Sem maiores indicadores econômicos pela frente, bolsa brasileira deve manter variante delta no radar
A briga pelo fundo eleitoral inicia um novo capítulo da queda de popularidade do presidente da República, Jair Bolsonaro
A imunização contra a covid-19 está avançando em todo o mundo. De acordo com o Our World Data, pouco mais de 26% da população mundial já recebeu ao menos uma dose de alguma vacina contra o coronavírus.
Apesar de os dados serem animadores, as distorções entre os países geram “buracos” na barreira imunológica por todo o mundo, o que abre espaço para o avanço de novas variantes.
E o medo da variante Delta do coronavírus está colocando os mercados em estado de alerta nos últimos dias. Mesmo com o aumento da imunização, com quase 30 milhões de doses aplicadas todos os dias no mundo, o número de casos não para de subir, o que levanta a possibilidade sobre novos lockdowns.
Na ausência de maiores indicadores nesta terça-feira (20), os investidores devem se apegar ao balanço de grandes empresas, como Netflix e American Airlines. Os temores envolvendo a inflação dos Estados Unidos também estão colocando os índices de Wall Street sob alto estresse e pressionando as bolsas no resto do mundo.
Nesse cenário, o pregão de ontem (19) foi marcado por uma perda dos 125 mil pontos para o Ibovespa, fechando em queda de 1,24%, a 124.394 pontos. O dólar, por sua vez, inverteu o sinal e avançou 2,64%, a R$ 5,2506.
O panorama doméstico também não conta com maiores indicadores econômicos, mas a crise política pesa nos mercados. A briga pelo Orçamento para 2022, em especial sobre o fundo eleitoral, deve colocar ainda mais lenha na fogueira que cozinha a popularidade do presidente Jair Bolsonaro. E dando início à temporada de balanços no Brasil, a Neoenergia deve divulgar seu balanço ainda hoje, após o fechamento.
Leia Também
Confira o que mais deve movimentar os mercados hoje:
Jair Bolsonaro
O presidente da República, Jair Bolsonaro, anunciou ontem (19) o novo formato do Bolsa Família, que deve contar com parcelas de até R$ 300. Atualmente, o programa concede, em média, R$ 192 de benefício.
Bolsonaro já havia comentado sobre o aumento do valor, o que gerou certo mal estar com a equipe econômica. Se, por um lado, o presidente procura aumentar sua popularidade, que vem caindo ao longo dos meses, por outro, a equipe econômica quer manter o discurso de ajuste das contas públicas.
Além disso, o presidente deve vetar o fundo eleitoral de R$ 5,7 bilhões para a campanha de 2022. Os parlamentares aprovaram a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) antes do recesso, o que gerou críticas da opinião pública.
Inflação americana
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos subiu 0,9% em junho ante maio, segundo dados com ajustes sazonais publicados pelo Departamento do Trabalho.
O resultado veio bem acima da mediana das previsões de analistas consultados pelo Projeções Broadcast, de alta de 0,5%, o que tem desagradado e preocupado os investidores. Com isso, os títulos do Tesouro norte-americano, os chamados Treasuries, de 20 e 30 anos oscilaram positivamente na manhã de hoje, subindo 0,19% e 0,23% respectivamente.
Em momentos de crise, os investidores migram para ativos mais seguros, como os Treasuries, retirando recursos das bolsas, o que derruba os índices.
O Banco Central americano já disse que está de olho na alta dos preços, mas voltou a afirmar que o momento inflacionário é temporário. O presidente da instituição, Jerome Powell, admitiu que os Estados Unidos passam por um “desafio” e que a inflação está “mais alta do que o esperado”.
Bolsas pelo mundo
O medo da variante delta do coronavírus fechar novamente as atividades está tomando os mercados e pressionando os índices internacionais. Nesse cenário, as bolsas da Ásia fecharam majoritariamente em queda, seguindo a mesma direção do fim do pregão em Nova York.
Da mesma maneira, os índices da Europa seguem com uma tentativa de recuperação, apesar da variante delta levantar temores sobre a retomada econômica. Apesar da vacinação avançada na região, o mundo carece de maiores dados sobre a eficácia da imunização contra essa e novas variantes.
Por fim, os futuros de Nova York tentam se recuperar do tombo do dia anterior e operam com leves ganhos.
Além do avanço da pandemia, os investidores somam os temores inflacionários à cesta que pesa do lado negativo da balança. A temporada de balanços também deve movimentar os negócios em Wall Street.
Agenda do dia
- Estados Unidos: Departamento de comércio divulga dados sobre construções de novas moradias e permissão de novas obras em junho (9h30)
- Estados Unidos: Estoques de petróleo (17h30)
Balanços
- Estados Unidos: Balanço da Netflix (17h)
- Brasil: Balanço da Neoenergia (após o fechamento)
- Estados Unidos: Balanço da United Airlines (após o fechamento)
Bolsas renovam recordes em Nova York, Ibovespa vai aos 147 mil pontos e dólar perde força — o motivo é a inflação aqui e lá fora. Mas e os juros?
