Ações da MRV (MRVE3) despencam após suspensão da capitalização da Resia; veja os novos planos da construtora para a subsidiária norte-americana
De acordo com a companhia, a operação só será retomada quando o cenário macroeconômico dos EUA estiver novamente favorável ao mercado de capitais
Enquanto luta para recuperar as margens de seu negócio principal, a MRV (MRVE3) tinha um trunfo na manga para compensar o desequilíbrio em seus balanços: o bom desempenho da subsidiária Resia.
De acordo com analistas, a incorporadora norte-americana ainda não está precificada e poderia ser um gatilho de alta para os papéis MRVE3 — especialmente após a companhia confirmar que estudava a entrada de um parceiro privado na Resia ou uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês).
Em entrevista ao Seu Dinheiro em setembro, Rafael Menin, copresidente da MRV confirmou que a empresa havia despertado o interesse de “investidores importantes” e que “alguma operação privada será feita nos próximos meses”.
Poucas semanas após a conversa, porém, a construtora anunciou a suspensão da capitalização da subsidiária via private equity. De acordo com a MRV, a operação só será retomada quando o cenário macroeconômico dos Estados Unidos estiver novamente favorável ao mercado de capitais.
Com a interrupção, o que era um possível gatilho positivo para as ações da empresa tornou-se o estopim para uma queda brusca. Por volta das 13h35 desta sexta-feira (7), as ações MRVE3 dominavam a ponta negativa do Ibovespa com um recuo de 6,61%, cotadas em R$ 11,59.
Credit Suisse mantém recomendação de compra para MRV (MRVE3)
Apesar da reação dura do mercado, o Credit Suisse não foi pego de surpresa: “Embora os aluguéis se beneficiem de taxas de financiamento mais altas, as incertezas em relação à economia dos EUA e ao mercado imobiliário em geral podem ter reduzido o apetite dos investidores.”
Leia Também
Para os analistas, a suspensão não muda a visão de que a companhia está bem posicionada para a recuperação de sua atividade central, focada no segmento de baixa renda brasileiro.
O banco de investimentos manteve a recomendação de compra para os papéis e fez uma leve alteração na projeção de alta para a MRV, que caiu de 38% para 29,4%
“Como já não considerávamos a capitalização e somos muito mais conservadores que a MRV em nossas premissas, reduzimos nosso preço-alvo em apenas R$ 1, para R$ 15 por ação, com este anúncio.”
O que muda com a suspensão da capitalização da Resia?
Apesar de não fazer muita diferença nos cálculos do Credit Suisse para as ações MRVE3, a suspensão da capitalização da Resia reduzirá o passo de crescimento das operações da incorporadora.
Junto ao anúncio sobre a operação, a MRV divulgou também o guidance para a empresa. O plano é que a Resia construa e venda 12 mil unidades por ano nos EUA até 2030. Confira a projeção para os próximos nove anos:
| Ano | Unidades construídas | Unidades Vendidas |
| 2022 | 2,1 mil | 1,3 mil |
| 2023 | 2,6 mil | 1,5 mil |
| 2024 | 3,1 mil | 2,2 mil |
| 2025 | 3,9 mil | 2,4 mil |
| 2026 | 5,2 mil | 3 mil |
| 2027 | 7,4 mil | 5,6 mil |
| 2028 | 8,6 mil | 6,8 mil |
| 2029 | 11,5 mil | 9,5 mil |
| 2030 | 12 mil | 11,9 mil |
“Incluímos os volumes anunciados hoje em nosso modelo até 2026, mas continuamos mais cautelosos do que a empresa, estabilizando as operações em 7 mil unidades em 2027”, destaca o Credit Suisse.
Enquanto caminha rumo a esse objetivo, a Resia também seguirá ganhando mais representatividade nos balanços da MRV&Co.
“Entre os anos de 2022 e 2024, estimamos um lucro líquido acumulado de US$ 273 milhões para a Resia, número que alcançará a marca de US$ 2,8 bilhões entre os anos de 2028 e 2030”, projeta a construtora.
Alternativas para o financiamento
Mas de onde virá o financiamento para sustentar o crescimento, mesmo que desacelerado? A MRV explica que seguirá com a mesma estrutura de capital que já era adotada nos empreendimentos: equity no nível dos projetos e financiamentos para a construção.
“A Resia já conta com parceiros para os preferred equities e joint ventures nos projetos atuais. Trata-se de um mercado maduro e já estabelecido nos Estados Unidos, que continuará a ser acessado para viabilizar o crescimento da companhia”, afirma a empresa.
A MRV destaca ainda que, antes de ser interrompido, o processo de private equity engajou grandes investidores norte-americanos. Para a construtora, o conhecimento mais profundo deles sobre o negócio pode torná-los potenciais parceiros nas alternativas atuais.
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M.Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
Ibovespa desafia a gravidade e tem a melhor performance desde o início do Plano Real. O que esperar agora?
Em Wall Street, as bolsas de Nova York seguiram voando às cegas com relação à divulgação de indicadores econômicos por conta do maior shutdown da história dos EUA, enquanto os valuations esticados de empresas ligadas à IA seguiram como fonte de atenção
Dólar em R$ 5,30 é uma realidade que veio para ficar? Os 3 motivos para a moeda americana não subir tão cedo
A tendência de corte de juros nos EUA não é o único fato que ajuda o dólar a perder força com relação ao real; o UBS WM diz o que pode acontecer com o câmbio na reta final de 2025
Vamos (VAMO3) lidera os ganhos do Ibovespa e Minerva (BEEF3) fica na lanterna; confira o sobe e desce das ações
O principal índice da bolsa brasileira acumulou valorização de 3,02% nos últimos cinco pregões e encerrou a última sessão da semana no nível inédito dos 154 mil pontos
Maior queda do Ibovespa: por que as ações da Cogna (COGN3) desabaram mesmo depois de um “trimestre limpo”?
As ações passaram boa parte do dia na lanterna do Ibovespa depois do balanço do terceiro trimestre, mas analistas consideraram o resultado como positivo
Fred Trajano ‘banca’ decisão que desacelerou vendas: “Magalu nunca foi de crescer dando prejuízo, não tem quem nos salve se der errado”
A companhia divulgou os resultados do segundo trimestre ontem (6), com queda nas vendas puxada pela desaceleração intencional das vendas no marketplace; entenda a estratégia do CEO do Magazine Luiza
Fome no atacado: Fundo TRXF11 compra sete imóveis do Atacadão (CAFR31) por R$ 297 milhões e mantém apetite por crescimento
Com patrimônio de R$ 3,2 bilhões, o fundo imobiliário TRXF11 saltou de 56 para 74 imóveis em apenas dois meses, e agora abocanhou mais sete
A série mais longa em 28 anos: Ibovespa tem a 12ª alta seguida e o 9° recorde; dólar cai a R$ 5,3489
O principal índice da bolsa brasileira atingiu pela primeira vez nesta quinta-feira (6) o nível dos 154 mil pontos. Em mais uma máxima histórica, alcançou 154.352,25 pontos durante a manhã.
A bolsa nas eleições: as ações que devem subir com Lula 4 ou com a centro-direita na Presidência — e a carteira que ganha em qualquer cenário
Felipe Miranda, estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual, fala sobre como se posicionar para as eleições de 2026 e indica uma carteira de ações capaz de trazer bons resultados em qualquer cenário
As ações para ‘evitar ser estúpido’ da gestora cujo fundo rende 8 vezes mais que o Ibovespa
Atmos Capital tem 40% da carteira de R$ 14 bilhões alocada em concessionárias de serviços públicos; veja as ações da gestora
