Sem boas notícias para repercutir e com covid-19 pesando sobre os negócios, Ibovespa recua 1,5%
A bolsa brasileira chegou a ensaiar uma recuperação, mas não conseguiu ir contra o volume de preocupações no radar, recuando 1,49%, aos 113.261 pontos.

O Ibovespa até tentou no começo da tarde, mas a terça-feira (23) não estava para peixe. As bolsas americanas ensaiaram uma recuperação depois de passarem a maior parte do dia em compasso de espera, mas a tentativa também foi em vão.
As origens da cautela são inúmeras: temos a preocupação com uma terceira onda de infecções por covid-19 na Europa, pandemia desenfreada no Brasil, temores com relação à demanda de petróleo e sinais de que as grandes empresas podem enfrentar um aumento dos impostos nos Estados Unidos - o que piorou o humor já azedo dos mercados. O alívio veio de mais um dia de queda dos juros futuros americanos, mas foi insuficiente.
O principal índice da bolsa brasileira terminou o dia em queda de 1,49%, aos 113.261 pontos. O dólar à vista, que chegou a recuar quase 1% após a divulgação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), encerrou a sessão apenas com uma leve queda de 0,04%, a R$ 5,5157.
A ata trouxe um tom que fez os agentes financeiros locais projetarem com ainda mais força uma alta de 0,75 pontos percentuais na próxima reunião, o que se refletiu na inclinação da curva de juros. Além disso, o estágio avançado da pandemia no país e a falta de perspectiva para o fim do isolamento social e da vacinação em massa elevam o risco fiscal, que também pesou sobre os juros futuros. Confira as taxas do dia:
- Janeiro/2022: de 4,60% para 4,65%
- Janeiro/2023: de 6,27% para 6,37%
- Janeiro/2025: de 7,73% para 7,83%
- Janeiro/2027: de 8,22% para 8,34%
Em looping
A chegada das vacinas nem de longe indicou o fim dos problemas relacionados ao coronavírus pelo mundo. O temor de uma terceira onda de contágio da covid-19 paira sobre a Europa. Os países do Velho Continente voltam a apresentar uma aceleração no número de casos, o que leva a uma série de novas medidas de restrição de circulação que devem afetar novamente a atividade econômica já fragilizada.
O petróleo é um dos ativos que mais sente essa projeção de novo desaquecimento da economia, já que esse cenário implica diretamente na queda da demanda da commodity. O barril voltou a derrapar forte, com um recuo de cerca de 6%.
Leia Também
Esse movimento pesa sobre as ações das petroleiras em todo o mundo. Por aqui, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 3%, o que ajuda a explicar em parte o mau desempenho do Ibovespa nesta tarde.
Ainda falando de empresas com forte peso no índice e que tombaram nesta tarde, também temos a Vale. Mesmo com um avanço do minério de ferro no mercado internacional, a ação da companhia caiu mais de 2%.
Cadê a luz no fim do túnel?
Enquanto a vacinação avança em diversos países do mundo, o ritmo abaixo do esperado da imunização da população brasileira e o colapso que tomou conta do sistema de saúde da maior parte do país impedem que o Brasil veja - nem que seja de forma distante - o fim da crise do coronavírus.
Segundo o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, o país acumula 295,4 mil mortos e mais de 12 milhões de casos. Com falta de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) em diversos estados, o mercado busca sinalizações de que o governo está correndo atrás de uma solução.
A expectativa está na reunião que deve ocorrer amanhã em Brasília e que pode trazer novidades com relação ao cronograma de vacinação e outras medidas de enfrentamento à crise. Nesta noite, o presidente Jair Bolsonaro fará um pronunciamento em cadeia nacional às 20h30 para falar sobre a situação atual.
Enquanto as vacinas não forem suficientes e faltarem medidas mais enérgicas de combate ao vírus, as projeções para a atividade brasileira seguem piorando, já que os estados e municípios devem seguir limitando a circulação de pessoas como forma de tentar achatar a curva de contágio. A situação agrava ainda mais o risco fiscal já elevado do país.
Retornando para falar novamente sobre a ata do Copom divulgada nesta terça-feira, além de reforçar os pontos levantados pelo comunicado da semana passada, o BC também afirmou que a recuperação econômica pode ser atrasada pelo agravamento da pandemia, mas que o otimismo com o avanço da vacinação beneficia o cenário de médio prazo - o que justificaria mais uma alta de 0,75 ponto percentual já na próxima reunião.
