Conheça quatro formas de conseguir dinheiro para abrir ou expandir o seu negócio
Antes mesmo de conseguir dinheiro para o seu negócio, é preciso pensar no propósito e nos objetivos da empresa a longo prazo
Quase metade dos brasileiros não querem mais ter um chefe. Abrir um negócio é o sonho de 46% da população brasileira, seja para complementar a renda ou conseguir um dinheiro extra, segundo o Sebrae.
Diante de um cenário de crise, com taxa de desemprego a quase 12% e recorde de demissões voluntárias, empreender tem sido uma alternativa. Mas como conseguir dinheiro para começar um negócio?
Mas antes de mostrar as principais fontes de recursos para o seu novo negócio, saiba o que você precisa levar em consideração na hora de abrir uma empresa, além do capital financeiro.
Antes de ir atrás do dinheiro
Não basta ter uma boa ideia. Testá-la e fazer um planejamento são os primeiros passos. Isso porque 48% das empresas brasileiras fecham em até três anos, segundo o IBGE. E três a cada 10 empreendedores individuais encerram as atividades em até cinco anos, de acordo com o Sebrae. Mas o principal motivo para isso é a falta de planejamento e gestão.
Então, antes de colocar os possíveis gastos na ponta do lápis, alguns pontos precisam ser ponderados — e nem sempre é o orçamento necessário para abrir, de fato, o negócio.
“Muitas pessoas deixam de empreender por falta de dinheiro. Para abrir um negócio, você precisa saber se ele é viável, e isso não é caro como as pessoas pensam”, afirma Daniela Graicar, fundadora do Movimento Aladas.
Leia Também
Fernando Senna, fundador da Start Empreendedor, uma startup que oferece mentorias para empreendedores iniciantes, diz que pensar no dinheiro é importante, mas não o principal.
“Antes de começar a falar em captar dinheiro, muitos empreendedores acabam esquecendo que precisam ter um problema para ser solucionado e acabam focando demais em obter o financeiro.”
- Leia também: 46% da população sonha em abrir o próprio negócio. Mas qual é o perfil do empreendedor brasileiro? Confira
Alternativas para além do capital próprio
Uma boa ideia, uma pesquisa concreta que valida a existência do problema a ser solucionado e um planejamento detalhado são fundamentais para quem quer dispensar o patrão. Por outro lado, não há como empreender sem dinheiro.
Mas não ter recursos hoje não é um impeditivo para se começar um negócio.
“O mercado de financiamento no Brasil é bem desenvolvido e em franco processo de aprofundamento”, afirma Giovanni Beviláqua, analista técnico do Sebrae e doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB).
Conheça a seguir alguns caminhos para obter dinheiro para o seu novo negócio e fugir dos empréstimos nos bancos, cada vez mais caros em consequência do processo de alta de juros.
1. Financiamento Coletivo
O financiamento coletivo, também conhecido pelo termo em inglês "crowdfunding”, talvez seja um dos mais comuns entre os empreendedores iniciantes.
Na prática, nada mais é do que levantar pequenas quantias de uma grande quantidade de pessoas. Em outras palavras, é a famosa “vaquinha” nos meios digitais.
Esse tipo de financiamento tem se popularizado para além do mundo dos negócios como a abertura de empresas, propriamente dita. O crowdfunding tem sido método para doações diversas, que se propagaram nas redes sociais, bem como compras antecipadas de algum bem ou serviço – produção de livros, por exemplo.
No caso de quem está em busca de recursos para abrir ou expandir um negócio, uma saída é recorrer a uma “vaquinha de sócios” — ou “equity crowdfunding". Nesse caso, os financiadores se tornam efetivamente sócios da empresa, inclusive com o direito de receber dividendos sobre os lucros da empresa.
Existem plataformas que funcionam como intermediárias entre empreendedores que buscam captar recursos via crowdfunding e investidores.
A plataforma EqSeed, por exemplo, é uma dessas alternativas para quem quer receber, ou até investir. Para se inscrever, o empreendedor precisa preencher um formulário inicial com algumas informações sobre a empresa, tais como: modelo de negócio, descrição do produto/serviço, fundadores e projeções financeiras. Com isso, a empresa passa por uma seleção.
Depois, ela fica visível para potenciais investidores, que podem acessar as informações também pela plataforma. Os investimentos individuais variam entre R$ 5 mil e R$ 1 milhão, enquanto a plataforma viabiliza a captação máxima pela empresa de R$ 5 milhões, em uma rodada de investimento.
