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Julia Wiltgen
Julia Wiltgen
Jornalista formada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) com pós-graduação em Finanças Corporativas e Investment Banking pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Trabalhou com produção de reportagem na TV Globo e foi editora de finanças pessoais de Exame.com, na Editora Abril.
Algum otimismo

Após queda de quase 40% no ano, BRF (BRFS3) começa a ver uma luz – mas, para o JP Morgan, ainda não é hora de comprar

Banco elevou recomendação da ação de venda para neutro, mas se mantém cauteloso em relação aos planos da nova administração

Arte mostrando o Peru da Sadia segurando um laptop, em frente a um fundo amarelo; a Sadia é uma das marcas da BRF (BRFS3)
Recentemente, o comando da BRF, dona da Sadia, foi assumido por Miguel Gularte, então CEO da Marfrig. Imagem: Divulgação

Com uma queda de quase 40% em 2022, ante uma alta de mais de 4% do Ibovespa, as ações da BRF (BRFS3) estão chegando a uma situação melhor, mas ainda não é hora de comprar.

Essa é a visão dos analistas do JP Morgan, que publicaram um relatório, nesta terça (27), elevando de "venda" para "neutro" a recomendação dos papéis da dona das marcas Sadia e Perdigão.

A decisão vem após os papéis terem apresentado uma performance 19% abaixo do Ibovespa nos últimos 30 dias e também é motivada por uma expectativa de que a companhia tenha um bom segundo semestre.

Os analistas do JP Morgan esperam, para a BRF, um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de R$ 1,6 bilhão no terceiro trimestre e de R$ 1,72 bilhão no quarto trimestre, 15% e 8% acima do consenso de mercado, respectivamente.

"Uma combinação de melhora gradual de preços e de preços internacionais ainda fortes (embora estejam perto do topo) deve apoiar um momentum positivo para a ação", diz o relatório.

Melhora no balanço da BRF

Os analistas notam que, após resultados fracos no primeiro trimestre, o balanço do frigorífico melhorou mais rápido que o esperado, impulsionado principalmente pelas margens do mercado externo, especialmente pelo mercado Halal. Eles destacam também a melhora nas exportações para a China, tanto de frango quanto de suínos.

A queda de 11% a 12% nos preços domésticos do milho são outro ponto positivo apontado pelos analistas, o que deve aliviar as pressões de custos sobre a companhia e começar a se refletir no balanço do quarto trimestre.

BRFS3 mais barata

Após a desvalorização adicional recente, os analistas do JP também acreditam que o valuation da companhia tenha ficado mais razoável. Agora, a ação é negociada a uma relação de cinco vezes o valor da firma sobre o Ebitda projetado para 2023 (EV/Ebitda), ante uma média histórica de 7,4 vezes.

Já o indicador Preço/Lucro está em 6,6 vezes, contra uma média histórica de 12 vezes. Esses índices, lembra o JP, colocam a BRF mais próxima de seus pares.

À espera de uma estratégia mais clara

O horizonte mais claro para o frigorífico, porém, ainda tem algumas nuvens, na opinião dos analistas do JP. A concorrência e a "falta de visibilidade" em relação à estratégia da nova administração da BRF ainda os deixam cautelosos em relação à ação.

No fim de agosto, Miguel Gularte, que era até então CEO da Marfrig (MRFG3), assumiu o comando da BRF, após a renúncia de Lorival Luz. A Marfrig é a principal acionista da BRF, com pouco mais de 30% do capital.

"Esperamos maior visibilidade do turnaround estratégico para ficarmos mais otimistas. Na nossa visão, a principal questão a ser respondida, no caso da BRF, é como reconciliar o crescimento de volumes, inovação e moderação de Capex (dada a alavancagem)", diz o JP Morgan.

Por isso, embora acreditem que possam até ser surpreendidos pelos resultados da companhia no curto prazo, os analistas mantêm a recomendação neutra e o preço-alvo da ação em R$ 16,50 em dezembro de 2023, um potencial de alta de 22,6% em relação ao último fechamento.

Nesta terça, o papel BRFS3 opera em alta de quase 1%, a R$ 13,59. Acompanhe nossa cobertura completa de mercados.

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