Quase dez semanas se passaram e a novela da greve do Banco Central (BC) não está na reta final. Nesta terça-feira (31), os servidores da autarquia devem se reunir novamente em assembleia para discutir a continuidade da paralisação.
A novela começou, na verdade, em 1º de abril e ficou suspensa entre os dias 20 do mesmo mês e 2 de maio. Mas, sem avanços nas negociações com o governo, a greve foi retomada por tempo indeterminado.
Tudo indica que os servidores permanecerão de braços cruzados, o que mantém suspensas as publicações da autoridade monetária, assim como a consulta ao chamado "dinheiro esquecido". "O governo não chamou para conversar ainda", afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do BC (Sinal), Fábio Faad.
Os servidores reivindicam a reestruturação da carreira e um reajuste salarial de 27%. Saiba quanto ganha hoje um funcionário do BC.
Impactos da greve do Banco Central
Enquanto as negociações não andam, as atividades do Banco Central seguem suspensas por conta da greve por tempo indeterminado.
Isso inclui a divulgação de publicações como o Boletim Focus, com as projeções do mercado financeiro sobre a economia, o Relatório de Poupança e os dados do Fluxo Cambial, bem como os demais relatórios do Banco Central.
Para contextualizar, o último Focus foi publicado durante a suspensão da greve, em 26 de abril. Desde então, muita coisa mudou: a taxa Selic, por exemplo, subiu 1 ponto percentual e está em 12,75% ao ano.
Além disso, a segunda fase do sistema de valores a receber (SRV), que estava programada para retomar as consultas e saques do “dinheiro esquecido” em 02 de maio, permanece sem data para voltar a funcionar.
A única que escapou da paralisação é a Nota Fiscal do governo, incluída como atividade essencial. Isso porque o envio do documento sobre o cumprimento das metas fiscais do primeiro quadrimestre é obrigatório pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) - a edição de abril será divulgada amanhã (31).
Ato público dos servidores
Além da assembleia geral do Sinal, que deve acontecer pela manhã, um ato público na Câmara dos Deputados está previsto para terça-feira (31).
Segundo comunicado do sindicato, a movimentação para reivindicar o reajuste salarial está marcada para às 14h.
*Com informações de Estadão Conteúdo