Os juros nos EUA vão subir, mas o que isso significa para o investidor brasileiro?
Banco central norte-americano deve elevar a taxa básica, hoje perto de zero, pelo menos três vezes este ano e efeitos desse aperto vão das ações aos Treasuries

O aperto monetário nos Estados Unidos é uma realidade: vai acontecer nos próximos meses e pode vir em ritmo mais agressivo do que o esperado até então. A mais nova sinalização neste sentido veio nesta terça-feira (11), quando o presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, compareceu a um comitê do Senado norte-americano.
Aos legisladores, o chefe do principal banco central do mundo disse que a economia dos Estados Unidos não precisa mais do apoio oferecido em março de 2020, auge da pandemia. Ele lembrou que o mercado de trabalho do país se recupera com consistência, tendo em vista uma taxa de desemprego abaixo de 4%, e a inflação elevada precisa ser controlada.
Para que isso aconteça, o Fed deve encerrar em março suas compras de ativos - títulos lastreados em hipotecas e títulos do Tesouro -, iniciar o aumento da taxa de juros - atualmente perto de zero - e enxugar seu balanço patrimonial. Saiba mais detalhes do processo em nossa cobertura da ata da reunião de dezembro de 2021.
Mas o que isso tudo significa para o investidor brasileiro?
Para você, investidor brasileiro, toda essa movimentação do banco central dos Estados Unidos na direção do aperto monetário significa uma maior atratividade dos Treasuries, diminuição do apelo de ativos de risco, como as bolsas, e os de países emergentes como o Brasil.
Para as empresas, em especial as que tomam crédito no exterior, os empréstimos vão encarecer, a dívida corporativa pode aumentar e a percepção do valor de uma companhia na bolsa pode diminuir, refletindo em seus papéis no mercado.
Na coluna de hoje, o Matheus Spiess explica o impacto do aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, por que as taxas dos Treasuries mexem com a perspectiva de retorno de todos os ativos do mercado e conta as oportunidades que se abrem na bolsa em meio a esse cenário.
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A culpa é da inflação
A mudança de tom do Fed acontece por causa da inflação, que acelerou para 6,8% em novembro nos Estados Unidos - mais do que três vezes a meta de 2,0% do banco central norte-americano. O dado de dezembro será divulgado amanhã.
Em diversas ocasiões, o Fed indicou que aceitaria uma inflação acima dessa meta, mas ao atingir o maior nível em quase 40 anos, o cenário mudou e a autoridade monetária foi com mais vigor à caça da estabilidade de preços - que, junto com o pleno emprego, faz parte do mandato duplo determinado pelo Congresso.
porque acreditávamos que os problemas na cadeia de abastecimento iriam se resolver mais rapidamente do que está realmente acontecendo”, afirmou o presidente do BC norte-americano.
“A economia dos Estados Unidos é muito dinâmica, a cadeia de abastecimento sempre se recuperou rapidamente, mas não é o que acontece agora. Estamos vivendo um evento novo na nossa história. As pessoas querem comprar carros, mas não há chips”, acrescentou.
Para alcançar o mandato da estabilidade de preços, Powell disse que fará tudo o que está ao seu alcance e que está confiante de que isso irá acontecer. Ou seja, não resta mais dúvidas de que um aperto monetário mais agressivo vem aí.
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