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Vale (VALE3): a receita para a queda das ações, segundo a própria empresa

Celular mostra tela com logo da mineradora Vale

A Vale (VALE3) teve de emitir um comunicado em resposta a um ofício da B3 que solicitava justificativas para a oscilação das ações da mineradora entre os dias 6 e 20 de setembro. A companhia, além de citar o anúncio de dividendos, diz que não tem conhecido de qualquer fato que justifique o movimento.

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No período, as ações a empresa foram de R$ 97,06 para R$ 81,58. Nesta quinta-feira (23), as ações da Vale (VALE3) fecharam o dia cotadas a R$ 78,91, em queda de 0,0003% — desde o início do ano, a baixa é de 9%. Acompanhe a cobertura de mercados do Seu Dinheiro.

Em comunicado desta quinta, a mineradora diz que é importante destacar que a companhia está exposta a riscos de mercado, "dentre eles os relacionados à volatilidade dos preços dos seus produtos e notadamente o do preço do minério de ferro".

No primeiro semestre, o produto compôs aproximadamente 84% das receitas da companhia. No período em que foram registradas as oscilações apontadas como atípicas, de 6 a 20 de setembro de 2021, o índice de referência do preço de minério de ferro recuou aproximadamente 35%", lembra a Vale.

O movimento dos preços impactou diretamente empresas produtoras de minério de ferro como a Vale e também suas concorrentes internacionais diretas, Rio Tinto e BHP, ambas australianas, disse a companhia.

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"Podemos notar no gráfico abaixo que durante o período citado, as ações de emissão da Vale, da Rio Tinto e da BHP se movimentaram de forma similar, recuando em dólar aproximadamente 18%, 13% e 14%, respectivamente".

Fonte: Bloomberg / Elaboração: Vale / Reprodução

A Vale (VALE3) também diz ser "importante notar que durante o período citado houve uma relevante deterioração do 'Risco Brasil', ou seja, uma redução do apetite a ativos brasileiros, evidenciada pelo recuo de 8% no índice Ibovespa e um aumento de 23 pontos no CDS Brasil de cinco anos".

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Vale (VALE3): um retrospecto

Na primeira metade do ano, havia uma combinação explosiva para o preço do minério: com o setor de siderurgia e infraestrutura na China a todo o vapor, a demanda do gigante asiático pela commodity deu um salto; em paralelo, a oferta vinda da Austrália foi reduzida por questões climáticas e comerciais.

Ou seja: o preço do minério disparou — e a Vale era a grande fornecedora do produto à China. Um contexto que ajuda a explicar os fortes resultados da empresa brasileira no primeiro e no segundo trimestres do ano.

Só que, com a commodity nas alturas, a inflação chinesa também subiu — e as autoridades de Pequim estão agindo para reduzir os preços do minério; ao mesmo tempo, a oferta australiana se normalizou e a demanda da China caiu, com uma certa estagnação do mercado imobiliário do país. Em outras palavras, o cenário se inverteu.

E, é claro, com o minério valendo menos da metade das máximas, é de se esperar que os resultados da Vale daqui em diante sejam impactados.

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Dito isso, é importante levar em conta alguns fatores internos à Vale, como o seu endividamento bastante baixo e a forte geração de caixa dos últimos trimestres — o que dá tranquilidade à empresa num momento de queda firme no minério de ferro.

Também é importante ter em mente a dinâmica dos preços das ações VALE3: tiveram uma realização de lucro intensa nos últimos meses, apesar do valuation mais barato que a média histórica para os papéis e inferior ao das grandes mineradoras globais.

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