Tem como se safar: bilionário Ray Dalio dá dicas para proteger investimentos em um cenário de juros altos
O dono da Bridgewater, a maior gestora de fundo de hedge do mundo, diz que os EUA devem enfrentar um período de crescimento estagnado e inflação alta, mas afirma que é possível sobreviver a um cenário como esse no mundo dos investimentos

O pessimista vê o copo meio vazio, enquanto o otimista vê o copo meio cheio. Ao que tudo indica, Ray Dalio faz parte do primeiro grupo quando o assunto é o aumento dos juros nos EUA — mas o bilionário tem dicas para se safar desse cenário mais difícil.
O Federal Reserve (Fed) elevou a taxa básica pela primeira vez desde 2018 em março deste ano — uma alta de 0,25 ponto porcentual (pp) que tinha endereço certo: a inflação.
Assim como aqui no Brasil, a disparada de preços nos EUA não tem dado tréguas e o banco central norte-americano teve que lançar mão do aperto monetário para conter a fúria da inflação.
Mas a dose do remédio não foi suficiente e, em maio, o Fed voltou a subir os juros, dessa vez em 0,50 pp, na esperança de conseguir esfriar os ânimos dos preços.
De novo, de nada adiantou. A inflação medida pelo índice de preços ao consumidor nos EUA atingiu o maior nível em 40 anos no mês de maio, e o banco central norte-americano aumentou o calibre do aperto monetário.
No último dia 15, o BC dos EUA promoveu o maior aumento de juros desde 1994: 0,75pp. Na ocasião, o Fed deixou a porta aberta para aumentos de 0,50 pp ou de 0,75 pp em julho.
Leia Também
E por que Ray Dalio não gostou?
O investidor bilionário diz que é ingênuo pensar que os aumentos dos juros promovidos pelo Fed “tornarão as coisas boas novamente”.
O dono da Bridgewater, a maior gestora de fundo de hedge do mundo, lembra que não é assim que a máquina econômica funciona.
"Embora o aperto reduza a inflação porque faz com que as pessoas gastem menos, não melhora as coisas porque tira o poder de compra", disse Dalio.
O efeito colateral dos juros altos
Taxas de juros mais altas tornam mais caros os empréstimos para qualquer coisa — de hipotecas a cartões de crédito — ,e incentivam as pessoas a economizar em vez de gastar, o que, em teoria, ajuda a reduzir os preços.
Mas leva um tempo para que os efeitos sejam sentidos e o risco é de que o banco central suba os juros a ponto de a economia desacelerar e se inclinar para recessão, que é um temor do mercado sobre os EUA neste momento.
"Não há nada que o Fed possa fazer para combater a inflação sem criar fraqueza econômica", disse Dalio.
No longo prazo, ele acredita que o Fed traçará um caminho intermediário que resultará em estagflação — ou seja, a combinação de crescimento econômico estagnado e alta inflação, um cenário que deixa o banco central com um equilíbrio ainda mais complexo.
Como proteger os investimentos nesse cenário?
Para Dalio, o cenário mundial está acontecendo porque há uma mudança de paradigma. Nessa fase, o bilionário diz que é muito importante saber como proteger os investimentos da crise econômica.
Ele, no entanto, diz que dinheiro não é um investimento seguro “porque será tributado pela inflação”.
"Não haverá uma taxa de juros que compense em qualquer lugar. Embora pareça bom porque não é volátil, você está pagando um imposto de alguns por cento ao ano sobre isso, então fique fora”, acrescentou.
Como não dá para prever o mercado, Dalio sugeriu a criação de um portfólio equilibrado para "todos os climas".
A estratégia All Weather, traduzida literalmente como "todos os climas", foi criada pela Bridgewater em 1996, originalmente para investir os ativos pessoais de Ray Dalio.
Segundo o bilionário, dentro dessa estratégia é importante se perguntar: "Que tipo de portfólio você teria para obter bons resultados independente do cenário econômico?”
A resposta, para ele, é "um portfólio global e diversificado, desenhado para ser indiferente às mudanças nas condições econômicas e de mercado”.
