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Dólar dispara mais de 2% e Ibovespa cede aos 106 mil pontos com aversão ao risco global

Imagem com conjunto de notas de dólar americano

Parece que o tombo de 10% visto em abril no Ibovespa não foi suficiente para blindar a bolsa brasileira da “maldição de maio”. O novo mês começou na mesma toada que o anterior – com grandes dúvidas sobre o futuro da economia global e a pressão constante da elevação de juros para conter a inflação. 

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Nesta semana, teremos mais uma edição da Super quarta, quando as decisões de política monetária dos Estados Unidos e do Brasil são feitas no mesmo dia. Até lá, o que devemos ver na bolsa é volatilidade – as bolsas americanas hoje custaram a se firmar em alta e chegaram a cair mais de 1% na mínima do dia. 

A inflação e a elevação dos juros, no entanto, está longe de ser a única dor de cabeça do mercado. A pandemia do coronavírus na China inspira cada vez mais preocupação e a segunda maior economia do mundo deve segurar o crescimento em escala global, além de pressionar os preços já elevados. 

No Brasil, temos ainda um fator extra que promete não deixar que maio fuja da tradição. As eleições presidenciais ficam cada vez mais próximas e os pedidos para aumento de gastos do governo de Jair Bolsonaro pressionam o delicado ecossistema fiscal. 

O Ibovespa encerrou a sessão longe das mínimas, mas teve queda de 1,15%, aos 106.638,64 pontos. O dólar à vista se consolidou com folga acima da casa dos R$ 5 ao avançar 2,63%, a R$ 5,0727. Para conter a escalada da moeda americana, o BC brasileiro anunciou um leilão extra que deve injetar US$ 1 bilhão no mercado. 

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O estresse visto ao longo do dia repercutiu também no mercado de juros, que subiu de forma mais expressiva principalmente nos vencimentos mais longos. 

CÓDIGONOMETAXAFEC 
DI1F23DI jan/2313,07%13,03%
DI1F25DI Jan/2512,16%12,04%
DI1F26DI Jan/2612,00%11,89%
DI1F27DI Jan/2711,99%11,85%

Super quarta

Na próxima quarta-feira teremos mais uma vez a decisão de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos. Embora o próximo passo dos BCs já seja consenso, os investidores estão atentos para decifrar quais serão as cenas dos próximos capítulos. 

Nos Estados Unidos, os investidores esperam uma alta de 50 pontos-base e esperam que o Fed indique em qual ritmo a taxa de juros deve se elevar nos próximos meses. 

No Brasil, a expectativa é de uma alta de 1 ponto percentual, mas ao contrário do que foi comunicado na última reunião do Copom, a elevação da taxa Selic não deve se encerrar em 12,75% ao ano. 

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Dados do dia

O índice de gerente de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial dos Estados Unidos subiu menos do que o consenso em abril, a 59,2, segundo medição da S&P Global. Para a ISM, o PMI industrial caiu a 55,4, bem abaixo do esperado.

Sobe e desce do Ibovespa

Durante a maior parte do dia, o câmbio foi o fator que mais influenciou o desempenho das empresas do índice, com as exportadoras favorecidas pela desvalorização do real, já que possuem grande parte de suas receitas em dólar. 

Vale também destacar alguns desempenhos pontuais: PCAR3 teve forte alta após rumores de que Abílio Diniz está em negociação com o controlador Casino para a compra de ativos e BRKM5 subiu após entregar um resultado operacional sólido. Confira os principais destaques do dia:

CÓDIGONOMEVALORVAR
JHSF3JHSF ONR$ 6,895,03%
PCAR3GPA ONR$ 21,324,87%
BRKM5Braskem PNAR$ 41,422,98%
SUZB3Suzano ONR$ 51,072,94%
GETT11Getnet unitsR$ 3,402,10%

Na ponta contrária, as empresas aéreas foram as mais impactadas pela forte aversão ao risco global. Com o dólar em alta e a projeção de desaceleração econômica, as companhias tiveram um forte recuo na sessão de hoje. Confira:

CÓDIGONOMEVALORVAR
AZUL4Azul PNR$ 20,45-6,92%
GOLL4Gol PNR$ 14,30-5,98%
BPAN4Banco Pan PNR$ 8,83-5,66%
PRIO3PetroRio ONR$ 25,20-5,62%
RRRP33R Petroleum ONR$ 44,00-4,82%
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