Por que o fim das negociações entre a Coinbase e a controladora do Mercado Bitcoin é ruim para ambas — e ótimo para as corretoras concorrentes
Compra do Mercado Bitcoin permitiria à Coinbase ter uma posição de destaque entre as corretoras de criptomoedas do país, onde a rival Binance avança rapidamente
A metáfora do jogo de xadrez acompanha o desenrolar de diversas histórias — desde sua possível criação na elite indiana até em A Arte da Guerra de Sun Tzu. E essa batalha pela melhor posição das peças se estende ao novíssimo universo das criptomoedas, mais especificamente as corretoras (exchanges) que disputam a preferência dos investidores.
A mais recente jogada nesse mercado aconteceu entre uma exchange estrangeira e a gestora da maior corretora brasileira. Estamos falando da tentativa de compra da 2TM, controladora do Mercado Bitcoin, pela Coinbase, a segunda maior corretora de criptomoedas do mundo.
No final, o acordo acabou não acontecendo. Nas primeiras conversas entre as empresas, o fim da negociação estava marcado para o final de abril, de acordo com os primeiros anúncios feitos em março deste ano.
Nos últimos dias, eu conversei com analistas do mercado sobre o que aconteceu para o “mate afogado” — ou simplesmente impasse — entre as duas corretoras, que preferiram não comentar o assunto.
E a avaliação geral é que tanto o Mercado Bitcoin como a Coinbase perdem com o revés nas negociações. Ao mesmo tempo, trata-se de uma ótima notícia para a concorrência, principalmente as exchanges estrangeiras que passaram a atuar recentemente no Brasil.
Confira a seguir um panorama e o que esperar da competição entre as corretoras de criptomoedas.
Leia Também
O Brasil é a bola da vez
O Brasil é hoje uma das peças mais importantes para as corretoras de criptomoedas.
Isso porque o mercado local é apontado como o centro mais promissor para as criptomoedas na América Latina até 2023, de acordo com uma pesquisa da Sherlock Communications.
Segundo a publicação, o interesse por criptomoedas cresceu mais de 90% do ano passado para cá. Só em 2021, os brasileiros negociaram um montante de US$ 144 bilhões em moedas digitais, de acordo com a Chainalysis e a Americas Quarterly.
Mercado Bitcoin: exchange certa, hora errada
Afinal, por que o casamento entre o Mercado Bitcoin e a Coinbase não deu certo? Em primeiro lugar, não houve entendimento entre as duas partes sobre o critério utilizado para o valuation da 2TM.
Vale lembrar que o anúncio das conversas foi feito em março, mas as negociações de aquisição começaram antes disso, quando o mercado de criptomoedas estava mais aquecido.
O bull market — como é chamado o momento de alta — começou a esfriar entre o final de 2021 e início de 2022, o que resultou num possível enfraquecimento de métricas da 2TM.
Esses números, que podem envolver número de clientes, volume negociado, crescimento no período etc., devem ter desapontado a Coinbase no decorrer do tempo. As negociações começaram na hora certa, mas o tempo acabou mudando o cenário para ambas as empresas.
Moeda de troca: as ações da Coinbase
Além disso, havia a possibilidade de que parte do pagamento para a 2TM fosse feito com ações da Coinbase (COIN), mas o resultado dos papéis da empresa não foi dos melhores desde o início do ano.
Nos últimos cinco meses, os papéis COIN caíram 59,84%, de acordo com dados do Yahoo Finance. Desde a estreia nos Estados Unidos, as ações recuam 69,38%. Esse fator pode ter estimulado ambas as empresas a repensarem uma aquisição neste momento.
O impacto para o Mercado Bitcoin e a Coinbase
Do lado do unicórnio brasileiro de cripto, o Mercado Bitcoin pode ter perdido o momento de uma forte entrada de recursos e de um parceiro de maior porte para expandir suas operações. Até o momento, a exchange domina o mercado nacional com o maior market share do segmento, mas a concorrência vem ganhando posições rapidamente.
Na outra ponta, a Coinbase também perde na corrida por um posicionamento no mercado nacional. Se a corretora estiver interessada em iniciar operações por conta própria aqui, o processo para abertura de uma empresa do gênero é caro e demorado, o que pode fazer outras exchanges tomarem a dianteira dos negócios.
E isso se torna uma ameaça tanto para o Mercado Bitcoin quanto para a Coinbase. Binance e a Crypto.com entraram no mercado local entre 2020 e 2021 visando dar um xeque-mate na concorrência.
Em números: o volume negociado nas corretoras
Maior corretora de criptomoedas do mundo, a Binance negocia um volume de cerca de US$ 23 bilhões (R$ 117 bilhões) por dia, quase oito vezes mais do que a segunda colocada, justamente a Coinbase, que transaciona o equivalente a US$ 3 bilhões (R$ 17 bilhões) em 24h.
E a maior exchange do Brasil está longe de chegar sequer perto dessas métricas. De acordo com o CoinMarketCap, o Mercado Bitcoin fica em 98º lugar em volume negociado, com um total de US$ 6 milhões (R$ 31 milhões) em transações.
A concorrência das corretoras não dorme
Enquanto a Coinbase perde uma chance de se estabelecer no Brasil com a compra da líder do mercado local, a Binance está um passo à frente no país. Em março, a exchange chinesa anunciou a compra da corretora Sim;paul.
Com a aquisição de uma corretora com licença do Banco Central, a Binance se antecipa à regulação de criptomoedas no Brasil, aprovada recentemente pelo Senado.
Não é de hoje que uma corretora compra as operações de outra. Como foi dito anteriormente, abrir uma empresa desse tipo do zero é custoso e demorado. Dessa forma, é mais rápido e barato apenas comprar a parte burocrática para iniciar as negociações no Brasil.
