Uma tarde de soluços nos mercados

O preço dos combustíveis, um dos grandes vilões da elevada inflação brasileira, não dá sinais de enfraquecimento. Muito pelo contrário: a passagem do furacão Ida pelo Golfo do México deve seguir impactando a oferta de petróleo por mais alguns meses, o que traz reflexos diretos ao preço da commodity.
O Brent fechou em alta pela quinta sessão consecutiva, voltando a alcançar patamares vistos antes da pandemia e se aproximando cada vez mais dos US$ 80. E a alta recente do barril só alimenta os temores de que a inflação brasileira continuará pressionada por mais algum tempo.
Mas essa não é a única preocupação que surge na cabeça dos investidores locais. Ao notar o impacto da elevação dos preços do petróleo, o presidente Jair Bolsonaro tem sido vocal sobre a necessidade de adotar alguma medida para reduzir o impacto nas bombas de combustíveis.
A troca de presidente da Petrobras, no início do ano, se deu justamente pelo descontentamento do chefe do Executivo com o repasse ao consumidor feito pela petroleira.
Assim, com o petróleo em alta e a inflação acelerando cada vez mais, o alerta amarelo sobre a possibilidade de intervenção na política de preços da Petrobras volta ao radar. A estatal, no entanto, agiu rápido para não deixar o sentimento contaminar o mercado e convocou uma coletiva de imprensa apenas para dizer que nada irá mudar.
O mais novo aceno do presidente Joaquim Silva e Luna ao mercado foi bem recebido e o Ibovespa, que acompanhava a cautela vista em Nova York, rapidamente passou a registrar alta de quase 1%. O fôlego reduziu ao longo do dia, mas o principal índice da bolsa encerrou a segunda-feira com ganho de 0,27%, aos 113.583 pontos.
Leia Também
Para os analistas, o mercado está sedento por notícias, sejam elas positivas ou negativas — e, por isso, a reação ‘exagerada’, no calor do momento.
No câmbio, porém, a história foi outra: a moeda americana se manteve pressionada ao longo do dia, acompanhando o movimento visto no exterior. Nos EUA, o temor de que a retirada dos estímulos seja feita de forma rápida deixa os holofotes nos dirigentes do BC americano.
Após três deles defenderem o crescimento da economia e a discussão em torno do aperto monetário, os juros futuros e o câmbio foram pressionados. O dólar até teve um alívio pontual com os leilões extraordinários de swap convocados pelo BC, às segundas e quartas, mas ainda encerrou o dia em alta de 0,65%, a R$ 5,3788.
Veja tudo o que movimentou os mercados nesta segunda-feira, incluindo os principais destaques do noticiário corporativo e as ações com o melhor e o pior desempenho do índice.
NADA DE NOVO NO FRONT
Com o pregão aberto, Petrobras convoca coletiva de imprensa para dizer que nada muda na política de preços. Ainda de acordo com a estatal, tudo que excede R$ 2 na composição da gasolina vendida não é de responsabilidade da empresa.
OURO LÍQUIDO
Petróleo volta a subir e impulsiona as petroleiras, mas será que o novo ciclo de alta da commodity veio para ficar? Na visão dos analistas do Goldman Sachs, o barril do petróleo tem espaço para se valorizar ainda mais até o fim do ano.
UMA NOVA GIGANTE ENTRE AS TECHS
Infracommerce (IFCM3) dispara após “aquisição transformacional” e destoa do restante do setor. Analistas elogiaram a compra da Synapcom, destacando o ganho de escala e o preço relativamente baixo; outras techs da bolsa tiveram um dia negativo, em linha com o exterior.
MAIS MAQUININHAS NA BOLSA?
Santander avança em cisão da Getnet com registro na Nasdaq. A empresa de meios de pagamento passará a ser negociada de forma separada do Santander e obteve aval em agosto para listar certificados de ações na B3.
SEM TURBULÊNCIA
Por que a nova ofensiva da China contra o bitcoin (BTC) e as criptomoedas deve ter impacto limitado no mercado desta vez? Os poderes da China sobre o mercado de criptomoedas foram limitados depois do último crash do bitcoin.
