🔴 A TEMPORADA DE BALANÇOS DO 2T25 VAI COMEÇAR: ACOMPANHE A COBERTURA COMPLETA

Carolina Gama

Formada em jornalismo pela Cásper Líbero, já trabalhou em redações de economia de jornais como DCI e em agências de tempo real como a CMA. Já passou por rádios populares e ganhou prêmio em Portugal.

REMÉDIO PARA OS PREÇOS ALTOS

EUA copiou o Brasil? Ata do Fed mostra postura firme na alta de juros; veja o plano do BC americano para conter a inflação

Por aqui, o banco central brasileiro pisou no acelerador do aumento da taxa de juros há algum tempo para conter o forte aumento de preços; saiba se o banco central de lá fará o mesmo

Carolina Gama
6 de abril de 2022
15:06 - atualizado às 16:27
Montagem de Jerome Powell em carro de fórmula 1 atrás da curva competindo com carro da frente com nome de inflação
Jerome Powell em carro de fórmula 1 atrás de carro da inflação que está na frente - Imagem: Montagem Andrei Morais / Shutterstock / Divulgação

O Federal Reserve vai usar uma dose de ataque para combater a inflação galopante nos EUA. A ata da reunião de março divulgada nesta quarta-feira (06) confirmou o que muitos esperavam: nem mesmo a guerra na Ucrânia será capaz de frear o ímpeto do Fed de subir os juros quantas vezes forem necessárias. 

O banco central norte-americano vai elevar rapidamente a dose de juros na corrente sanguínea da economia dos EUA, na tentativa de obter um resultado terapêutico mais rápido: o controle dos preços — algo que o Brasil já vem fazendo há algum tempo. 

Enquanto por aqui a prévia da inflação mostrou a maior variação em março desde 2015 (0,95% no mês a mês e 10,25% em 12 meses), por lá, a inflação bateu o maior nível em 40 anos. 

Em fevereiro o PCE — a sigla para índice de preços para gastos pessoais, a medida preferida do Fed para a inflação —  teve alta de 6,4% em base anual.

O que a ata do Fed de hoje diz

O banco central norte-americano já deu a entender que promoverá sete elevações de juros somente neste ano. Isso significa que, considerando março, o Fed irá subir a taxa básica em todas as suas reuniões em 2022. 

O início desse aperto monetário veio no mês passado, quando os juros aumentaram em 0,25 ponto percentual (pp), saindo de praticamente zero e passando para a faixa entre 0,25% e 0,50% ao ano. 

Leia Também

Na ata desta quarta-feira, o Federal Reserve mostra que não desistiu desses planos e que vai além, deixando a porta aberta para uma alta ainda maior do que 0,25 pp caso seja necessário. 

"Muitos participantes observaram que um ou mais aumentos de 0,50 ponto percentual para os juros podem ser apropriados em reuniões futuras, principalmente se as pressões inflacionárias permanecerem elevadas ou intensificadas", diz a ata.

Segundo o documento, esse ajuste de 0,50 pp só não ocorreu no encontro de política monetária do mês passado por conta da guerra entre Rússia e Ucrânia, cujos efeitos sobre a economia dos EUA e global ainda são incertos.

A economia dos EUA está doente?

Embora a inflação esteja fora de controle para os padrões norte-americanos — lá a meta é de 2% ao ano —, a economia ainda não deu sinais de estar doente.

Segundo a ata, todos os membros do comitê de política monetária do Fed concordaram com a visão de que a economia dos EUA é forte, com um mercado de trabalho bastante aquecido — a taxa de desemprego caiu de 3,8%, o que é um nível considerado baixo, para 3,6% em fevereiro. 

Porém, alguns dos dirigentes que definem a taxa de juros por lá comentaram que o aumento das incertezas, especialmente ligadas à guerra, pode levar empresas e consumidores a reduzirem os gastos. 

Ainda assim, eles entendem que “os Estados Unidos têm um nível relativamente baixo de exposição financeira e comercial à Rússia e a economia norte-americana está bem posicionada para absorver choques adversos adicionais de demanda”, diz a ata. 

Veneno ou remédio? 

O que diferencia o remédio do veneno é a dose. Embora não esteja doente como mostra a ata do Fed desta quarta-feira (06), a economia norte-americana pode ficar. 

Em um ambiente de aumento de preços desenfreado, alta agressiva da taxa de juros e incertezas da guerra, muitos analistas acreditam que o Fed pode jogar a economia dos EUA na recessão — e isso não deve demorar muito para acontecer.  

O Deutsche Bank foi o primeiro grande banco de Wall Street a prever uma recessão no país. 

No início da semana, o banco alemão disse que vê dois trimestres negativos de crescimento e um aumento de mais de 1,5% na taxa de desemprego nos EUA — desenvolvimentos que claramente se qualificam como uma recessão, embora moderada, segundo o Deutsche Bank.