Outras plataformas como: CashCap, AbraAim, CapTable e Vanguardi. Todas cadastradas na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e filiadas à Associação Brasileira de Crowdfundig de Investimento (CrowdInvest).
Vale mencionar que a CVM modificou algumas regras, em março deste ano, para a captação de recursos no modelo crowdfunding - Resolução CVM 88 - e que entram em vigor em julho. Dentre as principais alterações está o limite de R$ 15 milhões em captação via crowdfunding, antes era de R$ 10 milhões.
2. Fundos de venture capital
O surgimento de startups que se tornaram bilionárias nos últimos anos fez florescer o ecossistema de investidores interessados em colocar dinheiro em empresas iniciantes.
Em geral, esses recursos são direcionados aos chamados fundos de venture capital — ou capital de risco.
Se você deseja criar uma empresa de tecnologia e acredita que o seu negócio tem potencial de crescimento acelerado, provavelmente vai encontrar sócios potenciais entre os investidores de venture capital.
Para Beviláqua, do Sebrae, esse tipo de investimento tem uma vantagem óbvia: o sócio investidor assume o risco do negócio tanto quanto o fundador da empresa, na proporção da sua participação.
Além disso, “não há pagamento de juros ou parcelas de empréstimo como no mercado comum de crédito”. Por outro lado, o empreendedor abre mão de uma parte do capital da companhia para o fundo que vai entrar no capital.
Leia também:
- Grupo de venture capital Kaszek, que já investiu em Nubank e Creditas, levanta US$ 1 bilhão
- Ex-Apple, precursor de venture capital no Brasil minimiza possibilidade de valuation esticado e prevê novos unicórnios
- Ânima (ANIM3) cria fundo de R$ 150 milhões para investir em startups de educação e outros segmentos; saiba mais
3. Investidor-anjo
Quem deseja adquirir além do dinheiro para o seu negócio, como ter um mentor que compartilhe a expertise, o investidor-anjo pode ser uma boa alternativa.
O investidor-anjo, como o próprio nome já sugere, investe, na maioria das vezes, em dinheiro e oferece mentorias e orientações para o desenvolvimento da empresa.
Associado geralmente com o termo “smart money” (“dinheiro inteligente”), a rede de contatos a serviço do empreendedor e a experiência do “anjo” é, muitas vezes, a parte mais importante desse tipo de investimento.
“O que os empreendedores precisam é de uma ajuda para ampliar seu mercado, melhorar sua gestão, enfim, tornarem-se mais "inteligentes" do ponto de vista dos negócios. O dinheiro é importante, mas o melhor dinheiro para uma empresa é o de seu cliente”, afirma Beviláqua.
4. Sebrae e bancos de fomento
Se as taxas de juros estão em níveis que praticamente inviabilizam a tomada de um financiamento para se começar um negócio, o empresário iniciante pode lançar mão de créditos em fundos públicos.
O Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES), por exemplo, oferece soluções de financiamento para empresas de menor porte. As informações sobre como conseguir crédito pelo BNDES podem ser acessadas pelo Canal MPME, disponível neste link.
Por fim, o empreendedor pode contar com algumas iniciativas do Sebrae, como o Capital Empreender — projeto que tem ajudado pequenos negócios inovadores, como startups, a se aproximarem de investidores. Para saber mais, clique aqui. O Sebrae ainda disponibiliza cursos gratuitos e mentorias para micro e pequenos empreendedores.
Qual tipo de recurso é o melhor
Diante do cenário atual, de inflação e altas taxas de juros, ponderar as alternativas de buscar crédito e as formas de obter os recursos devem ser colocados à mesa. Essa é uma decisão que precisa ser muito bem planejada, segundo Enio Pinto, gerente de relacionamento com o cliente do Sebrae.
Também, é preciso avaliar quais serão os ganhos — além do capital financeiro — para a sobrevivência da empresa, a contribuição para os próximos anos, o propósito e os objetivos do empreendedor.
“É sempre importante avaliar muito bem a necessidade de recursos externos, via mercado de crédito e, mais atentamente, no caso de investidores - sejam eles fundos ou outros tipos, pois, efetivamente, eles estão obtendo, junto com o dinheiro, um sócio com direitos e deveres como qualquer outro”, afirma o analista técnico do Sebrae.
