Efeito Sandman? Netflix (NFLX34) tem terceiro trimestre dos sonhos e ações sobem mais de 14% em Nova York; veja os números
Número de assinantes aumentou 2,41 milhões em nível global, mais do que o dobro da meta projetada pela própria empresa e por analistas

Quando a saga de Sandman começa, Morpheus se liberta após ter sido aprisionado por vários anos, e precisa reerguer seu reino abandonado — uma tarefa muito parecida com a que a Netflix (NFLX34) executou no terceiro trimestre ao superar as estimativas de resultado e de assinantes.
A gigante do streaming registrou lucro líquido de US$ 1,398 bilhão entre julho e setembro, o que representa uma queda de 3,5% em relação ao mesmo período do ano anterior. O lucro por ação saiu de US$ 3,19 para US$ 3,10 em base anual.
Já a receita da Netflix no período somou US$ 7,926 bilhões no terceiro trimestre, uma alta de 5% na comparação com o mesmo período de 2021.
O desempenho da empresa entre julho e setembrou levou os papéis NFLX a disparar no after market em Nova York, subindo mais de 14%.
A explicação para o movimento das ações da empresa de streaming é que apesar de o lucro ter diminuído, veio acima das projeções — assim como a receita, que alguns analistas esperavam que seria a mais baixa da história da companhia.
Para ajudar, o número de assinantes veio quase o triplo do estimado pela própria Netflix.
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Netflix (NFLX34): o desejo do mercado
Em Sandman, Desejo é a personificação de todas as vontades de mortais e imortais. No caso da Netflix (NFLX34), o mercado desejava ver o crescimento de assinantes da empresa no terceiro trimestre.
A Netflix reportou a adição de 2,41 milhões de assinantes líquidos entre julho e setembro deste ano. A expectativa, de acordo com estimativas compiladas pela Bloomberg, era de 1 milhão de assinantes para o período.
No segundo trimestre, a empresa chegou a prever que perderia 2 milhões de assinantes. Na ocasião, essa previsão não se confirmou: a Netflix viu cerca de 1 milhão de clientes deixarem de assinar o serviço de streaming entre abril e junho deste ano.
Agora, a projeção da própria Netflix indicava o ganho de assinantes em 1 milhão, em comparação com 4,4 milhões no terceiro trimestre de 2021, depois de perder 1,2 milhão de usuários pagantes no primeiro semestre de 2022.
O destino da publicidade
Se, em Sandman, o Destino sabe de todos os acontecimentos do universo, mas não pode interferir neles, com a Netflix (NFLX34) a história é outra.
Para tentar conter a tendência de perda de assinantes que vem desde a reabertura das economias após o auge da pandemia de covid-19, a empresa tem tentado assumir as rédeas de seu destino.
Para isso, a Netflix anunciou recentemente planos de oferecer um nível de assinatura suportado por publicidade — um ponto que os investidores estavam de olho.
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"A Netflix passará a oferecer um novo pacote com anúncios a partir de novembro, em 12 países diferentes. Esse pacote custará entre 20% e 40% menos que o tier mais baixo atualmente oferecido pela empresa", lembra Richard Camargo, analista da Empiricus.
Além disso, eles também esperavam por atualizações sobre como a empresa pretende reduzir o compartilhamento de senhas na plataforma.
Há alguns dias, o UBS elevou o preço-alvo das ações NFLX em US$ 52, para US$ 250, e o Citi — que mantém recomendação de compra para o papel — disse que o próximo nível de anúncio "pode apontar para uma alta material" no fluxo de caixa livre.
Esse otimismo não é sem razão. Em uma conferência, o presidente de publicidade mundial da Netflix, Jeremi Gorman, disse que a plataforma "quase esgotou todo o seu inventário [de anúncios]" globalmente para o lançamento — contrariando a tendência de desaceleração global dos gastos com anúncios.
Netflix (NFLX34): o que vem por aí?
A partir do próximo trimestre, a Netflix (NFLX34) não fornecerá mais projeções para assinaturas pagas, mas continuará relatando esses números durante a divulgação de resultados trimestrais.
"Esse é um movimento interessante da empresa, e definitivamente está sendo feito no momento correto. Reforço: é comum isso acontecer quando uma empresa alcança uma escala muito grande", diz Camargo.
O analista da Empiricus lembra da Apple, que em 2019 parou de reportar a venda de unidades dos seus principais produtos, e passou a divulgar apenas receitas.
"Os investidores não gostaram, mas obviamente superaram a perda — e a ação da Apple definitivamente não fez feio desde então", acrescenta.
A última previsão da empresa indica que haverá a adição de 4,5 milhões de assinantes no quarto trimestre e receita de US$ 7,8 bilhões, menor do que no mesmo período de 2021, em grande parte devido a pressões cambiais no exterior.
Como será o amanhã?
Segundo Camargo, na abertura de amanhã, se nada se alterar, as ações da Netflix devem oscilar em valor de mercado próximo a US$ 120 bilhões, o que implica um múltiplo preço sobre lucros de 25x para os próximos 12 meses.
"Considerando o ritmo de crescimento baixo que a Netflix tem apresentado (e comunicado para os próximos meses), esse valuation parece embutir todo o prêmio merecido pela enorme marca e sucesso que a empresa construiu nos últimos, porém deixa pouco espaço para pensarmos em upsides relevantes", afirma o analista.
Ele lembra, no entanto, que as carteiras internacionais da Empiricus não têm exposição à Netflix. "Preferimos ficar de fora aos preços atuais", completa Camargo.
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