S&P 500 tomba com sopro de juro alto e temor de recessão; veja a reação das bolsas gringas à ata do Fed
Banco central norte-americano confirmou o que já vinha sendo telegrafado: o aperto monetário será agressivo e a redução de seu balanço de ativos, acelerada; entenda o que isso significa para os mercados

O S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones tombaram com os ventos fortes soprados pelos Federal Reserve (Fed) nesta quarta-feira (06). Os três principais índices de Nova York não resistiram aos efeitos que o ritmo acelerado da política monetária pode provocar na economia norte-americana e fecharam o dia em queda.
Os investidores tomaram conhecimento dos planos do Fed após a divulgação da ata da reunião de março. O documento mostrou que nem a guerra na Ucrânia será capaz de conter o ímpeto do banco central dos EUA de elevar os juros para conter a inflação.
Esse movimento já vinha sendo telegrafado pela autoridade monetária, mas o que muitos não esperavam era que a elevação de 0,25 ponto percentual (pp) da taxa básica no mês passado só não foi maior — de 0,50 pp — porque muitos dirigentes do Fed temiam os efeitos do conflito no leste europeu.
Por isso, boa parte dos investidores passou a a esperar que, além de altas em todas as reuniões daqui até o final do ano, o banco central norte-americano vai subir os juros em fatias maiores para dar conta de controlar o avanço dos preços no país.
Em fevereiro, o PCE — sigla em inglês para índice de preços para os gastos pessoais, a medida preferida do Fed para a inflação — subiu 6,4%, o maior patamar em 40 anos. Nos EUA, a meta de inflação é de 2% ao ano.
Confira o fechamento dos índices em Nova York nesta quarta-feira (06):
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- Dow Jones: -0,42%, 34.497,23 pontos
- S&P 500: -0,97%, 4.481,26 pontos
- Nasdaq: -2,22%, 13.888,22 pontos
E o Fed não vai parar por aí…
Além do aumento agressivo na taxa de juros, o Fed também prepara a redução de seu balanço patrimonial vem aí — que deve começar logo após a próxima reunião de política monetária, em maio.
Em março de 2020, no auge da pandemia de covid-19, o Fed mais que dobrou seu balanço de US$ 4,1 trilhões para US$ 9 trilhões via compra de títulos do Tesouro e papéis atrelados a hipotecas para dar suporte aos mercados financeiros.
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Assim que começou a normalizar sua política monetária, o primeiro passo do Fed foi encerrar com essas compras mensais de títulos do Tesouro e hipotecários. Agora, o banco central norte-americano vai reduzir o que já tem acumulado.
Ao anunciar que essa operação vai começar em breve, o Fed está dizendo ao mercado que a fonte de dinheiro fácil não só secou como agora terá mais ativos em circulação — o que, para muitos analistas, equivale a aumentos da taxa de juros.
S&P 500 cai, mas e as bolsas da Europa?
Os mercados europeus fecharam antes de a ata do Fed ser divulgada, mas ainda assim terminaram a quarta-feira em queda.
Além de se anteciparem ao que o documento poderia trazer, os investidores do velho continente também repercutiram as sanções anunciadas contra a Rússia.
- Londres: -0,34%
- Paris: -2,21%
- Frankfurt: -1,89%
O índice pan-europeu stoxx 600 encerrou em queda de 1,6%, com quase todos os setores e principais bolsas caindo em território negativo.
As ações de viagens e lazer lideraram as perdas, com queda de 3,9% na sessão, enquanto as ações de saúde contrariaram a tendência de fechar em 0,2%.
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