Cuidados na hora de buscar crédito
Saber qual será a finalidade dos recursos diminui os riscos de falência do negócio. O Sebrae recomenda, ainda na estruturação da ideia da empresa, que todos os custos dos processos produtivos e variáveis envolvidas sejam analisadas.
“Um erro muito comum que acontece com os empreendedores que estão começando um negócio é usarem uma reserva pessoal para investir em máquinas e equipamentos, sendo que se recomenda utilizar esses recursos para capital de giro, que é essencial para esse início do negócio para pagar as contas iniciais, investir em divulgação e marketing do negócio, comprar insumos para a produção, entre outras despesas”, afirma Enio Pinto, gerente de relacionamento com o cliente do Sebrae.
Para ele, as instituições financeiras oferecem linhas de crédito para compra de equipamentos - caso necessário - com condições mais atrativas se comparada à capital de giro.
Dicas para captar o dinheiro
Avaliadas todas as possibilidades de captação de dinheiro para o negócio e ponderados todos os objetivos e variáveis que cada formato possui, é importante seguir alguns passos.
Em primeiro lugar, avaliar se, de fato, é preciso captar recursos no estágio inicial, antes mesmo da validação do produto.
“Às vezes, a gente vai em busca de um sócio investidor e oferece 30% da empresa, quando, na verdade, o que bastaria era poder sentar com essa pessoa e conversar sobre o negócio, uma mentoria que não é, necessariamente, uma sociedade”, afirma Daniela Graicar, fundadora do Movimento Aladas.
Em segundo lugar, se existe a real necessidade de captar investimentos externo, o fundador da Start Empreendedor, Fernando Senna, dá algumas dicas:
- Estruturar bem o negócio: “Não adianta bater na porta de um fundo [de investimento], sendo que a empresa ainda está na fase do MVP - de testar a viabilidade do produto”;
- Estar bem preparado: “O empreendedor tem que vender a sua empresa de forma rápida e eficiente. Saber responder as perguntas como ‘como é que você vai solucionar o problema [apresentado]?’, ‘onde vai alocar o dinheiro investido?’, ‘quem é o time que está por trás?’ é crucial.
- Ter uma lista de potenciais investidores;
- Saber se apresentar bem e qual é a inovação do negócio: Não adianta querer usar os termos que estão na moda para encobrir uma solução ruim
Leia também
- Advent International capta US$ 25 bilhões para fundo global. E pode usar uma parte desse dinheiro para comprar empresas no Brasil
- Empréstimo pessoal? Tem no Magalu! Magazine Luiza (MGLU3) lança fintech de serviços financeiros para pessoa física e cartão de crédito para empresas
- Inflação americana come margem de grandes empresas e derruba bolsas globais; Ibovespa cai mais de 2% e dólar cola em R$ 5
“Estamos vivendo um filme de evolução”, diz CFO da Espaçolaser (ESPA3). Receita e Ebitda crescem, mas 3T25 ainda é de prejuízo
A rede de depilação fechou o trimestre no vermelho, mas o diretor Fabio Itikawa vê 2025 como um ano de reconstrução: menos dívida, mais caixa e expansão apoiada em franquias
Cogna (COGN3) acerta na lição de casa no 3T25 e atinge menor alavancagem em 7 anos; veja os destaques do balanço
A companhia atribui o resultado positivo do terceiro trimestre ao crescimento e desempenho sólido das três unidades de negócios da empresa: a Kroton, a Vasta e a Saber
Axia (ELET3): após o anúncio de R$ 4,3 bilhões em dividendos, ainda vale comprar a ação da antiga Eletrobras?
Bancos consideraram sólido o desempenho da companhia no terceiro trimestre, mas um deles alerta para a perda de valor do papel; saiba o que fazer agora
Adeus home office: Nubank (ROXO34) volta ao escritório por “custos invisíveis”; funcionários terão tempo para se adaptar ao híbrido
O Nubank se une a diversas empresas que estão chamando os funcionários de volta para os escritórios
Minerva (BEEF3) tem receita líquida e Ebitda recordes no 3T25, mas ações desabam na bolsa. Por que o mercado torce o nariz para o balanço?
Segundo o BTG Pactual, com um trimestre recorde para a Minerva, o que fica na cabeça dos investidores é: o quão sustentável é esse desempenho?
