Com a Selic nas alturas, é hora de esquecer a bolsa? Não para os grandes gestores, que enxergam oportunidades no mercado
Pesquisa mensal da série “Os Melhores Fundos de Investimento”, da Empiricus, mostra que gestores mudaram de posição sobre a bolsa brasileira
É verdade que 2022 não tem sido um ano fácil para quem investe em ações. Com os juros básicos da economia brasileira em alta desde março do ano passado, ficou pouco atrativo se aventurar na bolsa enquanto os títulos públicos estão pagando retornos de dois dígitos.
Mas, no que depender das principais gestoras de investimentos do País, a bolsa brasileira reserva boas oportunidades para os próximos meses.
Pelo menos é o que mostra a pesquisa mensal da série “Os Melhores Fundos de Investimento”, comandada pelo analista Bruno Mérola, da Empiricus.
No total, 42 gestoras responderam a perguntas relacionadas às perspectivas para a economia e os mercados. As respostas foram coletadas nos primeiros dias úteis de junho; participaram da pesquisa algumas casas que são referência no mercado, como SPX, Verde, Itaú Asset e Ibiuna, entre outras.
- Quer ter acesso à série “Os Melhores Fundos de Investimento”? Clique aqui
Otimismo com a bolsa?
A pesquisa mostra uma mudança clara dos gestores em relação ao mercado acionário brasileiro. No panorama publicado no mês passado, a resposta dos gestores era mais favorável a posições vendidas na bolsa, o que significa que eles estavam apostando na queda dos papéis.
Em junho, porém, aconteceu uma “virada de mão”: os gestores passaram a vislumbrar oportunidades na bolsa.
Leia Também
O Legacy Capital B foi um dos fundos que obteve êxito na estratégia e encerrou maio com ganhos nas posições em bolsa.
De acordo com a gestora, as alocações em ações renderam 0,23% no mês passado, atrás apenas das posições de “valor relativo” — a estratégia long & short, que subiu 0,39%.
Nela, o fundo opera comprado e vendido ao mesmo tempo, para ganhar com a alta e também com a queda de um ativo.
Segundo a Legacy, na carteira de ações locais foram mantidas posições compradas em estatais e commodities. A gestora permanece vendida em setores de múltiplos mais elevados.
No total do mês passado, o Legacy Capital B rendeu 1,25% e acumula alta de 17,98% no ano até maio.
Estratégia com dólar mudou
A pesquisa também pediu indicações aos gestores de suas posições para as moedas, em especial o dólar. O resultado apontou que os gestores estão mais comprados no real, ou seja, apostando que a divisa americana vai continuar caindo.
O Ibiuna Hedge STH conseguiu ganho de 0,27% na estratégia de moedas, com destaque para a posição vendida contra o real. O fundo rendeu 1,23% em maio.
O Seu Dinheiro vem reportando as sucessivas quedas do dólar ante o real desde o início do ano. Em 4 de abril, o dólar PTAX atingiu a mínima de 2022, quando fechou a R$ 4,62.
Veja a trajetória do dólar neste ano:
Do ponto de vista global, a pesquisa indicou que as posições compradas no dólar em relação a moedas de países desenvolvidos e de emergentes se deterioraram significativamente.
Tomando como exemplo o Vinland Macro, a estratégia em moedas teve desempenho negativo de 0,11% em maio. Segundo a gestora, houve ganhos com a posição vendida em dólar contra o real.
Mas essa alta não foi suficiente para compensar as perdas com a posição comprada em dólar contra uma cesta de moedas composta por euro, dólar australiano e rand sul-africano.
O Vinland Macro encerrou maio com rendimento de 0,85%.
Panorama dos Gestores
Esta é a primeira reportagem da série “Panorama dos Gestores”, que o Seu Dinheiro passará a publicar mensalmente. A ideia é oferecer aos leitores um pouco da visão dos principais estrategistas do mercado financeiro.
Para isso, nos baseamos na série “Os Melhores Fundos de Investimento”, do analista da Empiricus Bruno Mérola.
Dos fundos que o Bruno indica, selecionamos 10 para mostrar como está a rentabilidade no ano até agora.
| Fundo | Rentabilidade no ano (até 31/05) |
| Vista Multiestratégia | 46,8% |
| SPX Raptor | 35,79% |
| SPX Nimitz | 18,77% |
| Legacy Capital B | 17,98% |
| Vista Hedge | 17,5% |
| Vinland Macro Plus | 17,23% |
| Ibiuna Hedge STH | 14,06% |
| Kapitalo K10 | 13,78% |
| Gávea Macro Plus | 12,44% |
| Absolute Vertex | 11,82% |
| CDI | 4,34% |
Leia também:
- Pátria fortalece divisão de fundos imobiliários com compra da gestora VBI Real Estate; saiba mais sobre o negócio
- Selic perto de 14% e dólar a R$ 5,20. A visão do gestor da Armor Capital para o Brasil no fim de 2022 — se a eleição não bagunçar tudo
De olho na alavancagem, FIIs da TRX negociam venda de nove imóveis por R$ 672 milhões; confira os detalhes da operação
Segundo comunicado divulgado ao mercado, os ativos estão locados para grandes redes do varejo alimentar
“Candidatura de Tarcísio não é projeto enterrado”: Ibovespa sobe e dólar fecha estável em R$ 5,5237
Declaração do presidente nacional do PP, e um dos líderes do Centrão, senador Ciro Nogueira (PI), ajuda a impulsionar os ganhos da bolsa brasileira nesta quinta-feira (18)
‘Se eleição for à direita, é bolsa a 200 mil pontos para mais’, diz Felipe Miranda, CEO da Empiricus
CEO da Empiricus Research fala em podcast sobre suas perspectivas para a bolsa de valores e potenciais candidatos à presidência para eleições do próximo ano.
