Stranger Things: Veja “as coisas não tão estranhas” que ajudaram a Netflix (NFLX34) no trimestre; ações disparam em NY

A série Stranger Things colocou Running up that Hill, de Kate Bush, de volta às paradas mundiais. E, seguindo o título da música, os resultados financeiros da Netflix (NFLX34) também subiram a colina.

Entre abril e junho, a empresa de streaming registrou lucro líquido de US$ 1,44 bilhão, o que representa um aumento de 6,50% em relação ao mesmo período do ano anterior. Na comparação com o primeiro trimestre, o lucro líquido caiu 9,77%.

Já a receita somou US$ 7,97 bilhões, uma alta de 8,55% na mesma base de comparação. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, houve crescimento de 1,30%.

O lucro por ação da Netflix deu um salto de US$ 2,97 para US$ 3,20 entre abril e junho deste ano ante o mesmo período de 2021, mas representou uma baixa em relação aos US$ 3,53 do primeiro trimestre. 

Netflix (NFLX34) e o número de assinantes

Mas o que os investidores queriam mesmo saber era sobre o número de assinantes da Netflix (NFLX34) no segundo trimestre. 

Isso porque uma perspectiva fraca para o período chocou os investidores, com a empresa prevendo que perderia outros 2 milhões de assinantes.

E essa não se previsão se confirmou: a Netflix viu cerca de 1,0 milhão de clientes deixarem de assinar o serviço de streaming entre abril e junho deste ano. 

O dado ajudou a abrandar as expectativas negativas do mercado. As ações da Netflix chegaram a subir mais de 8% no after market em Nova York depois que os números foram divulgados. 

Os analistas estavam divididos sobre se as perdas de assinantes viriam melhores ou piores do que a Netflix previa. Alguns esperavam que a empresa perderia até 4 milhões de assinantes, enquanto outros estimavam uma perda de 1,5 milhão.

Aqueles que esperam perdas menores de assinantes apontaram a popular série do serviço de streaming “Stranger Things” como uma fonte de respiro para a Netflix.

A quarta temporada da série foi lançada em duas partes, uma no final do segundo trimestre e outra no início do terceiro. Alguns analistas esperam que a divisão possa limitar a rotatividade ou até mesmo levar os assinantes a se inscreverem ou retornarem.

Terceiro trimestre promete?

De acordo com analistas, a orientação da Netflix (NFLX34) para os números de assinantes no terceiro e quarto trimestres será mais importante do que os números do segundo trimestre.

Segundo eles, outra previsão de perdas de assinantes poderia fazer as ações da empresa entrarem em uma espiral de perdas.

De acordo com estimativas da StreetAccouont, os analistas esperam cerca de 1,8 milhão de adições líquidas de assinantes no terceiro trimestre, à medida que a lista de conteúdo da Netflix aumenta e as preocupações com os reajustes de preços diminuem.

Será que a Microsoft vai salvar a Netflix (NFLX34)?

Apesar de o número de perda de assinantes não ter vindo tão ruim como a empresa previa, a verdade é que o mercado de streaming amadureceu e está saturado, por isso , os investidores se perguntam o que vem a seguir e de onde virá o crescimento.

No caso da Netflix (NFLX34), a empresa está depositando as esperanças em um potencial salvador: a publicidade.

Para isso, a empresa anunciou na semana passada uma parceria com a Microsoft em um novo plano de assinatura mais barato sustentado por anúncios.

Apesar de Reed Hastings, CEO da Netflix, ser contra a ideia há anos, a publicidade agora é uma parte importante dos planos da empresa para aumentar a receita daqui para frente.

O novo tipo de plano chegará aos consumidores antes do final de 2022, mas a Netflix admite que o novo negócio de anúncios está em seus “dias muito iniciais”.

Veja também: É hora de investir em ações no exterior ou em BDRs?

Netflix (NFLX34) multa compartilhamento de senhas

Outra arma da Netflix (NFLX34) para melhorar a performance financeira é multar o compartilhamento de senhas. 

O compartilhamento de senhas pode ser um dos motivos que fizeram a empresa de streaming perder assinantes pela primeira vez em dez anos, no primeiro semestre. 

Na segunda-feira (18), a empresa anunciou que vai passar a taxar o compartilhamento de senhas em serviço de streaming em mais cinco países da América Latina. 

O Brasil ficou de fora da medida, que vai afetar Argentina, El Salvador, Guatemala, Honduras e República Dominicana.

A cobrança extra começará em agosto e será feita através do recurso alternativo “adicionar uma casa”. 

Ela custará 219 pesos por casa na Argentina (cerca de R$ 9 na cotação atual) e US$ 2,99 nos demais países (cerca de R$ 16).

Os clientes em países onde a Netflix está testando taxas adicionais terão a opção de pagar essa taxa de acesso ou mudar para uma nova conta paga.

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