Rede D’Or (RDOR3) brilha com lucro 20% acima das expectativas, ação é a maior alta da bolsa hoje e ainda pode subir mais
No segmento hospitalar, a empresa vem conseguindo manter uma alta taxa de ocupação dos leitos, mesmo com expansão
Vai caber tudo isso na Raposo Tavares? Maior empreendimento imobiliário do Brasil prepara “cidade própria”, mas especialistas alertam para riscos
Reserva Raposo prevê 22 mil moradias e até 80 mil moradores até 2030; especialistas alertam para mobilidade, infraestrutura e risco de sobrecarga urbana
iPhone, iPad, MacBook e mais: Black Friday da iPlace tem produtos da Apple com até 70% de desconto, mas nem tudo vale a pena
Rede autorizada Apple anuncia descontos em iPhones, MacBooks, iPads e acessórios, mas valores finais ainda exigem avaliação de custo-benefício
Banco ABC Brasil (ABCB4) corta guidance e adota tom mais cauteloso para 2025, mesmo com lucro e rentabilidade em alta no 3T25
O banco entregou mais um trimestre previsível, mas decidiu ajustar as metas para o ano; veja os principais números do resultado
O melhor está por vir para a Petrobras (PETR4)? Balanço do 3T25 pode mostrar que dividendo de mais de R$ 10 bilhões é apenas o começo
A produção de petróleo da estatal deve seguir subindo, de acordo com bancos e corretoras, abrindo caminho para novas distribuições robustas de proventos aos acionistas
Empreender na América Latina exige paciência, mas o país menos burocrático da região vai deixar você de queixo caído
Estudo internacional mostra que este país reduziu o tempo para abrir empresas e agora lidera entre os países latino-americanos, enquanto outro enfrenta o maior nível de burocracia
Serena Energia (SRNA3) está mais perto de se unir à lista de empresas que deram adeus à bolsa, após Ventos Alísios comprar 65% da empresa
A operação é resultado do leilão realizado no âmbito da oferta pública de aquisição (OPA) para fechamento de capital e saída da Serena do segmento Novo Mercado da B3
C&A (CEAB3) dá close no Ibovespa: ações figuram entre as maiores altas do dia, e bancos apontam a tendência do 4T25
A expectativa é de que a C&A continue reduzindo a diferença em relação à sua maior concorrente, a Lojas Renner — e os números do terceiro trimestre de 2025 mostram isso
RD Saúde (RADL3), dona da Raia e Drogasil, é vítima do próprio sucesso: ação chegou a ser a maior queda do Ibovespa e agora se recupera do tombo
Receita com medicamentos como Ozempic e Mounjaro engordou os resultados da rede de farmácias, mas essas vendas podem emagrecer quando genéricos chegarem ao mercado
Itaú (ITUB4) não quer juros altos e seguirá com ROE acima de 20%, diz CEO: “A barra subiu faz tempo”
Milton Maluhy Filho afirma que o banco segue confortável com o atual nível de rentabilidade e projeta cortes na Selic a partir de 2026; veja o que esperar daqui para frente
Black Friday 2025: Americanas promete até 80% de desconto e aposta em programa de fidelidade
A campanha transforma cada sexta-feira de novembro em um dia de ofertas, com novas modalidades de compra e parcelamento sem juros
Itaú Unibanco (ITUB4) supera expectativas com lucro de R$ 11,8 bilhões no 3T25; rentabilidade segue em 23%
O resultado veio acima das expectativas de analistas de mercado; confira os indicadores
Ligou o alerta? Banco Central quer impor novas regras para bancos que operam com criptomoedas
A proposta funciona como um farol para para o sistema financeiro e pode exigir mais capital de bancos expostos a bitcoin, tokens e outros ativos digitais
O homem que previu a crise de 2008 aposta contra a febre da IA — e mira Nvidia e outra gigante de tecnologia
Recentemente, a Nvidia atingiu US$ 5 trilhões em valor de mercado; nesta terça-feira (4), os papéis operam com queda de mais de 2% em Nova York
O golpe do cashback: como consultores aproveitaram uma falha no sistema para causar prejuízo milionário à Natura (NATU3)
Uma fraude sofisticada, que explorava falhas no sistema de cashback e distribuição de brindes da Natura, causou um prejuízo estimado em R$ 6 milhões à gigante brasileira de cosméticos