Esquenta dos mercados: Ibovespa deve destoar do exterior com eleições no radar enquanto bolsas internacionais seguem no vermelho mais um dia
Os investidores aguardam a ‘Super Quarta’, com perspectiva de que os Bancos Centrais elevem os juros ainda mais
A semana não tinha começado bem para os mercados financeiros. Os negócios eram dominados pela perspectiva de uma nova alta de 75 pontos-base na próxima reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), marcada para a quarta-feira (21), o que manteve as bolsas pressionadas durante todo o dia.
Eis que o principal índice da brasileira virou por conta própria perto da hora do almoço e manteve o rali até fechar em alta de 2,33% no pregão de ontem (19). Já o dólar recuou 1,79%, de volta à faixa dos R$ 5,16.
O que mudou o ânimo dos investidores foi a participação de Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central e ex-ministro da Fazenda, em um evento no qual oito ex-candidatos à Presidência da República manifestaram apoio à candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva.
Não é que Lula tenha declarado adesão ao “chama o Meirelles”, slogan do ex-banqueiro central em sua campanha para presidente em 2018. Foi justamente o contrário.
Também não se pode dizer que a adesão de Meirelles atraia um caminhão de votos para Lula. Em 2018, a votação no ex-emedebista, agora no União Brasil, mal chegou a 1,2% dos votos válidos em primeiro turno.
Entretanto, a duas semanas do primeiro turno das eleições, a aproximação entre Lula e Meirelles pode representar o aceno que faltava para quebrar o gelo entre o ex-presidente e setores do empresariado, da Faria Lima e da classe média refratários a um eventual retorno do petista ao Palácio do Planalto.
Leia Também
Mesmo com Ibovespa em níveis recordes, gestores ficam mais cautelosos, mostra BTG Pactual
Com quase R$ 480 milhões em CDBs do Banco Master, Oncoclínicas (ONCO3) cai cerca de 5% na bolsa
Já no panorama internacional — invertendo a costumeira ordem deste pré-mercado — continua com os olhos voltados para a decisão do Fed de amanhã. As bolsas chegaram a tentar reverter as perdas do início da semana, mas não sustentaram a alta ao longo da manhã.
Portanto, é de se esperar um dia de alta volatilidade no exterior.
Confira o que movimenta as bolsas, o dólar e o Ibovespa nesta terça-feira:
Mais curvas da corrida eleitoral para a bolsa cruzar
Ainda em relação ao cenário eleitoral, a nova rodada da pesquisa Ipec (ex-Ibope) aponta para um aumento da probabilidade de vitória de Lula no primeiro turno.
A intenção de voto no ex-presidente atingiu 47%. Já a soma da intenção de voto em todos os demais candidatos somados é de 44%.
Permanece no radar os desdobramentos das alianças feitas antes do primeiro turno, marcado para 2 de outubro. Do outro lado do espectro político, a participação do presidente da República e candidato à reeleição Jair Bolsonaro no funeral da rainha Elizabeth II deu o que falar no exterior — e deve garantir reflexos por aqui.
TSE de olho em Bolsonaro
Ontem, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) proibiu o uso político das imagens do presidente Bolsonaro em sua visita a Londres. A participação do chefe de Estado brasileiro na solenidade também contou com momentos de confusão entre seus apoiadores e londrinos.
De qualquer modo, o evento não deve ter grandes reflexos nas eleições. Ainda segundo o Ipec, Bolsonaro tem 31% das intenções de voto.
Ainda hoje, o presidente deve abrir a 77ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, evento marcado para às 10h. É esperado que Bolsonaro cite as tensas eleições locais.
Bolsas no exterior e poucas novidades pela frente
Enquanto isso, os investidores não têm como desviar a atenção da Super Quarta. No Brasil e nos Estados Unidos, os diretores do Banco Central (BC) e do Fed abrem hoje suas respectivas reuniões de política monetária.
Com a cautela nas alturas hoje, os investidores devem manter uma posição defensiva antes do anúncio da decisão de juros nos EUA.
Isso porque o Fed anunciará seu novo posicionamento da política monetária amanhã às 15h, com expectativa de um terceiro aumento seguido de 75 pontos-base em sua taxa básica de juro.
Uma volta rápida ao Brasil
Já o Comitê de Política Monetária do BC divulgará sua decisão algumas horas depois do Fed, depois do fechamento da quarta-feira.
Por aqui, a maioria dos analistas espera pelo fim do ciclo de aperto monetário. Mas não há quem descarte uma alta residual de 25 pontos-base.
De volta ao exterior
A perspectiva de juros mais altos na Europa coloca ainda mais importância nos eventos dos próximos dias. Começando por hoje, a participação de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), em evento, deve dar novas pistas sobre o aperto monetário por lá.
Além disso, a decisão de juros do Banco da Inglaterra (BoE, em inglês), na quinta-feira (22), também ganha importância. O movimento coordenado de juros mais altos em todas as principais economias do planeta forma o cenário ideal para que ativos de risco do mercado financeiro permaneçam pressionados.
Bolsa hoje: Agenda do dia
- FGV: IGP-M de setembro (8h)
- Estados Unidos: Departamento de comércio divulga números do setor (9h30)
- Política: Abertura da 77ª Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, com discurso do presidente Jair Bolsonaro (10h)
- Banco Central Europeu: Presidente do BCE, Christine Lagarde participa da Karl-Otto Pöhl-Lecture, organizada pela Sociedade de Frankfurt para Comércio, Indústria e Ciência (14h)
- Banco Central: Primeiro dia da reunião do Copom (o dia todo)
Estados Unidos: Primeiro dia da reunião do Fomc do Fed (o dia todo)
Gestora aposta em ações ‘esquecidas’ do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Logos Capital acumula retorno de quase 100% no ano e está confiante com sua carteira de ações
Ibovespa retoma ganhos com Petrobras (PETR4) e sobe 2% na semana; dólar cai a R$ 5,2973
Na semana, MBRF (MBRF3) liderou os ganhos do Ibovespa com alta de mais de 32%, enquanto Hapvida (HAPV3) foi a ação com pior desempenho da carteira teórica do índice, com tombo de 40%
Depois do balanço devastador da Hapvida (HAPV3) no 3T25, Bradesco BBI entra ‘na onda de revisões’ e corta preço-alvo em quase 50%
Após reduzir o preço-alvo das ações da Hapvida (HAPV3) em quase 50%, o Bradesco BBI mantém recomendação de compra, mas com viés cauteloso, diante de resultados abaixo das expectativas e pressões operacionais para o quarto trimestre
Depois de escapar da falência, Oi (OIBR3) volta a ser negociada na bolsa e chega a subir mais de 20%
Depois de a Justiça reverter a decisão que faliu a Oi atendendo um pedido do Itaú, as ações voltaram a ser negociadas na bolsa depois de 3 pregões de fora da B3
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