O IPCA-15 de outubro no Brasil e o CPI de setembro nos EUA deram confiança aos investidores de que a taxa de juros deve cair — mais rápido lá fora do que aqui
Com novo inquilino no pedaço, fundo imobiliário RBVA11 promete mais renda e menos vacância aos cotistas
O fundo imobiliário RBVA11, da Rio Bravo, fechou contrato de locação com a Fan Foods para um restaurante temático na Avenida Paulista, em São Paulo, reduzindo a vacância e ampliando a diversificação do portfólio
Fiagro multiestratégia e FoFs de infraestrutura: as inovações no horizonte dos dois setores segundo a Suno Asset e a Sparta
Gestores ainda fazem um alerta para um erro comum dos investidores de fundos imobiliários que queiram alocar recursos em Fiagros e FI-Infras
FIIs atrelados ao CDI: de patinho feio à estrela da noite — mas fundos de papel ainda não decolam, segundo gestor da Fator
Em geral, o ciclo de alta dos juros tende a impulsionar os fundos imobiliários de papel. Mas o voo não aconteceu, e isso tem tudo a ver com os últimos eventos de crédito do mercado
JP Morgan rebaixa Fleury (FLRY3) de compra para venda por desinteresse da Rede D’Or, e ações têm maior queda do Ibovespa
Corte de recomendação leva os papéis da rede de laboratórios a amargar uma das maiores quedas do Ibovespa nesta quarta (22)
“Não é voo de galinha”: FIIs de shoppings brilham, e ainda há espaço para mais ganhos, segundo gestor da Vinci Partners
Rafael Teixeira, gestor da Vinci Partners, avalia que o crescimento do setor é sólido, mas os spreads estão maiores do que deveriam
Ouro cai mais de 5% com correção de preço e tem maior tombo em 12 anos — Citi zera posição no metal precioso
É a pior queda diária desde 2013, em um movimento influenciado pelo dólar mais forte e perspectiva de inflação menor nos EUA
Por que o mercado ficou tão feliz com a prévia da Vamos (VAMO3) — ação chegou a subir 10%
Após divulgar resultados operacionais fortes e reforçar o guidance para 2025, os papéis disparam na B3 com investidores embalados pelo ritmo de crescimento da locadora de caminhões e máquinas
Brava Energia (BRAV3) enxuga diretoria em meio a reestruturação interna e ações têm a maior queda do Ibovespa
Companhia simplifica estrutura, une áreas estratégicas e passa por mudanças no alto escalão enquanto lida com interdição da ANP
Inspirada pela corrida pelo ouro, B3 lança Índice Futuro de Ouro (IFGOLD B3), 12° novo indicador do ano
Novo indicador reflete a crescente demanda pelo ouro, com cálculos diários baseados no valor de fechamento do contrato futuro negociado na B3
FII RCRB11 zera vacância do portfólio — e cotistas vão sair ganhando com isso
O contrato foi feito no modelo plug-and-play, em que o imóvel é entregue pronto para uso imediato
Recorde de vendas e retorno ao Minha Casa Minha Vida: é hora de comprar Eztec (EZTC3)? Os destaques da prévia do 3T25
BTG destaca solidez nos números e vê potencial de valorização nas ações, negociadas a 0,7 vez o valor patrimonial, após a Eztec registrar o maior volume de vendas brutas da sua história e retomar lançamentos voltados ao Minha Casa Minha Vida
Usiminas (USIM5) lidera os ganhos do Ibovespa e GPA (PCAR3) é a ação com pior desempenho; veja as maiores altas e quedas da semana
Bolsa se recuperou e retornou aos 143 mil pontos com melhora da expectativa para negociações entre Brasil e EUA
Como o IFIX sobe 15% no ano e captações de fundos imobiliários continuam fortes mesmo com os juros altos
Captações totalizam R$ 31,5 bilhões até o fim de setembro, 71% do valor captado em 2024 e mais do que em 2023 inteiro; gestores usam estratégias para ampliar portfólio de fundos
De operário a milionário: Vencedor da Copa BTG Trader operava “virado”
Agora milionário, trader operava sem dormir, após chegar do turno da madrugada em seu trabalho em uma fábrica
Apesar de queda com alívio nas tensões entre EUA e China, ouro tem maior sequência de ganhos semanais desde 2008
O ouro, considerado um dos ativos mais seguros do mundo, acumulou valorização de 5,32% na semana, com maior sequência de ganhos semanais desde setembro de 2008.
Roberto Sallouti, CEO do BTG, gosta do fundamento, mas não ignora análise técnica: “o mercado te deixa humilde”
No evento Copa BTG Trader, o CEO do BTG Pactual relembrou o início da carreira como operador, defendeu a combinação entre fundamentos e análise técnica e alertou para um período prolongado de volatilidade nos mercados
Há razão para pânico com os bancos nos EUA? Saiba se o país está diante de uma crise de crédito e o que fazer com o seu dinheiro
Mesmo com alertas de bancos regionais dos EUA sobre o aumento do risco de inadimplência de suas carteiras de crédito, o risco não parece ser sistêmico, apontam especialistas
Citi vê mais instabilidade nos mercados com eleições de 2026 e tarifas e reduz risco em carteira de ações brasileiras
Futuro do Brasil está mais incerto e analistas do Citi decidiram reduzir o risco em sua carteira recomendada de ações MVP para o Brasil
Kafka em Wall Street: Por que você deveria se preocupar com uma potencial crise nos bancos dos EUA
O temor de uma infestação no setor financeiro e no mercado de crédito norte-americano faz pressão sobre as bolsas hoje