E os estímulos?
Mesmo com os juros dos títulos do Tesouro norte-americano em queda, as bolsas em Nova York fecharam o dia no vermelho. O índice Nasdaq recuou 1,12%, o Dow Jones teve queda de 0,94% e o S&P 500 caiu 0,76%.
Durante a maior parte do dia, os investidores ficaram em compasso de espera pela participação do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, e da secretária do Tesouro americano, Janet Yellen, em comissão do Congresso.
Ainda que ambos tenham reforçado o recado dos últimos meses - de que a economia americana ainda está longe da recuperação plena -, os investidores não gostaram das sinalizações dadas por Yellen de que as grandes empresas podem acabar enfrentando um aumento de impostos.
A secretária do Tesouro defendeu o aumento das receitas da União como parte essencial da recuperação, mas sem citar diretamente uma medida concreta. Ainda assim foi o suficiente para azedar o humor.
As bolsas asiáticas também fecharam no vermelho, motivadas pela retirada de estímulos da economia chinesa e sanções econômicas impostas à China por EUA e Europa. Na Europa, as bolsas fecharam mistas, pesando a terceira onda de covid-19.
Sobe e desce
As ações da resseguradora IRB ficaram com a maior alta do dia após a empresa registrar um lucro líquido de R$ 17,9 milhões no último trimestre de 2020. No restante dos desempenhos foi possível notar mais um dia de forte rotação setorial, com os investidores em busca de barganhas em setores descontados. Confira as maiores altas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VARIAÇÃO |
IRBR3 | IRB ON | R$ 6,45 | 5,91% |
CVCB3 | CVC ON | R$ 19,30 | 5,23% |
MRFG3 | Marfrig ON | R$ 16,95 | 3,67% |
BRML3 | BR Malls ON | R$ 9,69 | 1,79% |
HAPV3 | Hapvida ON | R$ 15,29 | 1,73% |
Na ponta contrária da tabela, seguimos vendo companhias que são prejudicadas pela persistência das medidas de isolamento social e restrição de movimentação, como as empresas aéreas. Além disso, o dia foi marcado pelo forte recuo do setor de mineração e siderurgia, mesmo com a alta do minério de ferro. Confira também as maiores quedas do dia:
CÓDIGO | NOME | VALOR | VAR |
AZUL4 | Azul PN | R$ 37,00 | -6,16% |
GGBR4 | Gerdau PN | R$ 26,59 | -4,25% |
CSNA3 | CSN ON | R$ 33,52 | -4,23% |
PRIO3 | PetroRio ON | R$ 86,88 | -4,05% |
BRFS3 | BRF ON | R$ 24,46 | -3,78% |
Inflação americana derruba Wall Street e Ibovespa cai mais de 2%; dólar vai a R$ 5,18 com pressão sobre o Fed
Com o Nasdaq em queda de 5% e demais índices em Wall Street repercutindo negativamente dados de inflação, o Ibovespa não conseguiu sustentar o apetite por risco
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais sobem em dia de inflação dos EUA; Ibovespa deve acompanhar cenário internacional e eleições
Com o CPI dos EUA como o grande driver do dia, a direção das bolsas após a divulgação dos dados deve se manter até o encerramento do pregão
CCR (CCRO3) já tem novos conselheiros e Roberto Setubal está entre eles — conheça a nova configuração da empresa
Além do novo conselho de administração, a Andrade Gutierrez informou a conclusão da venda da fatia de 14,86% do capital da CCR para a Itaúsa e a Votorantim
Expectativa por inflação mais branda nos Estados Unidos leva Ibovespa aos 113.406 pontos; dólar cai a R$ 5,09
O Ibovespa acompanhou a tendência internacional, mas depois de sustentar alta de mais de 1% ao longo de toda a sessão, o índice encerrou a sessão em alta
O Mubadala quer mesmo ser o novo rei do Burger King; fundo surpreende mercado e aumenta oferta pela Zamp (BKBR3)
Valor oferecido pelo fundo aumentou de R$ 7,55 para R$ 8,31 por ação da Zamp (BKBR3) — mercado não acreditava em oferta maior
Esquenta dos mercados: Inflação dos EUA não assusta e bolsas internacionais começam semana em alta; Ibovespa acompanha prévia do PIB