Corretora Crypto.com também cresce
O xadrez exige dois jogadores, mas um terceiro envolvido começa a incomodar tanto a Binance quanto a Coinbase no Brasil. Há pouco mais de um ano em terras nacionais, a Crypto.com já entrou com um investimento forte em uma paixão nacional: o futebol.
A exchange firmou uma parceria até o final de 2026 para patrocinar a Copa Libertadores e recentemente ofereceu o equivalente a US$ 20 em criptomoedas para atrair novos clientes.
No entanto, a Crypto.com ainda tem um volume de negociação baixo em relação às duas maiores exchanges do mercado, transacionando cerca de US$ 2 bilhões (R$ 10 bilhões) em 24 horas.
Uptober vermelho: Bitcoin encerra outubro em queda acumulada pela primeira vez em 7 anos
O bitcoin até começou outubro em alta, mas turbulências macroeconômicas pesaram sobre o mercado de criptomoedas, especialmente a guerra comercial
Robô fica milionário com criptomoedas — e agora quer “ser gente”
Rico, famoso e compositor musical: robô da inteligência artificial compartilha memes, investe e deseja ter direitos, além da própria voz
Youtuber mais bem-sucedido do planeta se prepara para lançar a própria corretora de criptomoedas
O youtuber mais famoso do mundo agora pretende expandir seu império com um registro de marca voltada a serviços e pagamentos com criptomoedas; veja quem é
Abate de porcos: A relação do Camboja com a maior apreensão de bitcoin (BTC) da história
Maior apreensão de bitcoin da história dos EUA expõe rede criminosa ligada ao Camboja, que usava trabalho forçado e mineração para lavar dinheiro.
Méliuz (CASH3) deve ter bom resultado no 3T25, prevê BTG; após queda de 40% desde o meio do ano, vale a pena comprar as ações?
Analistas projetam que a plataforma de cashback vai ter um Ebitda de R$ 20 milhões no terceiro semestre deste ano
Bitcoin (BTC) renova máxima histórica impulsionado por investidores de varejo
Criptomoeda superou os US$ 125 mil em meio ao feriado na China e ao “shutdown” nos EUA
Com recorde atrás de recorde do bitcoin, número de bilionários (e milionários) relacionados a criptomoedas salta forte de um ano para cá
Alta histórica do bitcoin impulsiona número de milionários e bilionários ligados a criptomoedas; estudo mostra salto expressivo em apenas um ano
Campos Neto sobre stablecoins: redução da intermediação bancária será o grande tema do universo dos criptoativos no curto prazo
Além disso, o ex-presidente do BC explica que a política monetária também está ameaçada com essa desintermediação
Bitcoin (BTC) atinge o patamar de US$ 117 mil nesta quinta-feira (18), impulsionado pelo corte de juros nos EUA
Além da criptomoeda mais valiosa do mundo, outros ativos digitais se aproveitaram da onda otimista para operar no verde hoje
ETFs de bitcoin (BTC) nos Estados Unidos acumulam entradas de US$ 2,34 bilhões em semana de preços estagnados
Só na última semana, as entradas líquidas acumularam US$ 2,34 bilhões, de acordo com dados do SoSoValue
Tether (USDT) planeja nova stablecoin para os Estados Unidos lastreada no dólar, de acordo com CEO
Em comunicado à imprensa, a Tether afirmou que a nova moeda digital foi projetado para cumprir a Lei Genius
Por que o Itaú BBA diz que o ethereum (ETH) será o novo protagonista do ciclo de alta no mercado cripto
O entusiasmo com o ETH, segunda maior criptomoeda do mundo, se apoia em uma recuperação vertiginosa após um início de ano pouco animador
IPO da Gemini surpreende com demanda 20 vezes maior que o esperado e faz preço das ações saltarem
Setor de criptoativos virou protagonista de ofertas públicas em Wall Street em 2025, após anos de desconfiança e embates regulatórios
Com novas regras nos EUA e otimismo no mercado, confira as criptomoedas para investir em setembro
Levantamento do Crypto Times traz indicações de Foxbit, MB Research, Coinext, Bitso, QR Asset, Vault Capital, Hurst Capital e BTG Pactual
Como uma atualização na rede do ethereum (ETH) fez disparar o roubo de tokens por meio de ‘phishing’
Golpistas roubaram mais de US$ 12 milhões da rede do ethereum por meio de esquemas de phishing em agosto, um aumento de 72% em relação a julho
Cruz da Morte: o que é o padrão que ameaça distanciar ainda mais o bitcoin (BTC) da busca por novos recordes
Pouco mais de duas semanas depois de atingir sua máxima histórica, bitcoin (BTC) agora acumula queda de mais de 10%
Hackers internacionais roubam US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas na Coreia do Sul — até Jungkook, do BTS, entrou na mira
Rede de hackers desviou US$ 28 milhões em dinheiro e criptomoedas de investidores, celebridades e executivos na Coreia do Sul
Economista brasileiro lança robô que ‘vasculha’ o mercado em busca de criptomoedas com potencial de explodir; veja
Ferramenta desenvolvida por Valter Rebelo, economista do Insper, busca identificar ativos com potencial de multiplicar investimentos
Conheça a Cronos (CRO), criptomoeda que chegou a disparar mais de 40% após aquisição bilionária do Trump Media Group
A Crypto.com, desenvolvedora da CRO, é uma das principais parceiras de cripto da administração Trump
Grupo de mídia da família Trump fecha acordo de US$ 6,4 bilhões com empresa de criptomoedas
O movimento aprofunda os laços entre os negócios do presidente dos Estados Unidos e a indústria de criptoativos