*Com informações do Markets Insider e do The Capital Advisor
Andy Warhol: 6 museus para ver as obras do mestre da Pop Art — incluindo uma exposição inédita no Brasil
Tão transgressor quanto popular, Warhol ganha mostra no Brasil em maio; aqui, contamos detalhes dela e indicamos onde mais conferir seus quadros, desenhos, fotografias e filmes
Diretor do Inter (INBR32) aposta no consignado privado para conquistar novos patamares de ROE e avançar no ambicioso plano 60-30-30
Em entrevista ao Seu Dinheiro, Flavio Queijo, diretor de crédito consignado e imobiliário do Inter, revelou os planos do banco digital para ganhar mercado com a nova modalidade de empréstimo
Ninguém vai poder ficar em cima do muro na guerra comercial de Trump — e isso inclui o Brasil; entenda por quê
Condições impostas por Trump praticamente inviabilizam a busca por um meio-termo entre EUA e China
Starbase: o novo plano de Elon Musk para transformar casa da SpaceX na primeira cidade corporativa do mundo
Moradores de enclave dominado pela SpaceX votam neste sábado (03) a criação oficial de Starbase, cidade idealizada pelo bilionário no sul do Texas
Trump pressionou, Bezos recuou: Com um telefonema do presidente, Amazon deixa de expor tarifas na nota fiscal
Após conversa direta entre Donald Trump e Jeff Bezos e troca de farpas com a Casa Branca, Amazon desiste de exibir os custos de tarifas de importação dos EUA ao lado do preço total dos produtos
Gafisa (GFSA3) recebe luz verde para grupamento de 20 por 1 e ação dispara mais de 10% na bolsa
Na ocasião em que apresentou a proposta, a construtora informou que a operação tinha o intuito de evitar maior volatilidade e se antecipar a eventuais cenários de desenquadramento na B3
Santander (SANB11) divulga lucro de R$ 3,9 bi no primeiro trimestre; o que o CEO e o mercado têm a dizer sobre esse resultado?
Lucro líquido veio em linha com o esperado por Citi e Goldman Sachs e um pouco acima da expectativa do JP Morgan; ações abriram em queda, mas depois viraram
Conheça os 50 melhores bares da América do Norte
Seleção do The 50 Best Bars North America traz confirmações no pódio e reforço de tendências já apontadas na pré-lista divulgada há algumas semanas
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Nova Ordem Mundial à vista? Os possíveis desfechos da guerra comercial de Trump, do caos total à supremacia da China
Michael Every, estrategista global do Rabobank, falou ao Seu Dinheiro sobre as perspectivas em torno da guerra comercial de Donald Trump
Donald Trump: um breve balanço do caos
Donald Trump acaba de completar 100 dias desde seu retorno à Casa Branca, mas a impressão é de que foi bem mais que isso
Trump: “Em 100 dias, minha presidência foi a que mais gerou consequências”
O Diário dos 100 dias chega ao fim nesta terça-feira (29) no melhor estilo Trump: com farpas, críticas, tarifas, elogios e um convite aos leitores do Seu Dinheiro
Azul (AZUL4) volta a tombar na bolsa; afinal, o que está acontecendo com a companhia aérea?
Empresa enfrenta situação crítica desde a pandemia, e resultado do follow-on, anunciado na semana passada, veio bem abaixo do esperado pelo mercado
Prio (PRIO3): banco reitera recomendação de compra e eleva preço-alvo; ações chegam a subir 6% na bolsa
Citi atualizou preço-alvo com base nos resultados projetados para o primeiro trimestre; BTG também vê ação com bons olhos
Tupy (TUPY3): Com 95% dos votos a distância, minoritários devem emplacar Mauro Cunha no conselho
Acionistas se movimentam para indicar Cunha ao conselho da Tupy após polêmica troca do CEO da metalúrgica
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Trump quer brincar de heterodoxia com Powell — e o Fed que se cuide
Criticar o Fed não vai trazer parceiros à mesa de negociação nem restaurar a credibilidade que Trump, peça por peça, vem corroendo. Se há um plano em andamento, até agora, a execução tem sido tudo, menos coordenada.
Tony Volpon: EUA, novo mercado emergente
Não tenham dúvidas: chegamos todos na beira do abismo neste mês de abril. Por pouco não caímos.
Trump vai jogar a toalha?
Um novo temor começa a se espalhar pela Europa e a Casa Branca dá sinais de que a conversa de corredor pode ter fundamento
S&P 500 é oportunidade: dois motivos para investir em ações americanas de grande capitalização, segundo o BofA
Donald Trump adicionou riscos à tese de investimento nos EUA, porém, o Bank Of America considera que as grandes empresas americanas são fortes para resistir e crescer, enquanto os títulos públicos devem ficar cada vez mais voláteis