O exterior ignora a crise energética hoje e amplia o rali da última sexta-feira
Vale (VALE3) dispara mais de 10% e anota a maior alta do Ibovespa na semana, enquanto duas ações de frigoríficos dominam a ponta negativa do índice
Por trás da alta da mineradora e da queda de Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) estão duas notícias vindas da China
Magalu (MGLU3) cotação: ação está no fundo do poço ou ainda é possível cair mais? 5 pontos definem o futuro da ação
Papel já alcançou máxima de R$ 27 há cerca de dois anos, mas hoje é negociado perto dos R$ 4. Hoje, existem apenas 5 fatores que você deve olhar para ver se a ação está em ponto de compra ou venda
Commodities puxam Ibovespa, que sobe 1,3% na semana; dólar volta a cair e vai a R$ 5,14
O Ibovespa teve uma semana marcada por expectativas para os juros e inflação. O dólar à vista voltou a cair após atingir máximas em 20 anos
Esquenta dos mercados: Inflação e eleições movimentam o Ibovespa enquanto bolsas no exterior sobem em busca de ‘descontos’ nas ações
O exterior ignora a crise energética e a perspectiva de juros elevados faz as ações de bancos dispararem na Europa
BCE e Powell trazem instabilidade à sessão, mas Ibovespa fecha o dia em alta; dólar cai a R$ 5,20
A instabilidade gerada pelos bancos centrais gringos fez com o Ibovespa custasse a se firmar em alta — mesmo com prognósticos melhores para a inflação local e uma desinclinação da curva de juros.
Esquenta dos mercados: Decisão de juros do BCE movimenta as bolsas no exterior enquanto Ibovespa digere o 7 de setembro
Se o saldo da Independência foi positivo para Bolsonaro e negativo aos demais concorrentes — ou vice-versa —, só o tempo e as pesquisas eleitorais dirão
Ibovespa cede mais de 2% com temor renovado de nova alta da Selic; dólar vai a R$ 5,23
Ao contrário do que os investidores vinham precificando desde a última reunião do Copom, o BC parece ainda não estar pronto para interromper o ciclo de aperto monetário – o que pesou sobre o Ibovespa
Em transação esperada pelo mercado, GPA (PCAR3) prepara cisão do Grupo Éxito, mas ações reagem em queda
O fato relevante com a informação foi divulgado após o fechamento do mercado ontem, quando as ações operaram em forte alta de cerca de 10%, liderando os ganhos do Ibovespa na ocasião
Atenção, investidor: Confira como fica o funcionamento da B3 e dos bancos durante o feriado de 7 de setembro
Não haverá negociações na bolsa nesta quarta-feira. Isso inclui os mercados de renda variável, renda fixa privada, ETFs de renda fixa e de derivativos listados
Esquenta dos mercados: Bolsas no exterior deixam crise energética de lado e investidores buscam barganhas hoje; Ibovespa reage às falas de Campos Neto
Às vésperas do feriado local, a bolsa brasileira deve acompanhar o exterior, que vive momentos tensos entre Europa e Rússia
Ibovespa ignora crise energética na Europa e vai aos 112 mil pontos; dólar cai a R$ 5,15
Apesar da cautela na Europa, o Ibovespa teve um dia de ganhos, apoiado na alta das commodities
Crise energética em pleno inverno assusta, e efeito ‘Putin’ faz euro renovar mínima abaixo de US$ 1 pela primeira vez em 20 anos
O governo russo atribuiu a interrupção do fornecimento de gás a uma falha técnica, mas a pressão inflacionária que isso gera derruba o euro
Boris Johnson de saída: Liz Truss é eleita nova primeira-ministra do Reino Unido; conheça a ‘herdeira’ de Margaret Thatcher
Aos 47 anos, a política conservadora precisa liderar um bloco que encara crise energética, inflação alta e reflexos do Brexit
Esquenta dos mercados: Bolsas internacionais caem com crise energética no radar; Ibovespa acompanha calendário eleitoral hoje
Com o feriado nos EUA e sem a operação das bolsas por lá, a cautela deve prevalecer e a volatilidade aumentar no pregão de hoje