Nem tudo são lágrimas na B3: Lojas Americanas dispara quase 20% com plano de fusão com B2W
A união deve tornar a varejista mais comparável com suas concorrentes diretas, como Via Varejo e Magazine Luiza, que já operam com os negócios online e de lojas físicas integrados

Enquanto o mercado caía para trás na sexta-feira à noite com a decisão do presidente Jair Bolsonaro de mudar o comando da Petrobras, mais ou menos no mesmo horário um negócio aguardado há tempos pelos investidores começou a tomar forma: a combinação de negócios entre Lojas Americanas e B2W.
Mas o anúncio de que as empresas estudam uma fusão não passou despercebido pelos investidores. A reação acontece principalmente nas ações da Lojas Americanas (LAME4), que disparam 19,34% na tarde de hoje, cotadas a R$ 28,83. Fora do Ibovespa, as ações ordinárias (LAME3) subiam ainda mais: 39,68%.
Os papéis da B2W têm um avanço mais contido, de 3,28%, para R$ 91,56. Ainda assim, trata-se de um desempenho notável diante da queda expressiva do Ibovespa com o "risco Bolsonaro".
Controlada pelo trio Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, a Lojas Americanas já detém 62% do capital da B2W, dona dos sites Submarino e Americanas.com.
A união deve tornar a varejista mais comparável com suas concorrentes diretas, como Via Varejo e Magazine Luiza, que já operam com os negócios online e de lojas físicas integrados em uma única companhia.
A expectativa é que, no provável desenho da fusão, Lojas Americanas seja incorporada pela B2W, o que significaria a migração dos atuais acionistas de LAME4 (que não têm direito a voto) para uma companhia listada no Novo Mercado — o segmento de governança corporativa mais rigoroso da B3.
O conselho de administração da B2W determinou a formação de um comitê especial composto pelos três conselheiros independentes da companhia para avaliar a transação.
Embora a união entre as empresas fosse esperada, o momento do anúncio surpreendeu, de acordo com o Goldman Sachs. Isso porque tanto a Lojas Americanas como a B2W promoveram aumentos de capital no ano passado, o que indicava um apetite para potenciais aquisições externas.
Os analistas têm recomendação de compra para ambas as ações, com preço-alvo de R$ 34 para LAME4 e R$ 105 para BTOW3. Sobre o negócio em si, a avaliação é positiva, mas eles preferem aguardar mais detalhes da estrutura da transação para avaliar os benefícios do ponto de vista dos minoritários de ambas as companhias.
Leia também:
- Lojas Americanas e B2W começam estudos para combinar suas operações
- Mudança na Petrobras abala “casamento” do mercado financeiro com Bolsonaro
- XP revisa recomendações do varejo e coloca Americanas em destaque
Para a XP Investimentos, a combinação da B2W e Lojas Americanas deve ajudar a diminuir o desconto que as empresas têm na bolsa em relação a Via Varejo (VVAR3) e Magazine Luiza (MGLU3).
“Acreditamos que a eventual combinação de negócios reforçará nosso argumento de que o Universo Americanas é uma companhia perfeitamente comparável aos pares de e-commerce.”
A XP também reiterou a recomendação de compra para os dois papéis, com preço alvo de R$ 121 por ação para BTOW3 e R$36 para LAME4, com preferência para Lojas Americanas no setor de varejo.
Americanas (AMER3) estuda descomplicar reestruturação e ter empresa única no Novo Mercado da B3; entenda
A decisão da Americanas de ter uma única empresa listada na B3 ainda não foi tomada, mas deve ser bem recebida pelo mercado; ações têm maior queda do Ibovespa no ano
Oportunidade ou mico? Por que a ‘nova’ Americanas (AMER3) lidera as quedas do Ibovespa após fusão com a B2W
A fusão entre Lojas Americanas e B2W era muito aguardada e considerada essencial para o processo de crescimento da empresa, mas desde que o casamento se concretizou, as ações entraram em queda livre
Por um lado, reabertura. Por outro, juros mais altos. Como ficam as ações das varejistas?
Esse pano de fundo é positivo para varejistas como Marisa, Lojas Renner, Arezzo e Alpargatas. Mas não é tão bom para Via, B2W, Americanas e Magazine Luiza
Americanas (AMER3) mostra força em sua “estreia” nos balanços, e vem mais por aí – Veja os números
Resultado do segundo trimestre é o primeiro depois da fusão operacional entre B2W e Lojas Americanas, que ainda trará sinergias
Fruto do casamento entre B2W e Lojas Americanas, holding Americanas S.A estreia com queda de mais de 6% na bolsa
Além da aversão ao risco, o movimento também conta com um empurrãozinho de uma realização de lucros, após os papéis da B2W subirem forte no último dia de negociações, na sexta-feira (16).
Saiba como ficam as ações da ‘nova e velha’ Americanas após fusão com B2W
Analistas explicam como devem ficar os papéis da holding de investimentos e da empresa resultante da união, aprovada pelos acionistas ontem
B2W sobe aposta em lives de produtos com aplicativo exclusivo para transmissões
A B2W lançou, nesta sexta, sua plataforma “social commerce”, um app em que é possível acompanhar lives e comprar produtos ao mesmo tempo
B2W fecha parceria com aplicativo inglês de ‘live commerce’ e planeja acelerar o ‘Americanas ao vivo’
Acordo prevê a exclusividade do uso da tecnologia e da plataforma da OOOOO pela B2W; app tem foco em consumidores mais jovens
Por que as ações de Lojas Americanas caem e as da B2W sobem após acordo de fusão?
Mercado vê “desconto de holding” em LAME, prevê expansão das Americanas, mas diz que fusão foi feita “provavelmente” para beneficiar majoritários
Lojas Americanas e B2W fecham acordo para combinar operações e preveem listagem nos EUA
Fusão já era esperada desde fevereiro, quando empresas iniciaram estudos. Todas as operações passam a ser desenvolvidas pela B2W, que se transformará em Americanas S.A.
Leia Também
-
É pra encher o carrinho: por que o Bank of America passou a recomendar a compra das ações do Mercado Livre agora?
-
Bolsa hoje: Wall Street impulsiona e Ibovespa sobe aos 126 mil pontos em dia de agenda cheia; dólar recua
-
XP (XPBR31) eleva o preço-alvo de seu principal rival, o BTG (BPAC11) — é hora de comprar os papéis?