E o Fed não vai parar por aí… 

Quem pensa que o aumento sucessivo na taxa de juros é o remédio mais forte que o Fed pode usar em seu aperto monetário, está enganado. 

A redução do balanço patrimonial vem aí — e logo. Segundo a ata desta quarta-feira (06), o banco central norte-americano deve começar a cortar o volume de ativos acumulados logo após a próxima reunião de política monetária, em maio. 

Em março de 2020, no auge da pandemia de covid-19, o Fed mais que dobrou seu balanço de US$ 4,1 trilhões para US$ 9 trilhões via compra de títulos do Tesouro e papéis atrelados a hipotecas. 

Na ocasião, o objetivo era dar suporte aos mercados financeiros, promovendo liquidez por meio dessas aquisições. 

Assim que começou a normalizar sua política monetária, o primeiro passo do Fed foi encerrar com essas compras mensais de títulos do Tesouro e hipotecários. Agora, o banco central norte-americano vai reduzir o que já tem acumulado. 

Ao anunciar que essa operação vai começar em breve, o Fed está dizendo ao mercado que a fonte de dinheiro fácil não só secou como agora terá mais ativos em circulação — o que, para muitos analistas, equivale a aumentos da taxa de juros.

A reação após a ata

O mercado não gostou do que leu na ata desta quarta-feira. Assim que os investidores foram tomando conhecimento do conteúdo do documento e dos planos agressivos do Fed, os índices em Wall Street reagiram.

O S&P 500, o Nasdaq e o Dow Jones aceleraram as perdas, refletindo as preocupações com as medidas do banco central norte-americano que podem colocar um freio na economia dos EUA. 

O Dow Jones chegou a recuar mais de 300 pontos, enquanto o S&P 500 caiu 1% e o Nasdaq recuou mais de 2%.

Para a Capital Economics, o Fed deve aumentar os juros em 0,50 pp em algumas reuniões deste ano, colocando a taxa na faixa entre 2,50% e 2,75% ano final de 2022.

Em relação ao balanço, a consultoria viu um plano menos agressivo do que se esperava, já que o banco central norte-americano terá um limite de US$ 95 bilhões ao mês até agosto. 

A mesma opinião é compartilhada por Edward Moya, economista da Oanda. “Todos sabiam que o Fed estava telegrafando que a redução do balanço estava chegando e as expectativas eram de que o ritmo fosse de cerca de US$ 100 bilhões, então o valor de US$ 95 bilhões foi inicialmente visto como mais brando”, disse.

COMPARTILHAR

Whatsapp Linkedin Telegram
HAJA SORTE!

Apostador sortudo embolsa quase R$ 10 milhões sozinho na Quina; Lotofácil tem 4 vencedores, mas ninguém ficou milionário com a loteria

17 de julho de 2025 - 9:08

Após diversos sorteios acumulando, a Quina finalmente pagou quase R$ 10 milhões ao único vencedor do concurso 6775. Veja as dezenas sorteadas

VOLTOU A VALER

Aumento do IOF volta a valer com decisão de Alexandre de Moraes, mas exclui risco sacado da cobrança; entenda os efeitos

16 de julho de 2025 - 19:35

O decreto havia sido suspenso após votação do Congresso Nacional para derrubar a alteração feita pelo presidente Lula

IMPACTO NO BOLSO

De olho na conta de luz: Aneel aprova orçamento bilionário da CDE para 2025 com alta de 32% — e cria novo encargo

16 de julho de 2025 - 13:14

Novo orçamento da agência regula impacto de R$ 49,2 bilhões no setor elétrico — quase tudo será pago pelos consumidores

VEJA PONTO A PONTO

Governo Trump apela até para a Rua 25 de março e o Pix na investigação contra o Brasil. Aqui estão as seis acusações dos EUA

16 de julho de 2025 - 10:54

O governo norte-americano anunciou, na noite da última terça-feira (15), investigações contra supostas práticas desleais do comércio brasileiro. Veja as seis alegações

LOTERIAS

Ganhador da Mega-Sena fatura prêmio de mais de R$ 45 milhões com aposta simples; Lotofácil também faz um novo milionário

16 de julho de 2025 - 8:45

Em uma verdadeira tacada de sorte, o ganhador foi o único a cravar todas as dezenas do concurso 2888 da Mega-Sena; confira os resultados das principais loterias da Caixa

POLÍTICA MONETÁRIA

Copom vai cortar juros ainda em 2025 para seguir o Fed, mas não vai conseguir controlar a inflação, diz Fabio Kanczuk, do ASA

15 de julho de 2025 - 17:53

O afrouxamento monetário deve começar devagar, em 25 pontos-base, mesmo diante da possível tarifação dos EUA

GUERRA COMERCIAL

Lula tira do papel a Lei da Reciprocidade para enfrentar Trump, mas ainda aposta na diplomacia

