Ibovespa fecha setembro no azul por um triz após nova onda do ‘efeito Meirelles’; dólar vai a R$ 5,39
O Ibovespa deixou a política parcialmente de lado no último pregão antes do pleito de domingo

O último pregão do mês foi também o último antes da definição do primeiro turno das eleições presidenciais de 2022. Apesar disso, levou um tempo até que a política fosse o principal gatilho para os negócios.
Isso porque o debate final entre os candidatos à chefia do Executivo não trouxe grandes mudanças no cenário-base, já que o encontro foi marcado pelo bate-boca e não pela apresentação de propostas ou detalhamento dos planos de governo.
A situação mudou no meio da tarde, quando uma reportagem da revista Veja indicou que o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles é o primeiro nome na lista de possíveis ministros da Fazenda de um eventual novo governo petista.
É bem verdade que o Ibovespa já operava em alta, descolado dos seus pares americanos, devido ao bom desempenho das empresas ligadas às commodities metálicas, mas a notícia injetou ânimo renovado e, pela segunda vez no mês, o que se viu foi um “efeito Meirelles” quase que imediato.
Ainda que o mercado decida precificar o cenário político com mais força apenas quando tiver um cenário concreto em mãos, a possibilidade garantiu que o Ibovespa fechasse o mês no azul — mesmo com o ex-ministro negando ter recebido um convite oficial.
Enquanto Wall Street amargava perdas de mais de 1% e encerrava o seu pior trimestre desde 2015, o principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia em alta de 2,20%, aos 110.036 pontos — um avanço de 0,47% no mês. O dólar à vista teve um leve recuo de 0,02%, a R$ 5,3946. Em setembro, a queda foi de 0,08%.
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Vai chamar o Meirelles?
O grande destaque do pregão desta sexta-feira (30) foram os rumores de que o ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, assumirá o ministério da Fazenda em um eventual governo petista.
Segundo a revista Veja, que citou fontes na equipe econômica do candidato do PT à Presidência da República, a primeira escolha de Lula para o posto em caso de vitória nas urnas é Henrique Meirelles.
Ainda no meio da tarde, Meirelles negou que tenha recebido um convite oficial, mas relembrou o processo pelo qual passou em 2002, quando foi nomeado presidente do Banco Central.
Com a proximidade do pleito e a ampla vantagem exibida pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o mercado seguiu repercutindo a possibilidade até o fim do pregão.
Além de ajudar a bolsa, o movimento também fez com que a curva de juros futuros passasse por um movimento de ajuste de queda, principalmente na ponta mais longa. Confira:
CÓDIGO | NOME | ULT | FEC |
DI1F23 | DI jan/23 | 13,70% | 13,70% |
DI1F24 | DI jan/24 | 12,81% | 12,88% |
DI1F25 | DI Jan/25 | 11,61% | 11,75% |
DI1F26 | DI Jan/26 | 11,50% | 11,66% |
DI1F27 | DI Jan/27 | 11,54% | 11,70% |
Efeito nulo
O último encontro entre os presidenciáveis, realizado na noite de ontem (30), deve ter pouco efeito sobre os eleitores indecisos, acreditam muitos agentes do mercado. Isso porque além do horário tardio, o debate foi pautado em ataques pessoais e trouxe pouca oportunidade para a análise dos programas de governo.
Apesar disso, muitos acreditam que a candidata do Movimento Democrático brasileiro (MDB), Simone Tebet, saiu fortalecida da disputa e deve encerrar a campanha em terceiro lugar — à frente do candidato do Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes.
A maior parte dos gestores e analistas acreditam que até que se tenha base concreta para afirmar qual será o cenário eleitoral, é melhor não montar grandes posições na bolsa — ou seja, os efeitos devem ser postergados para a segunda-feira.
Para um dos analistas consultados, isso se dá por conta da incerteza sobre a possibilidade de que a campanha se encerre já no primeiro turno — uma vez que as pesquisas eleitorais divergem entre si.
Além disso, a falta de discussão propositiva deixa no escuro o que se espera da economia. A aproximação recente do ex-presidente Lula do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles animou, mas o plano econômico do petista ainda é uma incógnita. Já no lado de Bolsonaro, não há nenhuma certeza sobre a permanência de Paulo Guedes na chefia do Ministério da Economia ou o que esperar das contas públicas.
Sem grandes impactos no pós-debate, um analista aponta que qualquer que seja o resultado — ainda que em uma aposta de impactos negativos marginais no curto prazo caso Lula saia vencedor —, o Brasil segue bem posicionado frente a outros países emergentes. Para ele, esse "otimismo" está vinculado ao trabalho do Banco Central na condução da política monetária.
Sobe e desce do Ibovespa
Em uma semana majoritariamente negativa, os destaques ficaram dependentes do bom desempenho dos ativos nesta sexta-feira. A Cyrela (CYRE3) terminou o período com o maior avanço semanal, refletindo a queda expressiva dos juros futuros.
Confira as ações com o melhor desempenho da semana:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
CYRE3 | Cyrela ON | R$ 18,44 | 10,02% |
SBSP3 | Sabesp ON | R$ 49,68 | 7,07% |
VALE3 | Vale ON | R$ 72,01 | 5,02% |
WEGE3 | Weg ON | R$ 32,06 | 5,01% |
YDUQ3 | Yduqs ON | R$ 14,40 | 4,96% |
Confira também as maiores quedas:
CÓDIGO | NOME | ULT | VARSEM |
RDOR3 | Rede D'Or ON | R$ 29,72 | -13,73% |
SULA11 | SulAmérica units | R$ 22,10 | -13,50% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 9,93 | -11,73% |
BBSE3 | BB Seguridade ON | R$ 26,51 | -10,47% |
ECOR3 | Ecorodovias ON | R$ 5,00 | -10,23% |
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