, o ministro da Economia, Paulo Guedes, quebrou o silêncio e se manifestou contra a mudança na Lei das Estatais — um feito raro para o chefe da pasta, que costuma apoiar as decisões do presidente Bolsonaro.
Essa lei havia sido aprovada justamente para evitar a interferência governamental nas empresas públicas, durante o auge da Operação Lava Jato. Visando para preservar o texto, Guedes sugeriu um novo benefício social para os caminhoneiros.
Siga bem, caminhoneiro
O voucher seria uma compensação de R$ 400 para compensar as perdas devido a alta dos combustíveis. Além disso, a proposta ainda inclui um aumento do vale-gás para a população de baixa renda.
No total, as medidas teriam impacto de R$ 6 bilhões nas contas públicas — R$ 2 bilhões para o vale-gás e R$ 4 bilhões para o “bolsa caminhoneiro”.
Contra o relógio
A lei eleitoral impede a criação de novos benefícios antes do pleito, marcado para outubro deste ano. Porém, a legislação permite programas sociais em caso de calamidade pública.
Ainda hoje, as propostas envolvendo Petrobras, combustíveis, vale-gás e “bolsa caminhoneiro” devem ser debatidas no Congresso.
Bolsas lá fora: o que esperar do dia
Com Nova York em queda, os índices europeus também passaram a registrar fraqueza nas primeiras horas da manhã. A queda das commodities pressiona as bolsas por lá, que também caem mais de 1% agora.
O Velho Continente acompanha as reações da inflação ao consumidor (CPI) do Reino Unido, que renovou as máximas em mais de 40 anos, acumulando alta de 9,1% na comparação anual.
Permanecem no radar as falas de representantes do Banco Central Europeu (BCE) sobre inflação e caminhos da política monetária. A autoridade europeia já sinalizou que pretende aumentar os juros na próxima reunião de julho.
Commodities hoje
O barril do petróleo Brent, utilizado como referência internacional de preços, chegou a registrar queda de 4% durante a madrugada no Brasil, cotado a US$ 110,14.
A desaceleração da economia global e os esforços do presidente americano, Joe Biden, para reduzir o preço dos combustíveis pressionam as cotações do petróleo hoje.
O minério de ferro também sente a falta de tração na retomada da economia mundial e caiu 5,96% com a perspectiva de menor demanda e é negociado a US$ 105,62 na bolsa de Dalian, na China.
Por falar no Gigante Asiático, as bolsas de Ásia e Pacífico fecharam em queda, ignorando o rali da véspera em Nova York e no aguardo da participação de Jerome Powell em audiência hoje no Senado.
Agenda do dia
- Estados Unidos: Presidente do Fed, Jerome Powell, testemunha perante o Senado (10h30)
- Banco Central: Presidente do BC, Roberto Campos Neto, participa de premiação do jornal O Globo, no Rio (19h)
- Banco Central: Canal AgroMais, do Grupo Bandeirantes, veicula participação gravada de Campos Neto em evento sobre economia verde e créditos de carbono (20h30)
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