O novo normal durou pouco: Ibovespa se debate com balanços, PIB da zona do euro e dados dos EUA
Investidores também monitoram a primeira fala pública do presidente do Fed depois da trégua na guerra comercial de Trump contra a China
Show de talentos na bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de agenda fraca
Ibovespa acaba de renovar sua máxima histórica em termos nominais e hoje depende do noticiário corporativo para continuar subindo
Um acordo para buscar um acordo: Ibovespa repercute balanço da Petrobras, ata do Copom e inflação nos EUA
Ibovespa não aproveitou ontem a euforia com a trégua na guerra comercial e andou de lado pelo segundo pregão seguido
Onda de euforia nas bolsas: Ibovespa busca novos recordes na esteira do acordo entre EUA e China
Investidores também estão de olho no andamento da temporada de balanços e na agenda da semana
Uma janela para a bolsa: Ibovespa busca novos recordes em dia de IPCA e sinais de novo estágio da guerra comercial de Trump
Investidores também repercutem a temporada de balanços do primeiro trimestre, com destaque para os números do Itaú e do Magazine Luiza
Não há escapatória: Ibovespa reage a balanços e Super Quarta enquanto espera detalhes de acordo propalado por Trump
Investidores reagem positivamente a anúncio feito por Trump de que vai anunciar hoje o primeiro acordo no âmbito de sua guerra comercial
Bola de cristal monetária: Ibovespa busca um caminho em dia de Super Quarta, negociações EUA-China e mais balanços
Investidores estão em compasso de espera não só pelas decisões de juros, mas também pelas sinalizações do Copom e do Fed
Expectativa e realidade na bolsa: Ibovespa fica a reboque de Wall Street às vésperas da Super Quarta
Investidores acompanham o andamento da temporada de balanços enquanto se preparam para as decisões de juros dos bancos centrais de Brasil e EUA
Espírito olímpico na bolsa: Ibovespa flerta com novos recordes em semana de Super Quarta e balanços, muitos balanços
Enquanto Fed e Copom decidem juros, temporada de balanços ganha tração com Itaú, Bradesco e Ambev entre os destaques
Um mês da ‘libertação’: guerra comercial de Trump abalou mercados em abril; o que esperar desta sexta
As bolsas ao redor do mundo operam em alta nesta manhã, após a China sinalizar disposição de iniciar negociações tarifárias com os EUA
Alguém está errado: Ibovespa chega embalado ao último pregão de abril, mas hoje briga com agenda cheia em véspera de feriado
Investidores repercutem Petrobras, Santander, Weg, IBGE, Caged, PIB preliminar dos EUA e inflação de gastos com consumo dos norte-americanos
Quando o plano é não ter plano: Ibovespa parte dos 135 mil pontos pela primeira vez em 2025 em dia de novos dados sobre mercado de trabalho dos EUA
Investidores também se preparam para o relatório de produção e vendas da Petrobras e monitoram entrevista coletiva de Galípolo
Planos pré-feriado: Ibovespa se prepara para semana mais curta, mas cheia de indicadores e balanços
Dados sobre o mercado de trabalho no Brasil e nos EUA, balanços e 100 dias de Trump são os destaques da semana
Deixa a bolsa me levar: Ibovespa volta a flertar com máxima histórica em dia de IPCA-15 e repercussão de balanço da Vale
Apesar das incertezas da guerra comercial de Donald Trump, Ibovespa está a cerca de 2% de seu recorde nominal
Tudo tem um preço: Ibovespa tenta manter o bom momento, mas resposta da China aos EUA pode atrapalhar
China nega que esteja negociando tarifas com os Estados Unidos e mercados internacionais patinam
Agora 2025 começou: Ibovespa se prepara para seguir nos embalos da festa do estica e puxa de Trump — enquanto ele não muda de ideia
Bolsas internacionais amanheceram em alta nesta quarta-feira diante dos recuos de Trump em relação à guerra comercial e ao destino de Powell
Orgulho e preconceito na bolsa: Ibovespa volta do feriado após sangria em Wall Street com pressão de Trump sobre Powell
Investidores temem que ações de Trump resultem e interferência no trabalho do Fed, o banco central norte-americano
Que telefone vai tocar primeiro: de Xi ou de Trump? Expectativa mexe com os mercados globais; veja o que esperar desta quinta
Depois do toma lá dá cá tarifário entre EUA e China, começam a crescer as expectativas de que Xi Jinping e Donald Trump possam iniciar negociações. Resta saber qual telefone irá tocar primeiro.
Até tu, Nvidia? “Queridinha” do mercado tomba sob Trump; o que esperar do mercado nesta quarta
Bolsas continuam de olho nas tarifas dos EUA e avaliam dados do PIB da China; por aqui, investidores reagem a relatório da Vale
Respira, mas não larga o salva-vidas: Trump continua mexendo com os humores do mercado nesta terça
Além da guerra comercial, investidores também acompanham balanços nos EUA, PIB da China e, por aqui, relatório de produção da Vale (VALE3) no 1T25