Onde estão as melhores oportunidades no mercado de FIIs em 2026? Gestores respondem
Segundo um levantamento do BTG Pactual com 41 gestoras de FIIs, a expectativa é que o próximo ano seja ainda melhor para o mercado imobiliário
Chuva de dividendos ainda não acabou: mais de R$ 50 bilhões ainda devem pingar na conta em 2025
Mesmo após uma enxurrada de proventos desde outubro, analistas veem espaço para novos anúncios e pagamentos relevantes na bolsa brasileira
Corrida contra o imposto: Guararapes (GUAR3) anuncia R$ 1,488 bilhão em dividendos e JCP com venda de Midway Mall
A companhia anunciou que os recursos para o pagamento vêm da venda de sua subsidiária Midway Shopping Center para a Capitânia Capital S.A por R$ 1,61 bilhão
Ação que triplicou na bolsa ainda tem mais para dar? Para o Itaú BBA, sim. Gatilho pode estar próximo
Alta de 200% no ano, sensibilidade aos juros e foco em rentabilidade colocam a Movida (MOVI3) no radar, como aposta agressiva para capturar o início do ciclo de cortes da Selic
Flávio Bolsonaro presidente? Saiba por que o mercado acendeu o sinal amarelo para essa possibilidade
Rodrigo Glatt, sócio-fundador da GTI, falou no podcast Touros e Ursos desta semana sobre os temores dos agentes financeiros com a fragmentação da oposição frente à reeleição do atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva
‘Flávio Day’ e eleições são só ruído; o que determina o rumo do Ibovespa em 2026 é o cenário global, diz estrategista do Itaú
Tendência global de queda do dólar favorece emergentes, e Brasil ainda deve contar com o bônus da queda na taxa de juros
Susto com cenário eleitoral é prova cabal de que o Ibovespa está em “um claro bull market”, segundo o Santander
Segundo os analistas do banco, a recuperação de boa parte das perdas com a notícia sobre a possível candidatura do senador é sinal de que surpresas negativas não são o suficiente para afugentar investidores
Estas 17 ações superaram os juros no governo Lula 3 — a principal delas entregou um retorno 20 vezes maior que o CDI
Com a taxa básica de juros subindo a 15% no terceiro mandato do presidente Lula, o CDI voltou a assumir o papel de principal referência de retorno
Alta de 140% no ano é pouco: esta ação está barata demais para ser ignorada — segundo o BTG, há espaço para bem mais
O banco atualizou a tese de investimentos para a companhia, reiterando a recomendação de compra e elevando o preço-alvo para os papéis de R$ 14 para R$ 21,50
Queda brusca na B3: por que a Azul (AZUL4) despenca 22% hoje, mesmo com a aprovação do plano que reforça o caixa
As ações reagiram à aprovação judicial do plano de reorganização no Chapter 11, que essencialmente passa o controle da companhia para as mãos dos credores
Ibovespa acima dos 250 mil pontos em 2026: para o Safra é possível — e a eleição não é um grande problema
Na projeção mais otimista do banco, o Ibovespa pode superar os 250 mil pontos com aumento dos lucros das empresas, Selic caindo e cenário internacional ajudando. O cenário-base é de 198 mil pontos para o ano que vem
BTG escala time de ações da América Latina para fechar o ano: esquema 4-3-3 tem Brasil, Peru e México
O banco fez algumas alterações em sua estratégia para empresas da América Latina, abrindo espaço para Chile e Argentina, mas com ações ainda “no banco”
A torneira dos dividendos vai secar em 2026? Especialistas projetam tendências na bolsa diante de tributação
2025 caminha para ser ano recorde em matéria de proventos; em 2026 setores arroz com feijão ganham destaque
As ações que devem ser as melhores pagadoras de dividendos de 2026, com retornos de até 15%
Bancos, seguradoras e elétricas lideram e uma empresa de shoppings será a grande revelação do próximo ano
Bancos sobem na bolsa com o fim das sanções contra Alexandre de Moraes — Banco do Brasil (BBAS3) é o destaque
Quando a sanção foi anunciada, em agosto deste ano, os papéis dos bancos desabaram devido as incertezas em relação à aplicação da punição
TRXF11 volta a encher o carrinho de compras e avança nos setores de saúde, educação e varejo; confira como fica o portfólio do FII agora
Com as três novas operações, o TRXF11 soma sete transações só em dezembro. Na véspera, o FII já tinha anunciado a aquisição de três galpões
BofA seleciona as 7 magníficas do Brasil — e grupo de ações não tem Petrobras (PETR4) nem Vale (VALE3)
O banco norte-americano escolheu empresas brasileiras de forte crescimento, escala, lucratividade e retornos acima da Selic
