Está na hora de reabrir os shoppings na sua carteira de ações apesar da segunda onda da covid?
Comprar as ações de administradoras pode ser uma forma de se antecipar à reabertura da economia, mas um eventual agravamento da pandemia pode pesar ainda mais sobre o setor
Com ampla circulação de pessoas e atividades que não são consideradas essenciais, os shopping centers entraram na lista de locais que foram fechados para conter o avanço da pandemia do coronavírus.
As medidas necessárias de isolamento cobraram seu preço nos resultados e nas ações do setor no ano passado. E o ensaio de recuperação observado no último trimestre de 2020 foi interrompido pela nova onda de casos da covid-19, que impôs uma nova leva de medidas de restrição à circulação em praticamente todo o país.
Tudo parece conspirar contra, mas na visão dos analistas, ainda que os shoppings estejam fechados, essa pode ser a hora de você reabrir a sua carteira para ações do setor.
Hoje menos de 5% dos shoppings brasileiros operam sem nenhum tipo de restrição. Isso significa que os resultados das administradoras devem seguir ruins no curto prazo, em particular nos números do primeiro trimestre deste ano.
A principal receita das administradoras vem dos aluguéis cobrados dos lojistas. Com o fechamento, as operadoras provavelmente só cobrarão o aluguel proporcional ao tempo de operação dos shoppings, conforme destacaram os analistas da XP Investimentos.
Esse temor com as empresas se reflete nas ações do setor, que apresentam um desempenho 15% abaixo do Ibovespa nos últimos seis meses, de acordo com os cálculos do Credit Suisse.
Leia Também
Os FIIs mais lucrativos do ano: shoppings e agro lideram altas que chegam a 144%
Gestora aposta em ações 'esquecidas' do Ibovespa — e faz o mesmo com empresas da Argentina
Mas se a trajetória dos papéis nas bolsas lá fora for um bom indício do que pode acontecer, talvez essa seja justamente a hora de comprar. Desde novembro, as ações de shoppings nos Estados Unidos e Europa superam os índices de referência em 75%.
Comprar as ações seria, portanto, uma forma de se antecipar à futura reabertura da economia, que deve acontecer à medida que a proporção da população vacinada aumentar.
O Credit Suisse tem recomendação de compra para as ações da Multiplan (MULT3) e Iguatemi (IGTA3) e neutra para brMalls (BRML3) e BR Properties (BRPR3).
É claro que existem riscos de que as ações caiam ainda mais em um cenário de agravamento da pandemia que obrigue a um fechamento dos shoppings por um período ainda maior.
Mas na visão do Credit Suisse, o pior “definitivamente ficou para trás” e os lucros devem voltar a crescer assim que o fluxo de consumidores voltar.
Os analistas do BTG Pactual têm visão semelhante. “Apesar de um curto prazo difícil, a normalização pode estar próxima (a vacinação é uma realidade) e as ações parecem muito atraentes”, escreveram, em relatório a clientes.
O BTG tem recomendação de compra para Aliansce Sonae (ALSO3), brMalls (BRML3), Iguatemi (IGTA3), Cyrela Commercial Properties (CCPR3) e JHSF (JHSF3) e neutra para Multiplan (MULT3).
O otimismo dos analistas, contudo, contrasta com um maior ceticismo do mercado. Uma amostra é a alta proporção de ações alugadas — uma forma de ganhar com a aposta na queda dos papéis — que se encontra no mesmo nível do início da pandemia, de acordo com o Credit.
Leia também:
- Sem boas notícias para repercutir e com covid-19 pesando sobre os negócios, Ibovespa recua 1,5%
- Apesar do fechamento dos shoppings na Fase Vermelha, XP continua vendo valor nas ações do setor
- Brasil registra mais de 3.000 mortes pela covid-19 em 24 horas, novo recorde
- EXCLUSIVO: Após fim de casamento com a Caixa em seguros, Wiz vai atuar com crédito imobiliário
Menos pandemia, mais fundamentos
Os preços descontados podem até justificar a compra das ações de shoppings, mas no fim do dia o que interessa é a qualidade dos ativos, e não a perspectiva da reabertura, me disse Rodrigo Heilberg, sócio-fundador da HIX Capital.
É justamente com essa visão que a gestora tem posição na Iguatemi. Mas em vez de investir diretamente na companhia, a HIX detém os papéis da Jereissati Participações (JPSA3), holding controladora da empresa de shoppings.
Basicamente, trata-se de uma forma de comprar Iguatemi por um valor ainda menor. O desconto da holding em relação aos papéis da empresa está hoje na casa de 32%, nos cálculos do gestor.
Mesmo antes da pandemia, parte do mercado se questionava sobre o futuro dos shoppings, principalmente diante do estrago com o “efeito Amazon” nos Estados Unidos, que derrubou o movimento nas lojas.
Com o avanço forçado do comércio eletrônico durante a quarentena, será que os shoppings brasileiros podem ter o mesmo destino e perder a relevância no consumo? A visão que predomina é que não.
Primeiro, porque os centros de compra aqui também têm uma característica importante de lazer. Quem não sente falta do velho programa de assistir a um bom filme no cinema e depois comer na praça de alimentação?
O bom resultado das vendas no quarto trimestre do ano passado, quando as lojas operaram praticamente sem limitações, é outro fator que justifica a visão de que os shoppings devem seguir como local importante de consumo depois da pandemia.
Quem quiser saber mais sobre o panorama para o setor de shopping centers poderá acompanhar a transmissão ao vivo da entrevista do Seu Dinheiro com o CEO da JHSF, Thiago Alonso. A live está marcada para esta quinta-feira, às 19h.