15 de julho de 2025 - 14:08

Medida abre caminho para retaliação comercial, mas o governo brasileiro segue evitando o confronto direto com os Estados Unidos

AGENDA DE RESULTADOS

Temporada de balanços 2T25: Confira as datas e horários das divulgações e das teleconferências

15 de julho de 2025 - 7:00

A temporada de balanços do 2T25 começa ainda em julho e promete mostrar quem realmente entregou resultado entre as principais empresas da B3

O QUE ESPERAR AGORA

Tarifas de Trump jogam balde de água fria nas expectativas para a economia brasileira; confira os impactos da guerra tarifária no país, segundo o Itaú BBA

14 de julho de 2025 - 11:51

O banco ressalta que o impacto final é incerto e que ainda há fatores que podem impulsionar a atividade econômica do país

ANOTE NO CALENDÁRIO

Agenda econômica: Inflação, Livro Bege, G20 e PIB chinês; confira os indicadores mais importantes da semana

14 de julho de 2025 - 7:03

Com o mercado ainda digerindo as tarifas de Trump, dados econômicos movimentam a agenda local e internacional

ANÁLISE

É improvável que tarifa de 50% dos EUA às importações brasileiras se torne permanente, diz UBS WM

13 de julho de 2025 - 17:03

Para estrategistas do banco, é difícil justificar taxação anunciada por Trump, mas impacto na economia brasileira deve ser limitado

'FRUSTRAÇÃO'

Bolsonaro é a razão da tarifa mais alta para o Brasil, admite membro do governo dos EUA — mas ele foge da pergunta sobre déficit comercial

13 de julho de 2025 - 13:46

Kevin Hassett, diretor do Conselho Econômico Nacional dos Estados Unidos, falou em “frustração” de Trump em relação à situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ante a Justiça brasileira, mas evitou responder sobre o fato de os EUA terem superávit comercial com o Brasil

LOTERIAS

Sem milionários, só Lotofácil fez ganhadores neste sábado (12); Mega-Sena acumula em R$ 46 milhões. Veja resultados das loterias

13 de julho de 2025 - 9:53

Lotofácil fez quatro ganhadores, que levaram R$ 475 mil cada um. Prêmio da +Milionária agora chega a R$ 128 milhões

BOMBOU NO SD

Banco do Brasil (BBAS3), ataque hacker, FII do mês e tarifas de 50% de Trump: confira as notícias mais lidas da semana

12 de julho de 2025 - 18:10

Temas da semana anterior continuaram emplacando matérias entre as mais lidas da semana, ao lado do anúncio da tarifa de 50% dos EUA ao Brasil

GUERRA COMERCIAL

Tarifas de Trump podem afastar investimentos estrangeiros em países emergentes, como o Brasil

12 de julho de 2025 - 14:36

Taxação pode ter impacto indireto na economia de emergentes ao afastar investidor gringo, mas esse risco também é limitado

OLHO POR OLHO?

Lula afirma que pode taxar EUA após tarifa de 50%; Trump diz que não falará com brasileiro ‘agora’

12 de julho de 2025 - 11:28

Presidente brasileiro disse novamente que pode acionar Lei de Reciprocidade Econômica para retaliar taxação norte-americana

MOTIVAÇÕES POLÍTICAS

Moody’s vê estatais como chave para impulsionar a economia com eleições no horizonte — e isso não será bom no longo prazo

11 de julho de 2025 - 19:30

A agência avalia que, no curto prazo, crédito das empresas continua sólida, embora a crescente intervenção política aumenta riscos de distorções

TRUMP VS. EMERGENTES

O UBS WM reforça que tarifas de Trump contra o Brasil terão impacto limitado — aqui estão os 4 motivos para o otimismo

11 de julho de 2025 - 17:25

Na última quarta-feira (9), o presidente dos EUA anunciou uma tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros, que devem entrar em vigor em 1º de agosto

APÓS ESCÂNDALO

Governo vai abrir crédito de R$ 3 bilhões para ressarcir vítimas da fraude do INSS; confira como vai funcionar o reembolso

11 de julho de 2025 - 14:01

Entre os R$ 3 bilhões em crédito extraordinário, R$ 400 milhões vão servir para ressarcir as vítimas em situação de vulnerabilidade e que não tenham questionado os valores descontados

ENTREVISTA EXCLUSIVA

Trump é a maior fonte de imprevisibilidade geopolítica e econômica da atualidade — e quem diz isso pode surpreender

11 de julho de 2025 - 7:02

Gustavo Loyola, ex-presidente do BC, falou com exclusividade ao Seu Dinheiro sobre a imposição, por Donald Trump, da sobretaxa de 50% às exportações brasileiras para os EUA

Menu

Usamos cookies para guardar estatísticas de visitas, personalizar anúncios e melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar, você concorda com nossas políticas de cookies

Fechar