Os servidores do Banco Central (BC) devem retomar a greve na próxima terça-feira (03), e por tempo indeterminado. A decisão foi aprovada, por ampla maioria, na reunião geral do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), nesta sexta-feira (29).
“As principais razões [para a retomada da greve] foram o descumprimento por parte do presidente do BC em conseguir, em abril, uma reunião entre o sindicato e o Ministro [da Casa Civil] Ciro Nogueira, a não apresentação de uma proposta alternativa aos 5% e a não apresentação de uma proposta sobre a parte não-salarial de nossas demandas”, disse Fábio Faiad, presidente do sindicato, ao Seu Dinheiro.
A greve dos servidores do BC começou em 1º de abril e estava suspensa desde o último dia 20, na tentativa de negociação entre a diretoria da autarquia e o governo. Eles reivindicam um reajuste salarial de 27% e a reestruturação da carreira.
O governo, por sua vez, propôs aumento de 5% nos salários dos servidores, o que foi considerado “insuficiente”.
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Com a greve do BC, Copom será afetado?
A reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que deve decidir se aumenta ou mantém a taxa de juros Selic em 11,75%, acontece na próxima semana, nos dias 3 e 4 de maio.
Segundo o presidente do sindicato, Fábio Faiad, a realização do Copom não deve ser afetada. “Uma vez que a gente suspendeu a greve entre 20 de abril e agora, 02 de maio, houve a transmissão dos dados para que fosse realizado o Copom sem prejuízo nenhum”, disse.
Esses dados dizem respeito ao Boletim Focus, divulgado na última terça-feira (26). As projeções do mercado para a Selic é que a taxa de juros chegue a 13,25% ao ano no fim de 2022.
Contudo, outros serviços serão afetados diretamente pela greve do BC. Entre eles, a retomada do 2º ciclo de resgate e saque do “dinheiro esquecido” em instituições financeiras.
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