Cogna (COGN3), C&A (CEAB3), Cury (CURY3): Veja as 20 empresas que mais se valorizaram no Ibovespa neste ano
Companhias de setores como educação, construção civil e bancos fazem parte da lista de ações que mais se valorizaram desde o começo do ano
Com rentabilidade de 100% no ano, Logos reforça time de ações com ex-Itaú e Garde; veja as 3 principais apostas da gestora na bolsa
Gestora independente fez movimentações no alto escalão e destaca teses de empresas que “ficaram para trás” na B3
A Log (LOGG3) se empolgou demais? Possível corte de payout de dividendos acende alerta, mas analistas não são tão pessimistas
Abrir mão de dividendos hoje para acelerar projetos amanhã faz sentido ou pode custar caro à desenvolvedora de galpões logísticos?
A bolha da IA pode estourar onde ninguém está olhando, alerta Daniel Goldberg: o verdadeiro perigo não está nas ações
Em participação no Fórum de Investimentos da Bradesco Asset, o CIO da Lumina chamou atenção para segmento que está muito exposto aos riscos da IA… mas parece que ninguém está percebendo
A bolsa ainda está barata depois da disparada de 30%? Pesquisa revela o que pensam os “tubarões” do mercado
Empiricus ouviu 29 gestoras de fundos de ações sobre as perspectivas para a bolsa e uma possível bolha em inteligência artificial
De longe, a maior queda do Ibovespa: o que foi tão terrível no balanço da Hapvida (HAPV3) para ações desabarem mais de 40%?
Os papéis HAPV3 acabaram fechando o dia com queda de 42,21%, cotados a R$ 18,89 — a menor cotação e o menor valor de mercado (R$ 9,5 bilhões) desde a entrada da companhia na B3, em 2018
A tormenta do Banco do Brasil (BBAS3): ações caem com balanço fraco, e analistas ainda não veem calmaria no horizonte
O lucro do BB despencou no 3T25 e a rentabilidade caiu ao pior nível em décadas; analistas revelam quando o banco pode começar a sair da tempestade
Seca dos IPOs na bolsa vai continuar mesmo com Regime Fácil da B3; veja riscos e vantagens do novo regulamento
Com Regime Fácil, companhias de menor porte poderão acessar a bolsa, por meio de IPOs ou emissão dívida
Na onda do Minha Casa Minha Vida, Direcional (DIRR3) tem lucro 25% maior no 3T25; confira os destaques
A rentabilidade (ROE) anualizada chegou a 35% no entre julho e setembro, mais um recorde para o indicador, de acordo com a incorporadora
O possível ‘adeus’ do Patria à Smart Fit (SMFT3) anima o JP Morgan: “boa oportunidade de compra”
Conforme publicado com exclusividade pelo Seu Dinheiro na manhã desta quarta-feira (12), o Patria está se preparando para se desfazer da posição na rede de academias, e o banco norte-americano não se surpreende, enxergando uma janela para comprar os papéis
Forte queda no Ibovespa: Cosan (CSAN3) desaba na bolsa depois de companhia captar R$ 1,4 bi para reforçar caixa
A capitalização visa fortalecer a estrutura de capital e melhorar liquidez, mas diluição acionária preocupa investidores
Fundo Verde diminui exposição a ações de risco no Brasil, apesar de recordes na bolsa de valores; é sinal de atenção?
Fundo Verde reduz exposição a ações brasileiras, apesar de recordes na bolsa, e adota cautela diante de incertezas globais e volatilidade em ativos de risco
Exclusivo: Pátria prepara saída da Smart Fit (SMFT3); leilão pode movimentar R$ 2 bilhões, dizem fontes
Venda pode pressionar ações após alta de 53% no ano; Pátria foi investidor histórico e deve zerar participação na rede de academias.
Ibovespa atinge marca histórica ao superar 158 mil pontos após ata do Copom e IPCA; dólar recua a R$ 5,26 na mínima
Em Wall Street, as bolsas andaram de lado com o S&P 500 e o Nasdaq pressionados pela queda das big techs que, na sessão anterior, registraram fortes ganhos
Ação da Isa Energia (ISAE4) está cara, e dividendos não saltam aos olhos, mas endividamento não preocupa, dizem analistas
Mercado reconhece os fundamentos sólidos da empresa, mas resiste em pagar caro por uma ação que entrega mais prudência do que empolgação; veja as projeções
Esfarelando na bolsa: por que a M. Dias Branco (MDIA3) cai mais de 10% depois do lucro 73% maior no 3T25?
O lucro de R$ 216 milhões entre julho e setembro não foi capaz de ofuscar outra linha do balanço, que é para onde os investidores estão olhando: a da rentabilidade
Não há mais saída para a Oi (OIBR3): em “estado falimentar irreversível”, ações desabam 35% na bolsa
Segundo a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a Oi está em “estado falimentar” e não possui mais condições de cumprir o plano de recuperação ou honrar compromissos com credores e fornecedores
Ibovespa bate mais um recorde: bolsa ultrapassa os 155 mil pontos com fim do shutdown dos EUA no radar; dólar cai a R$ 5,3073
O mercado local também deu uma mãozinha ao principal índice da B3, que ganhou fôlego com a temporada de balanços
Adeus ELET3 e ELET5: veja o que acontece com as ações da Axia Energia, antiga Eletrobras, na bolsa a partir de hoje
Troca de tickers nas bolsas de valores de São Paulo e Nova York coincide com mudança de nome e imagem, feita após 60 anos de empresa
A carteira de ações vencedora seja quem for o novo presidente do Brasil, segundo Felipe Miranda
O estrategista-chefe da Empiricus e sócio do BTG Pactual diz quais papéis conseguem suportar bem os efeitos colaterais que toda votação provoca na bolsa
